Porquê este blogue?

Num tempo muito inquietante, marcado por uma forte ofensiva ideológica, com a qual os média dominantes fazem chegar todos os dias a milhões de pessoas a desinformação organizada com o objectivo de servir e defender os interesses do grande capital, a leitura e divulgação de informação progressista e revolucionária é crucial para todos os que assumem como referência maior os valores e ideais de ABRIL!

A LUTA CONTINUA!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

CONTRA A EXTINÇÃO DAS NOSSAS FREGUESIAS


CONTRA  A  EXTINÇÃO  DAS NOSSAS  FREGUESIAS         
                                                       
No dia 21 de Dezembro de 2012, foi votada na Assembleia da República a proposta do governo PSD/CDS para extinção/agregação de freguesias no País.
                                                            
Esta lei foi aprovada com os votos a favor dos seguintes deputados pelo Algarve:

                         Artur Rego            do CDS
                         Cristóvão Norte    do PSD
                         Elsa Cordeiro       do PSD
                         Mendes Bota        do PSD
                         Pedro Roque        do PSD

           O deputado pelo Algarve PAULO SÁ, do PCP, votou contra a lei,
                        assim como os deputados do PS e do BE.

O Presidente da República Cavaco Silva, promulgou a lei em 17 de Janeiro de 2013.

Assim, contra a vontade das populações, contra a opinião da Assembleia Municipal, da Câmara Municipal, das freguesias do Município e do Conselho Municipal da Juventude, passam a existir em Lagos apenas as freguesias seguintes:

                         Luz
                         Odiáxere
                         União das freguesias de Santa Maria e S. Sebastião
                         União das freguesias de Bensafrim e Barão de S. João

    POR  TODO O  PAÍS  CONTINUA  A  LUTA  CONTRA  ESTA  LEI

A CDU entende que, de acordo com a  Constituição da República, as populações e as autarquias locais não devem cruzar os braços, e podem prosseguir  a defesa das suas freguesias, desprezadas pelo governo PSD/CDS.

É possível apresentar recurso ao Poder Judicial, incluindo o Tribunal Constitucional.

  A CDU AFIRMA QUE CONTINUARÁ  A  ESTAR  COM  AS INICIATIVAS  QUE  FOREM  TOMADAS  COM  ESTE  OBJECTIVO, NA  DEFESA  DOS ORGÃOS DO  PODER  LOCAL.

LAGOS, JANEIRO.2013

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A VARIANTE DA EN125 NO ODIÁXERE


A  VARIANTE  DA  EN125  NO  ODIÁXERE
                                      
                           MAIS UMA VEZ ENGANADOS
                                      
Há anos que a população da vila do Odiáxere espera que o governo execute a variante da EN125, para retirar do interior da vila o trânsito da ligação rodoviária Lagos-Portimão.                                   

O atravessamento do Odiáxere por veículos automóveis é um perigo para os peões, além do ruído incomodativo para o sossego das pessoas provocado pelos veículos pesados.

Esta obra foi projetada, foi aprovada e foi adjudicada, mas o governo PSD/CDS, sem se preocupar com o bem estar da população, com a desculpa da crise ordenou, sem razão, a paragem dos trabalhos.

          CDU  NÃO PODE  ACEITAR   ESTA SITUAÇÃO

Por isso, apresentou, na Assembleia Municipal de Lagos, em 27 de Dezembro de 2012, uma moção de protesto intitulada “MAIS UMA VEZ ENGANADOS”, que foi aprovada por unanimidade, para ser enviada ao governo e à Assembleia da República.

                                            Ainda não houve resposta.

Para a CDU, é inaceitável que o governo PSD/CDS mantenha, no século XXI, esta situação tão prejudicial para o Odiáxere.

A  CDU  REPETE,  MAIS  UMA  VEZ  ENGANADOS  PELO  GOVERNO PSD/CDS.


 LAGOS, JANEIRO.2013

domingo, 27 de janeiro de 2013

CDU - PARTICIPAÇÃO EM DISCUSSÃO PÚBLICA




PARTICIPAÇÃO DA CDU NA DISCUSSÃO PUBLICA
 DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO REGULAMENTO 
DOS PERÍODOS DE FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS  
DE VENDA AO PUBLICO E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO MUNICÍPIO DE LAGOS
                                                                            
  Do decorrer das sessões de discussão publica das propostas de alteração ao regulamento em vigor, ressaltou claramente a insensibilidade da Câmara Municipal para compreender todo o problema em causa.
  Mostrou mesmo ser incapaz de o identificar, centrando a questão principal nas vantagens a atribuir, em exclusividade, aos novos estabelecimentos da Futurlagos sobre os estacionamentos da frente ribeirinha, e limitando as condições de funcionamento dos outros estabelecimentos..
  Nem sequer foi percebido que a difícil situação actual em Lagos atinge duramente o sector de restauração e bebidas, cuja actividade e bom funcionamento são essenciais  para a vida económica  e turística do Município e para o bem estar da população.
  Verifica-se, de facto, pela movimentação e perturbação geral provocadas, que foi inoportuno introduzir mais este factor de instabilidade, aumentando as preocupações do sector, e criando inquietação na população.
  Ora as duas questões, ruído e horários, são distintas, portanto devem ser tratados em regulamentos separados.
  Sobre o ruído, existe legislação geral nacional, para proteger o direito ao sossego, visando a salvaguarda da saúde humana e bem estar das populações.
  O ruido que é produzido na via publica depois da meia noite, seja qual for a sua origem, é um problema de ordem pública, portanto da esfera das competências das forças de segurança.
  O ruido que é emanado de estabelecimentos, é da responsabilidade do seu autor, a quem compete tomar todas as medidas para o evitar, com o   cumprimento das leis e regulamentos, gerais e municipais.
  Da mesma maneira, compete aos responsáveis pelos estabelecimentos tomar as precauções necessárias, em obras, equipamentos ou outras, para se prevenir de reclamações.
  A regulamentação municipal das penalizações aos prevaricadores deve ser de molde a garantir a sua eficácia, na restrição do horário de funcionamento, no encerramento temporário e nos aumentos dos montantes das coimas.
  À fiscalização, camarária e policial, compete a responsabilidade de verificar o cumprimento de todas as disposições aplicáveis, e, em qualquer momento, informar e sensibilizar os responsáveis pelos estabelecimentos.
  Sobre os horários de funcionamento dos estabelecimentos, não há justificação para alterar o regime actual, pois que não há reclamações de residentes e turistas, e satisfaz o sector de actividade.
  Igualmente, não há legitimidade para serem criados horários de estabelecimentos em privilégio ou exclusividade, nem que permitam decisões discricionárias.
  O 5º grupo a criar em regulamento, deverá abranger todos os estabelecimentos que se situem afastados das áreas residenciais.
  Ainda sobre o ruído, chama-se a atenção para que o Plano Municipal de Redução de Ruido está em falta desde 2009, e para o não cumprimento da presentação bienal à Assembleia Municipal do Relatório sobre Estado do Ambiente Acústico Municipal.

Lagos, 24.Janeiro.2013

                                                    A Coordenadora de Lagos da CDU

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

COMÍCIO DO PCP EM FARO - 2 DE FEVEREIRO


Direcção da Organização Regional do Algarve
                   
2 de Fevereiro - PCP realiza comício com Jerónimo de Sousa em Faro
                                        
No próximo dia 2 de Fevereiro, pelas 16 horas, realizar-se-á um comício em Faro – instalações da Cooperativa COOBITAL – com a participação do Secretário Geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
                                                            
Esta iniciativa de âmbito regional, surge integrada na campanha nacional que o PCP está a realizar contra a política de exploração e empobrecimento que está em curso, pela demissão do governo e por uma política e um governo patriótico e de esquerda.

Num momento em que se assiste no Algarve a uma escalada sem precedentes nos níveis de desemprego, no encerramento de empresas, na redução dos salários, no aumento da pobreza, da exploração e da emigração, a realização deste comício constitui, não apenas uma inequívoca afirmação da necessidade de uma ruptura e uma mudança na vida nacional, mas também, um apelo à intensificação da luta dos trabalhadores e das populações, designadamente à mais ampla participação na jornada nacional de luta convocada pela CGTP-IN para 16 de Fevereiro e que, no Algarve, terá expressão em Vila Real de Santo António, Faro e Portimão.

Um comício que integra um vasto conjunto de acções do PCP que decorrerão ao longo do ano de 2013 e das quais se destacam as comemorações do Centenário do nascimento de Álvaro Cunhal e que terão neste dia 2 uma primeira expressão no Algarve.

O Secretariado da DORAL do PCP



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

COMÍCIO EM FARO


Comício em Faro, 2 de Fevereiro 
   
com Jerónimo de Sousa     
              
                 
"RESGATAR PORTUGAL DA DEPENDÊNCIA,
RECUPERAR PARA O PAÍS O QUE É DO PAÍS,
DEVOLVER AOS TRABALHADORES E AO POVO OS SEUS DIREITOS,
SALÁRIOS E RENDIMENTOS!"

domingo, 20 de janeiro de 2013

COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DE ÁLVARO CUNHAL


Abertura das Comemorações 

do Centenário de Álvaro Cunhal

                                                                   

Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, Lisboa, 

 Sessão Pública de Abertura 

das Comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal

                                                                        


Iniciamos aqui, o ano das comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, figura maior do Portugal contemporâneo, referência incontornável da luta do nosso povo pela liberdade, a democracia, a emancipação social e humana dos trabalhadores e dos povos, assumido protagonista da história e do desbravar dos caminhos da construção de uma “terra sem amos”.

Comemorações que serão um momento de reconhecida homenagem ao homem de coerência, de firmes convicções humanistas, inteireza de carácter, ao comunista – militante abnegado, dirigente político experimentado e estadista –, ao intelectual, criador multifacetado e ao artista produtor e teorizador do belo na arte e na vida dos homens e do seu povo.
Com um pensamento e visão do país e do mundo que se projectam no futuro, Álvaro Cunhal, deixou-nos há pouco tempo. Ecoam muito vivas na nossa memória e perto das nossas vidas a força das suas palavras, da sua intervenção e acção no tempo presente, vivendo os problemas, as tarefas, os combates centrais que hoje travamos em defesa dos trabalhadores, do nosso povo e do país, e que eram os seus combates e do seu Partido de sempre – o PCP – que ajudou a construir, com um contributo inestimável, com a identidade que nos orgulhamos de possuir, preservar e afirmar.

Por isso, Álvaro Cunhal, não é apenas fonte de inspiração, de ensinamento, de exemplo que nos mobiliza e referencial teórico para os combates que hão-de vir, é mais do que isso, é um combatente que nos acompanha com a sua opinião e análise muito concretas de resposta a problemas reais do nosso país e do nosso povo e no rasgar de novos horizontes para Portugal, hoje tão necessários para libertar o país do rumo para o declínio e de uma vergonhosa sujeição e dependência a que a política de direita, de recuperação capitalista e latifundista, conduziu e continua a conduzir o país.
As comemorações que agora se abrem não visam promover qualquer culto da personalidade. Culto que Álvaro Cunhal sempre combateu e ao qual dedicou em o “Partido com Paredes de Vidro” avisadas palavras quer sobre o fenómeno da deificação dos vivos, mas igualmente dos mortos e em relação aos quais, a prestação de uma justa homenagem jamais se poderia traduzir numa “desencorajadora subestimação do papel dos vivos” da sua luta e acção, aos quais cumpre, como afirmava, com a sua “ investigação, a análise e o espírito criativo, o estudo e a interpretação dos novos fenómenos” que o devir da sociedade sempre coloca.

Uma homenagem, portanto, não para incensar e endeusar – utilizando as suas próprias palavras –, mas de reconhecimento do seu valor e para aprender com os seus ensinamentos, o seu exemplo e que neste momento de mistificação e generalizações grosseiras, pode e deve servir também para demonstrar que a política é uma actividade nobre e imprescindível na vida dos homens.
Uma homenagem que é indissociável da identificação de Álvaro Cunhal com o PCP e o seu projecto. Temos afirmado que Álvaro Cunhal não era o que foi sem o PCP e o PCP não seria o que é, com as suas características, sem o contributo de Álvaro Cunhal.

A sua intensa e diversificada intervenção política, a riqueza, diversidade e profundidade do seu trabalho teórico, que resultou do estudo atento e aprofundado da realidade, do seu domínio das teorias e método de análise do marxismo-leninismo que assimilou de forma criativa e lhe permitiu conhecer a sociedade portuguesa nos seus processos globais, responder aos seus problemas, apontar os caminhos do seu desenvolvimento, numa perspectiva de defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país.
Um abundante e válido património que mantém toda a actualidade e que não é apenas um precioso legado do PCP, mas do país e de todos os que aspiram ao conhecimento e à concretização de um mundo melhor e mais justo.

A melhor prova do reconhecimento da validade e actualidade do seu pensamento e da sua obra está bem patente na recente confirmação pelo XIX Congresso do PCP da manutenção dos objectivos e propostas fundamentais do Programa do PCP, hoje denominado: «Uma Democracia Avançada – Os valores de Abril no futuro de Portugal», na concepção do qual, Álvaro Cunhal, deu um importante e singular contributo.
Num Congresso onde esteve presente o país real, o país devastado pela intervenção estrangeira e pela actual política de ruína nacional. Um Congresso que apontou os caminhos para resgatar Portugal e devolver ao país o que é do país, e ao povo a sua soberania e o seu direito ao desenvolvimento, ao crescimento, ao emprego e o direito dos trabalhadores e do povo a uma vida digna.
Um Congresso que assumiu a tarefa do enriquecimento desse Programa que se revelou de uma grande profundidade e sentido de futuro e que é a resposta alternativa dos comunistas portugueses à crescente colonização económica pelas grandes potências da União Europeia e ao domínio do capital monopolista nacional e internacional sobre o nosso país e a vida dos portugueses.

Um programa estratégico para a concretização de um verdadeiro programa de desenvolvimento do país para a actual etapa histórica, parte integrante e constitutiva da luta pelo socialismo e cuja realização é igualmente indissociável da luta que hoje travamos pela concretização da ruptura com a política de direita e da materialização de uma política patriótica e de esquerda.
Um Programa que define um projecto de Democracia Avançada que assenta na definição básica de que a democracia é simultaneamente política, económica, social e cultural, e que Álvaro Cunhal perspectivava e caracterizava como um “regime democrático que proceda a realizações progressistas de carácter não capitalista” para realizar cinco objectivos fundamentais:

- Um regime de liberdade no qual o povo decida do seu destino e um Estado democrático representativo e participado;
- Um desenvolvimento económico assente numa economia mista, liberta do domínio dos monopólios, ao serviço do povo e do país;
- Uma política social que garanta a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo;
- Uma política cultural que assegure o acesso generalizado à livre criação e fruição culturais;
- Uma pátria independente e soberana com uma política de paz e cooperação com todos os povos.

Um programa que surge no seguimento da Revolução Democrática e Nacional e das análises às características do capitalismo português que Álvaro Cunhal estudou e cujas teses essenciais estão expressas na obra “Rumo à Vitória”. Nessa obra marcante na qual se definem a estratégia e as tarefas do Partido que haviam de ajudar a construir o caminho que conduziu à Revolução de Abril e contribuir para determinar a sua natureza, numa resultante onde a teoria se assumia como força material na acção impetuosa das massas populares e na acção dinâmica da aliança Povo-MFA que Álvaro Cunhal, antes de todos, caracterizou e apontou como o motor da Revolução.
Foi a partir da investigação aprofundada da realidade portuguesa, que Álvaro Cunhal mostrou que a formação dos monopólios em Portugal tinha a particularidade de não ser o resultado da livre concorrência capitalista, com a consequente concentração e centralização da riqueza, mas uma construção forçada e determinada pela utilização do poder coercivo do Estado para favorecer o grande capital e os grandes agrários, através dos mais variados métodos de espoliação e empobrecimento das camadas e classes populares e da usurpação dos recursos do país.
Um processo assente na mesma lógica e com os mesmos propósitos que estiveram presentes no processo de recuperação capitalista e restauração monopolista dos últimos anos em Portugal, cujo domínio sobre a economia e a vida do país é, tal como no passado, a principal causa do trajecto de regressão económica e social do país, da crise e da dimensão que esta mesma crise atingiu no quadro da crise sistémica do capitalismo internacional.

Crise nacional que Álvaro Cunhal previa e com uma premonitória visão anunciava, em consequência da ofensiva da política de direita que se vinha desenvolvendo contra Abril e as suas conquistas.
Desde muito cedo, já nos idos anos 80 e tendo como horizonte o ano 2000, Álvaro Cunhal, num célebre colóquio de horas, com centenas de jovens na Faculdade de Direito, em diálogo com esses mesmos jovens a quem sempre dedicou uma particular atenção, para valorizar o seu papel e da sua luta na solução dos seus próprios problemas e do país, nos confrontava com as consequências das opções de uma política que não só renunciava às novas perspectivas de desenvolvimento que a Revolução de Abril com as transformações operadas nas estruturas socio-económicas abriam, como pelo contrário seguiam o rumo inverso da sua destruição.

Dizia então “segundo o curso da política nacional, podemos chegar ao ano 2000 em duas situações e duas perspectivas completamente diferentes. Se continua a política que tem sido seguida … (de destruição das transformações democráticas), podemos chegar ao ano 2000 com Portugal ainda mais atrasado (...) mais atrasados relativamente aos países da Europa do que hoje estamos e eventualmente mesmo mais atrasados em termos absolutos.” Trata-se, afirmava, de uma perspectiva sombria de desenvolvimento.
Por isso, contrapunha e afirmava a existência de outra perspectiva, operada na base da Constituição da República e de quatro pressupostos indispensáveis, à cabeça dos quais se encontrava o fim da ofensiva contra as transformações verificadas com a Revolução de Abril, a dinamização de todas as formações económicas indistintamente e da consideração de três grandes linhas orientadoras, que então, Álvaro Cunhal e o seu Partido colocavam para a tarefa prioritária da recuperação económica do país: o aumento da produção nacional (questão vital e eixo fundamental de toda a política de desenvolvimento); o saneamento financeiro ( que hoje, por maioria de razão, implica a renegociação da dívida) e o melhoramento das condições de vida do povo (onde se incluía o aumento do seu poder compra) – três linhas que não se excluem, antes se consideravam compatíveis, complementares e interdependentes. Três linhas que hoje se deviam continuar a considerar inseparáveis, apesar das alterações verificadas e que impõem e exigem outras políticas e medidas de reversão do actual domínio dos poderosos grupos económicos.

A realidade do país que se apresenta nestes primeiros anos do século XXI – regressão acentuada da capacidade produtiva, mais de uma década de prática estagnação e recessão económica, desemprego brutal e regressão social acentuada, aumento inconsiderado da dívida privada e pública, forte e crescente empobrecimento dos portugueses, aumento das desigualdades e da exploração do trabalho – não só confirmam as previsões de Álvaro Cunhal, como são um libelo acusatório contra uma política de desastre nacional, conduzida pelos governos do PSD, PS e CDS.
Uma política que haveria de acabar por entregar os destinos do país à intervenção estrangeira, concretizada num Pacto com o FMI/UE/BCE, a que justamente chamamos de Agressão, promovido pelos mesmos interesses e os mesmos protagonistas que conduziram Portugal à crise que hoje enfrenta. Pacto de Agressão que não só está a levar o país para o abismo, como a arruinar a vida dos portugueses.
Uma evolução desastrosa que não está desligada das opções tomadas de adesão à CEE (hoje União Europeia) e das condições em que tal adesão se realizou.

Uma adesão que tinha como principal objectivo dos seus promotores forçar e justificar a recuperação capitalista em Portugal, como denunciava Álvaro Cunhal e o PCP, e não as proclamadas promessas de ajuda e de vantagens do acesso da nossa economia a um mercado de milhões de pessoas que os seus promotores anunciavam.
Nesta matéria, registemos a justeza das advertências de Álvaro Cunhal “É uma visão idílica imaginar que o Mercado Comum é uma associação de países ricos filantrópicos prontos a «ajudar» os países mais atrasados” e para afirmar depois “Quanto mais se aprofunda o estudo e a análise mais se fortalece a certeza de que a integração de Portugal (..) representaria, a par da restauração dos monopólios, um verdadeiro desastre para a economia portuguesa tal como para a própria independência nacional.”
Os impactos negativos e a acção destruidora desencadeada com a adesão, nos sectores produtivos e nos sectores estratégicos nacionais e as graves limitações e condicionamentos ao desenvolvimento do país, que se tornaram ainda mais perniciosos e trágicos com a adesão ao Euro, aí estão para comprovar a exactidão de tais análises.

Os incessantes aprofundamentos da integração capitalista da União Europeia de expropriação crescente de áreas de soberania, nomeadamente com o Tratado de Lisboa, mas também os novos instrumentos de domínio político como a governação económica e o tratado orçamental, que estão a transformar Portugal num país colonizado e que confirmam igualmente as preocupações e os perigos crescentes para o país e, particularmente para a soberania e independência nacionais.
Perigos que se ampliam com a política de venda do país - do seu património, das suas empresas, dos seus recursos naturais - ao estrangeiro e que é bem a expressão da política de submissão nacional das classes dominantes nacionais.
Independência nacional que assume nas preocupações e pensamento de Álvaro Cunhal um papel destacado, com uma contribuição inestimável na elaboração das orientações do PCP para uma política consequente e de princípios de defesa da soberania e da independência nacionais.
Uma política não isolacionista que defende a cooperação internacional em que decisões internacionais sejam obtidas em pé de igualdade, com reciprocidade de vantagens, com respeito pela independência e soberania dos Estados e povos.

A política nacional e europeia ao serviço do capital monopolista assume hoje, com o actual governo do PSD/CDS e o Pacto de Agressão, uma preocupante dimensão que está a tornar insustentável a vida dos trabalhadores e do povo.
O ano de 2012 saldou-se em mais um ano de profunda recessão que destruiu vidas e emprego, numa dimensão sem precedentes e por uma ofensiva, também ela sem antecedentes contra os rendimentos do trabalho e pensões de reforma, os direitos e prestações sociais que atingiram de forma severa a vida de milhões de portugueses.
Também o ano de 2013 que agora se inicia está já marcado pela perspectiva da concretização, com as medidas previstas no Orçamento de Estado, pelo maior saque fiscal de sempre em democracia, e por novas e ainda mais gravosas medidas de austeridade com cortes e mais cortes nos direitos sociais, nos salários e pensões, nos serviços públicos, dando mais um passo no empobrecimento de milhões de trabalhadores e pensionistas.

Estamos perante uma espiral de medidas de austeridade que seguem umas atrás das outras e que tem, na operação em curso da chamada “reforma do Estado social”, a concretização de levar ainda mais longe a política de empobrecimento generalizado e a liquidação das conquistas sociais do povo português.
Numa lógica que nos traz à memória aquela metáfora que Álvaro Cunhal utilizou, a partir do romance de Jack London que descrevia uma luta entre cães – entre um buldogue e um cão-lobo – para caracterizar o papel do FMI face aos países que lhes caem nas mãos. Ao princípio, o lobo, ágil e agressivo, esquiva-se e assesta várias vezes os dentes no buldogue. Entretanto o buldogue, rápido consegue apanhar com os dentes o pescoço do lobo. Apanha apenas um pouco de pele, mas não o larga mais. O lobo salta, tenta libertar-se, mas o buldogue não o larga e a pouco e pouco avança, apanha mais e mais pêlo do pescoço do lobo, até o estrangular. É assim o FMI, dizia Álvaro Cunhal, hoje dizemos, é assim que age a Troika do FMI e da União Europeia e que tem como ajudante de campo um governo submisso a quem falta a dignidade do cão-lobo e que tudo faz para apressar tal desfecho.

Desfecho que não podemos permitir, com a nossa luta e com a luta do nosso povo!
É por isso que é justa a batalha que travamos pela exigência de ruptura com o Pacto de Agressão e pela renegociação da dívida para libertar o país de tal ameaça!
Mas o que desta evolução ressalta igualmente é a confirmação como verdadeira da tese que afirmava que são inseparáveis e complementares as quatro vertentes principais da democracia: a económica, a social, a política e a cultural, em relação à qual Álvaro Cunhal chamava à atenção. Uma tese que se vulgarizou na expressão “ atacada uma, atacam-se todas”, mas que o rigor de Álvaro Cunhal mostrava, também a partir da nossa própria experiência, ser a económica a determinante. Atacada esta como foi atacada, seguir-se-iam todas as outras, como o têm sido. Veja-se a profundidade do ataque à democracia social – leis laborais, direito à saúde, à educação, à protecção social - , mas também à democracia cultural, tal como à democracia política, que tem no ataque à Constituição da República que hoje assume com o governo de Passos e Portas uma dimensão preocupante e perigosa, quer pela deliberada acção da sua violação na prática, quer pela ofensiva ideológica visando a sua completa subversão.

A grave situação que o país enfrenta e o rumo de declínio e ruína nacional que está em curso com este governo do PSD/CDS e a sua política, coloca como um imperativo da hora presente a ruptura com tal caminho.
Ruptura que implica dar força à luta pela demissão do governo e a devolução da palavra ao povo, em eleições antecipadas.
Luta que assume hoje, tal como no passado, um papel decisivo e determinante.
Luta que, como afirmava Álvaro Cunhal, é o motor que faz avançar os acontecimentos e a roda da história. Difícil, sem dúvida, enfrentando poderosos meios, naturalmente, mas sempre o único caminho para levar de vencida a realização de um Portugal de progresso e de futuro.
Do valioso e imenso legado que nos deixou, está esse combate central de denúncia do capitalismo como sistema explorador e opressor e a convicção com que afirmava o socialismo como a alternativa e a mais sólida perspectiva de evolução da Humanidade

Aqui no país e no movimento comunista internacional, cujas experiências e processos acompanhava com atenção, solidariedade e reflexão independente.
Isso está patente na concepção de socialismo que o nosso Programa consagra.
Uma concepção que é produto do pensamento próprio do Partido, mas que tem o seu valioso contributo e que está expresso na definição do conjunto de características que o projecto socialista deve assumir e na sua e nossa afirmação de sempre que não há “modelos” de revolução, nem “modelos” de socialismo.
Uma concepção de socialismo que responde às especificidades nacionais e leva também em conta as lições da experiência revolucionária mundial.
Uma concepção que parte das leis gerais de edificação socialista e dessas experiências, para afirmar um projecto socialista para Portugal.

Esse projecto onde se expressam como objectivos fundamentais da revolução socialista, a abolição da exploração do homem pelo homem, a democracia em todas suas vertentes, a intervenção permanente e criadora das massas populares, a elevação constante do bem-estar material e espiritual dos trabalhadores e do povo em geral, o desaparecimento das discriminações, desigualdades, injustiças, a concretização de uma vida de igualdade de direitos do homem e da mulher e a inserção da juventude na vida do país, entre outras, e se definem em cinco grandes áreas - no sistema político, no sistema económico, no sistema social, na plano da cultura e no plano ético - as características desse projecto.
Num momento em que o capitalismo está mergulhado numa das mais profundas crises da sua história, a necessidade e actualidade do ideal e projecto socialista afirma-se como a solução no futuro dos povos, também a obra e o pensamento de Álvaro Cunhal se projecta como um contributo inestimável na conquista desse horizonte de realização e emancipação humana.

Figura notável do nosso tempo, em todo o seu exemplo de combatente transparece um desejo de futuro e de confiança. Desejo de futuro de realização desse sonho milenar da construção de uma sociedade liberta da exploração do homem por outro homem. De confiança nos trabalhadores, no povo, na sua capacidade de construir a história com a sua luta e dar corpo ao sonho que continua a alimentar e dar sentido às nossas vidas!

Ver aqui: http://www.pcp.pt/abertura-das-comemora%C3%A7%C3%B5es-do-centen%C3%A1rio-de-%C3%A1lvaro-cunhal

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

ÁLVARO CUNHAL CENTENÁRIO


COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ÁLVARO CUNHAL
                 

Vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro

                           


Sessão Pública    

ABERTURA DAS COMEMORAÇÕES

                
19 DE JANEIRO, 2013
FACULDADE DE MEDICINA DENTÁRIA

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

RELATÓRIO DO FMI : AGRESSÃO AO POVO E AO PAÍS

Relatório do FMI: operação do governo na política de agressão ao povo e ao país
                                                                                 
Nota do Gabinete de Imprensa do PCP
                                                  
Terça 15 de janeiro de 2013
                                                              

1- Nos últimos dias o país foi sacudido com a divulgação intencional do chamado relatório do FMI em torno dos ditos cortes na despesa pública. Uma operação desencadeada em perfeita articulação com o actual Governo – autor material da orientação e conteúdo fundamental do dito relatório – que, numa repetida estratégia de terror junto da população, põe na boca de outros ameaças inqualificáveis às condições de vida dos trabalhadores e do povo português, para mais adiante facilitar a aceitação de mais medidas gravosas que o próprio se encarregará de apresentar.
Simultaneamente, com esta divulgação, o governo PSD/CDS procurou apagar do debate público as consequências do início da concretização do pior Orçamento do Estado desde os tempos do fascismo, da sua política de agressão aos trabalhadores, ao povo e ao país, que terá já efeitos nos próximos dias, por via do roubo nos seus salários e pensões dando-se mais um passo no empobrecimento de milhões de trabalhadores e pensionistas.
2- O PCP não subestima no entanto esta operação. Na continuidade de mais de três décadas de política de direita, no último ano e meio – com a concretização do Pacto de Agressão assumido pelo PS, PSD e CDS com a UE, o FMI e o BCE – o país foi arrastado para uma depressão económica, com milhões de portugueses em empobrecimento acelerado e o desemprego a atingir mais de um milhão e duzentos mil trabalhadores. Simultaneamente assistiu-se a um ritmo vertiginoso de falências e encerramentos de empresas, impôs-se uma quebra histórica e irreparável nos níveis de investimento, avançou-se na venda criminosa dos recursos e empresas estratégicas nacionais ao grande capital, o país ficou ainda mais amarrado a laços de dependência que comprometem a sua soberania e o futuro. Exploração e empobrecimento do povo e do país, para servir a banca e o grande capital nacional e estrangeiro, é essa a matriz da actual política que o governo quer prosseguir.
Tal como aponta o dito relatório do FMI, o governo não tem feito outra coisa que não seja a de: despedir trabalhadores na Administração Pública; cortar no subsídio de desemprego, no abono de família e noutros apoios sociais; cortar nos salários e nas reformas; aumentar taxas moderadoras e outros serviços que deveriam ser gratuitos. Uma intervenção em confronto aberto com a Constituição da República e que, responsabilizando o FMI e a União Europeia, é sobre o Governo e o conjunto dos partidos que abriram as portas à Troika que recai a primeira e mais greve responsabilidade.
3- Em nome de uma dívida pública e de um défice que não param de crescer, os partidos da troika nacional, apontam para a falsa dicotomia entre a necessidade de diminuir a despesa do Estado para não aumentar mais os impostos. Querem criar a falsa ilusão de que o povo português tem o direito de escolher a forma de empobrecer. É a mentira em estado puro vendida em doses massivas pelos principais propagandistas do rumo de desastre que está em curso.
Na verdade, é sobre o trabalho, o consumo das famílias e as pequenas empresas que estão a subir os impostos, ao mesmo tempo que os rendimentos do grande capital continuam intocáveis e em visível acumulação e concentração.
Na verdade, é sobre as funções sociais do Estado, é sobre o investimento, que estão a recair os cortes orçamentais, ao mesmo tempo que se aumenta a despesa do Estado com milhares de milhões de euros pagos em juros, com os apoios directos à banca, com as rendas entregues aos monopólios por via das chamadas PPP's.
O chamado debate sobre a “Reforma do Estado Social” é por isso um embuste, uma forma de enganar o povo para que este aceite como natural viver na miséria, ao mesmo tempo que um punhado de banqueiros e outros capitalistas acumulam fortunas e privilégios.
4- Para o PCP, há muito que este Governo perdeu a sua legitimidade. Age contra os interesses do povo e do país, submete-se aos interesses do grande capital e das grandes potências estrangeiras, viola sistematicamente a Constituição, não tem o reconhecimento do povo e de muitos dos que nele votaram. O país não aguenta mais. O país não aguenta nem as medidas inscritas neste relatório do FMI, nem os sucedâneos que o governo venha a encontrar. Em milhões de portugueses cresce a consciência de que só a derrota deste governo e desta política, só a sua luta, poderá abrir caminho a uma vida melhor.
É na renegociação da dívida pública, é na melhoria dos salários e dos rendimentos dos trabalhadores e do povo, é na dinamização do aparelho produtivo nacional, é na recuperação do controlo público dos sectores estratégicos da economia, é na tributação efectiva dos rendimentos do grande capital, é na recuperação integral da soberania do país, é, no fundo, numa política patriótica e de esquerda que está a resposta, não apenas ao cumprimento desta ou daquela função do Estado, mas a resposta a um outro rumo de progresso e de bem estar social.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

COMUNICADO DA DORAL DO PCP




Direcção da Organização Regional do Algarve
                                          
Comunicado da reunião da DORAL – 11 de Janeiro de 2013
                                                                                                          
A Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP reunida a 11 de Janeiro, tendo procedido à discussão e aprovação do Plano de Trabalho para 2013, fez também uma avaliação da situação económica e social na região - cujo dramático agravamento reclama ainda mais a intensificação da luta dos trabalhadores e das populações para pôr fim ao rumo de desastre nacional que está em curso - e apontou orientações e medidas visando a intensificação da iniciativa política e o indispensável reforço do PCP.

1.- No início de 2013 o Algarve está confrontado com a mais profunda crise desde os tempos do fascismo. O desemprego atinge mais de um quarto da população activa; sucedem-se os encerramentos de empresas e a destruição de postos de trabalho; o principal sector de actividade – o turismo e actividades conexas– empolado durante décadas em detrimento da actividade produtiva enfrenta um longo Inverno; a construção civil entrou há largos meses em colapso; o investimento público recuou para níveis de meados do século passado; as autarquias onde para lá de erros de gestão, asfixiadas financeiramente, acumulam dívidas, cortam no investimento, no emprego e na actividade, ao mesmo tempo que sobem taxas e tarifas municipais; os preços dos bens e serviços essenciais – energia, transportes, comunicações, etc - tiveram novos aumentos no início do ano; alarga-se o número de empresas com salários em atraso, as situações de lay-off e o generalizado incumprimento no pagamento do trabalho extraordinário; aumentam a exploração e a repressão em muitos locais de trabalho; o empobrecimento geral da população cresce em ritmo acelerado.

Esta realidade tenderá a agravar-se com a concretização do Orçamento do Estado para 2013, recentemente promulgado pelo Presidente da República e que, pela mão do Governo, está no essencial a concretizar o Pacto de Agressão assumido pelo PS, PSD e CDS com a União Europeia, o BCE e o FMI. Do conjunto das medidas e orientações gerais profundamente negativas que estão inscritas neste OE destacam-se as que visam aprofundar o roubo nos salários e pensões dos trabalhadores e reformados e que contrastam não só com os lucros dos grupos económicos, mas também com os intermináveis apoios dados ao grande capital financeiro de que são o mais recente exemplo os mais de 1100 milhões de euros de recursos públicos entregues ao BANIF.

Com o roubo de salários e pensões, o ataque a direitos dos trabalhadores, o corte das prestações sociais como o abono de família ou o subsídio de desemprego, o objectivo de extinção de freguesias (17 no Algarve), a imposição de portagens na Via do Infante, o estrangulamento financeiro da Universidade do Algarve, a ameaça de fusão e diminuição de valências dos hospitais da região (Lagos, Portimão e Faro), a tentativa de encerramento da Pousada da Juventude de Aljezur, o cancelamento parcial da requalificação da EN125, o insuficiente e moroso apoio às populações vítimas dos fogos florestais ou de intempéries (Tavira, São Brás de Alportel, Silves e Lagoa), a tentativa de privatização da ANA – Aeroportos, da TAP, da RTP ou da Lusa, o Governo perde a cada dia que passa a sua base social de apoio, actua em claro confronto com a Constituição da República coloca-se fora da Lei.

A derrota deste Governo e da política de direita que há mais de trinta anos atinge o país, e a sua substituição por uma política patriótica e de esquerda constituiem assim um imperativo que só a luta dos trabalhadores e das populações do Algarve e do país está em condições de concretizar.

2.- A DORAL do PCP saúda a intensa luta dos trabalhadores e das populações na região realizada nos últimos tempos e apela à participação na jornada nacional convocada pela CGTP-IN, para o próximo dia 16 de Fevereiro em todos os distritos do país.

Trata-se de uma acção que, reclamando a demissão do Governo e uma mudança de política, assume particular significado quando, depois do massacre que têm sido os últimos anos, surgem novas ameaças de agravamento da exploração e do empobrecimento, como demonstram os elementos que foram recentemente divulgados pelo Governo, em articulação com o Relatório do FMI.

No seguimento de um dos mais intensos anos de luta, como foi o de 2012, a DORAL do PCP saúda igualmente as muitas lutas sectoriais e locais que estão em curso, designadamente: a luta dos trabalhadores do Sheraton Hotel em Albufeira confrontados com o lay-off; a luta dos trabalhadores das grandes superfícies pelo pagamento do trabalho extraordinário; a luta dos mariscadores e viveiristas da Ria Formosa pelo acesso ao fundo de compensação salarial; a luta dos professores com manifestação nacional marcada para o próximo dia 26 de Janeiro; a luta das populações das freguesias ameaçadas de extinção com várias acções previstas ao longo deste mês.

3.- Enquadrada nas orientações saídas do XIX Congresso do PCP (Dezembro de 2012), cujo êxito confirmou um Partido necessário e insubstituível aos trabalhadores e ao povo português, a DORAL do PCP aprovou do seu plano de trabalho para 2013, de onde se destacam:

  • a afirmação do PCP, do seu programa “Uma Democracia Avançada: os valores de Abril no futuro de Portugal”, da sua iniciativa política no plano regional, a par do seu reforço designadamente com o prosseguimento da campanha de recrutamento que está em curso.
  • a concretização da campanha “Resgatar Portugal da dependência, recuperar para o país o que é do país, devolver aos trabalhadores e ao povo os seus direitos, salários e rendimentos” com diversas iniciativas ao longo dos próximos meses, viradas para a afirmação de uma política alternativa patriótica e de esquerda para o país, e que abrirá com a realização de um comício no próximo dia 2 de Fevereiro no Algarve, com a participação do Secretário-Geral do PCP.
  • as comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, sob o lema “Vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro” com diversas iniciativas ao longo de todo o ano.
  • a preparação das próximas eleições autárquicas – batalha que também se insere na luta mais geral contra a política do Governo – defenindo como objectivo o reforço do número de votos e de mandatos da CDU, factor indispensável para defender os interesses das populações e do Poder Local Democrático.

A DORAL do PCP

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

AO JOSÈ CARLOS VASQUES, AMIGO E EMPENHADO CIDADÃO


Texto por José Veloso                                                        
AO JOSÉ CARLOS VASQUES, 
AMIGO E EMPENHADO CIDADÃO

                                                                                                                                                                                    

                                                           

O estado de saúde prenunciava, mas a notícia foi uma emocionante surpresa. Morreu o Zé Carlos. A sua amizade, de uma sinceridade pouco vulgar, criou-me o imperativo de cumprir publicamente a dívida que é a perda da sua convivência.


José Carlos Vasques foi um cidadão a que não escapava nenhum aspecto que interessasse a sua cidade estimada. Autodidacta, observador atento e perspicaz do que o rodeava, envolvendo-se intensamente em coisas e assuntos de interesse público, possuidor duma fenomenal capacidade de memória, transformou-se no repositório vivo da história e dos acontecimentos de Lagos, sempre com total disponiblidade para os dar a saber.


Firmemente avesso a protagonismo pessoal ou ao que lhe surgisse como adulação, que abominava, só por iniciativa de amigos foi possível a compilação de escritos e apontamentos do Zé Carlos, em livro que logo surgiu como uma referência de indispensável consulta sobre Lagos.  


Discretamente, como viveu, José Carlos Vasques saiu para sempre de junto de nós. Essa comovente modéstia, que escondia um homem íntegro, fica na memória de todos os que o conheceram. Cumpre-nos não o esquecer.


José Veloso

Jan. 2013

 
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