Visita do deputado do PCP Paulo Sá
a Lagos
No Centro
de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos (CASLAS) foi-nos
comunicada a situação difícil em que se encontra esta IPSS. Na Creche e
no Jardim de Infância são cada vez mais os pais que não conseguem
cumprir com os seus compromissos, devido à situação criada pela política
de austeridade do Governo PSD/CDS. Se não houver reforço da verba da
Segurança Social a continuação do número de turmas fica comprometida,
levando a despedimentos de pessoal. No Lar de Jovens têm dificuldade em
responder correta e atempadamente às necessidades dos menores a seu
cargo que se inserem nas tipologias de risco/perigo. Não há em Lagos, e
por vezes em Portimão, médicos psiquiatras e pediatras que possam
intervir em casos de urgência. A Casa de Santo Amaro tem uma capacidade
instalada para 40 pessoas com deficiência motora, mas só tem 30 utentes
(apesar de ter lista de espera) porque o Ministério da Solidariedade,
Emprego e Segurança Social não assina um novo protocolo que permita o
aumento do número de lugares. Infelizmente, este é um exemplo do Estado
mínimo que o PSD e o CDS querem impor no nosso país.
O
Estado deve ser o responsável pela salvaguarda da qualidade de vida
destas pessoas, mas este governo de direita não permite que elas possam
viver condignamente numa instituição com lugares para as acolher.
O Laboratório de Actividades Criativas (LAC) encontra-se neste momento a
desenvolver uma série de atividades, nomeadamente: “Artur” - que tem
dotado as paredes degradadas de Lagos de pinturas murais, “Kick In The
Eye”, “Eletrolegos”, “Pralac” e formação nas várias vertentes artísticas
associadas. Estas atividades foram potenciadas após terem ganho um
concurso bianual da DGArtes, mas a falta de estratégia cultural, tanto
do Governo (para quem à cultura bastam uns tostões e um Secretário de
Estado dependente de Passos Coelho) como da Câmara PS, que reprovou a
criação de um Fórum da Cultura porque tem medo de não o poder
instrumentalizar.
À tarde a delegação do PCP encontrou-se com responsáveis da
Electrolagos, cooperativa em processo de insolvência. Fomos recebidos
nas instalações no Chinicato onde pudemos constatar a capacidade
tecnológica de inovação e autossuficiência energética do edifício. Este é
o exemplo completo do que a política errada do PSD e CDS, iniciada pelo
PS, é capaz de fazer à economia do nosso país. Uma empresa que já teve
150 trabalhadores e faturava mais de 20 milhões de euros por ano, com
saber, capacidade de realização e alvarás para grandes obras, teve de
recorrer à insolvência e ficou reduzida a 20 pessoas. Obras do Parque
Escolar e EN125 paradas, clientes particulares que não pagam e uma
economia paralisada pelo desinvestimento. O Estado, controlado pelo arco
da desgovernação, resolveu gastar milhares de milhões com bancos
falidos e apoios às grandes empresas empregadoras dos seus militantes,
em vez de apostar no desenvolvimento da produção nacional e no apoio às
pequenas e médias empresas, verdadeiro motor da economia nacional.
Na
visita à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagos,
constatámos que os Bombeiros têm que atuar sem os meios apropriados:
viaturas com idades incríveis, meios de proteção individual gastos e
condições de aquartelamento insuficientes. Os pagamentos do INEM, que só
fornece uma viatura, não cobrem a totalidade das despesas e para
atender às mais de 3 mil ocorrências do ano passado os Bombeiros tiveram
que usar as duas ambulâncias próprias. O Ministério da Administração
Interna do governo PSD/CDS faz transferências de dinheiro para o combate
aos fogos por escalão das corporações de Bombeiros e, mesmo depois das
lamentáveis mortes do ano passado, não substitui um carro de fogo com 30
anos e não fornece equipamento de proteção individual adequado. O
dinheiro em falta vem de meios próprios (transporte de doentes e empresa
de extintores), do orçamento da Câmara Municipal de Lagos e das
iniciativas dos Bombeiros. Aqueles que nos socorrem em momentos
desesperados devem ter o melhor apoio para não correrem mais riscos dos
que os inerentes à sua atividade.
No encontro com a Diretora da Delegação de Sul da Docapesca colocamos
questões relativas às faltas de condições de descarga do pescado, à
falta de higiene da área envolvente à lota e a informações sobre um
possível encerramento da Lota de Lagos. Foi-nos respondido que houve
melhoramentos e que existe um projeto para melhorar a lota se não for
construída uma nova. A ideia da eventual construção de uma nova lota faz
temer o avanço da Marina para o espaço agora utilizado pelos barcos de
pesca. Não temos nada contra a existência de marinas, mas a pesca, uma
mais-valia local e nacional, deve ser protegida e desenvolvida porque
cria emprego e riqueza distribuída por muitos, bem como é uma atividade
económica que diminui a importação de peixe. A Câmara PS não deve
apostar todo o desenvolvimento económico no turismo e o Governo PSD/CDS
não pode aniquilar a produção nacional, como tem sido e é a sua atuação.
Lagos, 27 de janeiro de 2014
A Comissão Concelhia de Lagos do PCP