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Num tempo muito inquietante, marcado por uma forte ofensiva ideológica, com a qual os média dominantes fazem chegar todos os dias a milhões de pessoas a desinformação organizada com o objectivo de servir e defender os interesses do grande capital, a leitura e divulgação de informação progressista e revolucionária é crucial para todos os que assumem como referência maior os valores e ideais de ABRIL!

A LUTA CONTINUA!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Opinião - Sem hesitação, agora CDU!‏



Sem hesitação, agora CDU!                         
Ruptura com a política de direita ou prosseguimento do rumo de afundamento do País, esta é uma das questões cruciais que os portugueses têm nas suas mãos decidir no próximo dia 5 de Junho.                                                                            Jorge Cordeiro      



E esta decisiva opção, com o que em si envolve de condenação desse rumo, penalização dos responsáveis, apoio e reforço da CDU enquanto condição indispensável para abrir caminho a uma outra política – será a razão porque se multiplicam as manobras de diversão, o semear de medos, os apelos à resignação e sobretudo a imensa operação de mistificação que PS, PSD e CDS têm em curso para mostrar diferenças onde só há semelhanças.
Convivendo com as teses de responsabilização dos portugueses sobre aquilo que deve ser assacado a trinta e cinco anos de política de direita – de que são exemplo a fantasiosa ideia de que «viveram acima das suas possibilidades»; ou de resignada aceitação perante as alegadas inevitabilidades – de que a repetida ideia de que «não há dinheiro» ou «antes assim, que pior» são síntese recorrente, os analistas e propagandistas do sistema insistem e voltam a insistir em que, agora, não é tempo de apontar responsáveis, que o que está, está, que o que é preciso é união.
Querendo tomar os portugueses por parvos, pedem aos trabalhadores e ao povo que fechem os olhos, que não olhem com olhos de ver para quem os enganou, para quem os arrastou para este presente cheio de dificuldades e, sobretudo, para quem os quer amarrar a um futuro sem perspectivas.
Vendo onde toda esta corrente de mistificação e engano desagua, fácil é perceber por que a fizeram nascer. Todas no seu conjunto, cada uma por si, somam para esse mesmo objectivo comum de animar artificiosamente uma escolha entre iguais enquanto condição para impedir ou condicionar a opção que pode comprometer o prosseguimento da política de direita.
Toda uma campanha para iludir – na base de uma estafada polémica sobre programas eleitorais (eles que têm dos compromissos eleitorais uma concepção de algo descartável «uso agora para deitar fora a seguir») – que quer PS, quer PSD e CDS, estão unidos por esse programa comum de ataque a direitos e de empobrecimento do País que subscreveram com o FMI, o BCE e a UE.
Toda uma campanha para iludir – na base de uma artificial retórica de acusações mútuas sobre responsabilidades mais ou menos próximas – o percurso comum na concretização da política de direita que conduziu o País a uma situação de declínio e dependência.
Toda uma campanha para iludir – na base de encenadas dramatizações sobre indigitações, maiorias e futuro governo – aquilo que emerge com meridiana clareza: que PS, PSD e CDS se preparam para juntar os trapinhos e impor, após as eleições, mais sacrifícios, injustiças e pobreza.
Contrapondo a estas manobras, agora é tempo de esclarecer e mobilizar para o voto na CDU enquanto condição para contribuir para derrotar a política de direita e dar força a uma política alternativa, patriótica e de esquerda.
Tempo de os trabalhadores e o povo não fecharem os olhos ou continuarem a dar ouvidos a quem lhes impõe uma vida cheia de dificuldades, mas sim de olharem para quem é responsável por este rumo e esta política de retrocesso, tempo de não se deixarem enganar de novo pelas falsas promessas ou pelas manobras de vitimização ou desresponsabilização.
Agora, o tempo é de, sem hesitações, confiar no PCP e na CDU, confiar em quem nunca faltou quando foi hora de defender os interesses, direitos e aspirações populares, em quem tem de facto uma política alternativa a pensar no País e nos trabalhadores.
Agora é tempo de não ir na velha conversa do PS sobre os perigos da direita, quando foi o PS quem no governo fez florescer a política de direita, quando anos a fio fez o que PSD desejaria poder ter feito, quando anos a fio decidiram e aprovaram juntos, PEC sobre PEC, Orçamento sobre Orçamento.
Agora, é tempo de dar força à CDU. Tempo de nos dirigirmos, nestes dias que faltam, aos trabalhadores e ao povo, a todos quantos nos dão razão, a todos quantos reconhecem que a CDU faz falta à luta pelos seus direitos, a todos que sabem que não somos iguais aos outros, a todos que assim pensando hesitam ainda sobre a utilidade desse voto, lhes dizemos:
Não hesitem! Está nas vossas mãos – e só nas vossas mãos e na vossa vontade – afirmar, com o vosso voto na CDU, que é tempo de isto mudar, que é tempo de não deixar para outros o que nós podemos decidir! Para que no dia 5 de Junho à noite sintam que fizeram aquilo que deveriam ter feito em defesa dos vossos próprios interesses, da defesa dos vossos direitos, da construção de um futuro digno a que justamente aspiram para vós e para os vossos filhos.

Jorge Cordeiro

Propostas do PCP - 50 medidas e acções para a Mudança

            Propostas concretas do PCP para uma política patriótica                    e de esquerda 

50 medidas e acções para a Mudança
                                                                                            
                                                                                                          
No seu compromisso eleitoral apresentado aos portugueses no dia 21 de Abril – e foi o primeiro partido a fazê-lo –, o PCP aponta caminhos e soluções para os problemas mais graves e cadentes que estão colocados ao povo e ao País.
Enriquecendo o conteúdo dessas linhas orientadoras do seu programa, na passada semana, pela voz do seu Secretário-geral, o PCP deu a conhecer 50 propostas concretas que assumem o carácter de «verdadeiros compromissos para a mudança».
Propostas, como sublinhou em conferência de imprensa Jerónimo de Sousa, que exprimem «um sentido de ruptura e mudança com o actual rumo de desastre nacional», indo simultaneamente «ao encontro das justas e legítimas aspirações de largos sectores da sociedade».

1 - Uma intervenção que responda ao problema do endividamento externo com a renegociação da dívida pública (prazos, juros e montantes).


2 - Diversificação das fontes de financiamento.

3 - Acção convergente com outros países vítimas da especulação financeira e do Euro.

4 - Aposta na produção nacional (produzir mais para dever menos).

5 - Redução das importações, a par do aumento das exportações e a diversificação das relações comerciais.

6 - Alargamento dos critérios de acesso, aumentando o número de trabalhadores abrangidos e prolongamento do período de atribuição do subsídio de desemprego, essencial para as situações de desemprego de longa duração.

7 - Alteração dos aspectos negativos do Código do Trabalho (designadamente o restabelecimento do efectivo direito à contratação colectiva).

8 - Alteração da legislação laboral da Administração Pública designadamente com a reposição do vínculo de nomeação público e alteração do Sistema de Avaliação e Desempenho.

9 - Fiscalização rigorosa do recurso ao lay-off combatendo a violação dos direitos dos trabalhadores, com a sobrecarga da Segurança Social e a redução dos salários.

10 - Adopção de um Programa Nacional de combate à precariedade e ao trabalho clandestino, que ataque este flagelo social, com vista à sua erradicação.

11 - Conversão automática dos falsos recibos verdes em contratos de trabalho, nas situações em que correspondam a trabalho permanente, atribuindo o ónus da prova à entidade empregadora.

12 - Aumento imediato do Salário Mínimo Nacional (SMN) para 500 €, valor que devia já vigorar desde Janeiro, e a sua actualização para pelo menos 600 euros até 2013.

13 - Aumento real do conjunto das pensões e reformas garantindo o aumento de 25 € para as de valor igual ou inferior ao salário mínimo nacional.

14 - Intervir no sentido de uma profunda revisão das políticas económica e monetária da UE que vise a adopção de um Programa para o Progresso Social e para o Emprego.

15 - Estabelecimento de um regime de preços máximos de energia, reduzindo a respectiva factura – electricidade, gás e combustíveis – para famílias e empresas.

16 - Fiscalização efectiva das práticas comerciais da grande distribuição, combatendo os abusos que arruínam os pequenos e médios produtores.

17 - Garantia de um rendimento mínimo nas explorações agrícolas familiares e unidades de pesca artesanal, pela criação de adequado seguro às suas actividades, combate à especulação do custo dos factores de produção – adubos, sementes, fito-fármacos, combustíveis – e defesa de preços justos à produção, com apoios aos pequenos agricultores e à agricultura familiar.

18 - Garantir a produção nacional de material ferroviário (em particular material circulante) nomeadamente com a mobilização de incentivos em torno de investimento em curso na ferrovia.

19 - Estabelecimento de valores referência das taxas de juro, margens (spreads) e comissões da Caixa Geral de Depósitos para um funcionamento adequado do mercado de crédito e proibição de alteração unilateral dos contratos.

20 - Promoção do consumo de produtos locais, designadamente em instituições públicas.

21 - Garantir uma intervenção do sector bancário público que apoie o investimento nas micro, pequenas e médias empresas e nas autarquias.

22 - Tabelamento do preço no primeiro arrendamento do imóvel, combatendo a especulação e garantindo preços mais acessíveis para a população.

23 - Revogação das normas penalizadoras do valor das pensões (factor de sustentabilidade e fórmula de actualização anual), que constituem um factor de aumento real da idade da reforma e de penalização do seu valor.

24 - Salvaguarda do direito à reforma aos 65 anos e possibilidade da sua antecipação sem penalizações para carreiras contributivas de 40 anos.

25 - Diversificação do financiamento da Segurança Social com base na riqueza criada, combate à fraude e evasão, cobrança de dívidas.

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26 - Proceder ao tratamento dos atendimentos sociais relativos a situações de carência económica e social realizados pelas diversas entidades, visando o apuramento estatístico desta realidade e a adopção de medidas de carácter excepcional que permita dar resposta a estas situações.

27 - Reposição do abono de família retirado ou diminuído a centenas de milhares de crianças e jovens com as recentes alterações.

28 - Pagamento a 100% da remuneração nas licenças de maternidade, paternidade e adopção para os trabalhadores da Administração Pública e sector privado e atribuição de um subsídio de nascimento ou adopção nos primeiros doze meses.

29 - Redução gradual e eliminação do pagamento especial por conta (PEC) para as micro e pequenas empresas, redução acrescida dos prazos de reembolso do IVA e introdução do “IVA de caixa” nas transacções com o Estado.

30 - Taxação de todas as mais valias bolsistas, das transacções financeiras e bolsistas e dos bens de luxo.

31 - Imposição da taxa efectiva de IRC de 25% ao sector financeiro, banca e seguros e agravamento de 20% (para 30%) na taxa aplicada aos lucros empresariais superiores a 50 milhões de euros.

32 - Renegociação e fim das Parcerias Público Privado.

33 - Aprovação de um novo estatuto da carreira docente, alteração do modelo de avaliação dos professores dando-lhe carácter formativo, no sentido da melhoria da qualidade pedagógica em vez da limitação na progressão da carreira.

34 - Correcção já no próximo ano lectivo das injustiças e desemprego docente causado pelo modelo de organização aplicado pelo Governo /PS e pelo processo da chamada «reestruturação da rede escolar».

35 - Distribuição gratuita dos manuais escolares para todo o ensino obrigatório, já a partir do próximo ano lectivo.

36 - Nova Lei do Financiamento do Ensino Superior, que garanta um adequado financiamento das instituições, para as funções de ensino e de investigação.

37 - Programa para garantir o acesso à consulta no próprio dia nos Cuidados Primários de Saúde, incluindo medidas especiais para a formação e contratação de médicos de medicina geral e familiar.

38 - Instituição da prescrição por DCI/princípio activo, garantindo a disponibilidade dos medicamentos mais baratos na farmácia e impedindo a cartelização em qualquer área do processo.

39 - Criar o Laboratório Nacional do Medicamento e incrementar a produção nacional.

40 - Reposição dos níveis de comparticipação dos medicamentos drasticamente reduzidos nos últimos anos.

41 - Suspensão dos encerramentos de unidades de saúde e reabertura das unidades injustificadamente encerradas.

42 - Critérios justos no sistema de transportes de doentes, garantindo o efectivo acesso a consultas e tratamentos a toda a população, e a igualdade dos custos de deslocação decorrentes da distância a percorrer até à unidade de saúde de referência, em especial aos mais carenciados e às populações mais isoladas.

43 - Criação do Defensor Público e alargamento dos critérios de atribuição do apoio judiciário e gratuitidade do acesso dos trabalhadores à justiça laboral.

44 - Combate determinado à corrupção e ao enriquecimento ilícito, criminalizando-o e dando meios e autonomia ao Ministério Público e à Policia Judiciária para cumprir esse objectivo.

45 - Reforço dos efectivos e meios para um policiamento de proximidade e uma política de segurança com mais prevenção.

46 - Consagração na lei da natureza civil de todas as forças e serviços de segurança.

47 - Revogação do actual Regulamento Disciplinar Militar.

48 - Regresso imediato dos contingentes militares no estrangeiro.

49 - Combater a imigração ilegal e rever a lei da imigração num sentido favorável à legalização de imigrantes e suas famílias; ratificar a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos dos Imigrantes e das suas Famílias.

50 - Garantir a existência de uma rede consular moderna, qualificada e de proximidade, que responda às necessidades dos portugueses a residir no estrangeiro, e ao enorme aumento da emigração; promover a expansão e qualificação do ensino da Língua e Cultura Portuguesas; fomentar o investimento dos emigrantes em sectores produtivos em Portugal, potenciando a captação das suas poupanças.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

ALMOÇO/CONVÍVIO CDU INICIO DE CAMPANHA FOTOS


Foi assim o almoço/convívio da CDU, que contou com presença de Paulo Sá, em que participaram cerca de 60 camaradas e amigos.
                                                                                                                                                                                     
O almoço realizou-se no Chinicato, no restaurante A Varanda.
As intervenções politicas ficaram a cargo de José Manuel Freire por parte da Concelhia do PCP-Lagos,
de Celso Costa como membro da lista CDU/ Algarve do concelho de Lagos,
e terminou com a intervenção de Paulo Sá cabeça de lista CDU/ Algarve.

Depois do almoço realizou-se uma distribuição de documentos pelo Chinicato.




sexta-feira, 20 de maio de 2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Boletim de voto Legislativas 2011


Boletim de voto Legislativas 2011  
                                                
 Não há que falhar   
Dia 5 de Junho   
Dar voz ao Algarve
                                                        '

sábado, 14 de maio de 2011

Campanha da CDU em Lagos

Campanha da CDU em Lagos
                                                                    
Realizou-se esta sexta-feira mais uma acção de rua CDU, esta acção contou com a presença do cabeça de lista da CDU pelo Algarve; Paulo Sá, e realizou-se na rua Hospital João de Deus, rua Infante de Sagres e praça Gil Eanes, foi dirigida em particular ao comércio tradicional.   
                                                                                 
Foi distribuído um novo documento, que contém a lista dos candidatos CDU pelo Algarve, assim como o programa eleitoral.
No sábado a campanha CDU deslocou-se a Odiáxere, e percorreu as ruas desta  vila do concelho de Lagos, tal como no dia anterior, o documento CDU foi muito bem recebido pela população, curiosa para ver quem são os candidatos algarvios da CDU, que concorrem a sufrágio a 5 de Junho.     

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O PROGRAMA NEOLIBERAL DA “TROIKA” FMI-BCE-U.E. PARA PORTUGAL:

O PROGRAMA NEOLIBERAL DA "TROIKA" FMI-BCE-UE PARA PORTUGAL
             Insensibilidade social,
 e ausência total de objectivos de crescimento económico e de emprego
                ESTUDO FEITO POR EUGÉNIO ROSA
                                                                                                                                            

A análise do “Memorando” do FMI-BCE-U.E., aceite prontamente pelo governo PS, pelo PSD e pelo,CDS leva à conclusão que ele se caracteriza, por um lado, pela ausência total de quaisquer objectivos a nível de crescimento económico e de aumento do emprego; por outro lado, por uma profunda insensibilidade social já que muitas das suas medidas vão atingir os grupos da população mais vulneráveis; e, finalmente, é um autêntico programa neoliberal, que visa transformar a economia e a sociedade portuguesa. Os únicos objectivos quantificados que existem no “Memorando “são os referentes à redução anual do défice, ao corte nas despesas públicas e ao aumento de receitas de impostos necessários para alcançar tais objectivos fixados arbitrariamente, pois não apresenta qualquer justificação técnica para os valores de redução do défice. Para além disso, contém uma numerosa lista de medidas, com um calendário muito apertado, cujo cumprimento rigoroso será controlado trimestralmente pelo “troika” que visam transformar a economia e a sociedade portuguesa no sentido neoliberal, que um governo PS ou PSD terá de implementar, sob vigilância apertada do FMI-BCE-EU.

O FMI/BCE/U.E. pretendem reduzir muito a procura e o défice orçamental à custa de uma diminuição significativa do nível de vida dos portugueses. Para isso pretende impor um conjunto numeroso de medidas, que referimos detalhadamente à frente neste estudo, cuja quantificação possível (e há muitas em que isso não foi possível) determinarão: 
(1) Uma redução dos rendimentos nominais dos trabalhadores e dos pensionistas em, pelo menos, 2.707 milhões € no período 2012-2013 através do congelamento dos salários e pensões, ou mesmo por meio de cortes; (2) Um corte que incide sobre os rendimentos anteriores dos trabalhadores, dos pensionistas, dos aposentados e dos trabalhadores atingidos pelo desemprego, através do aumento dos impostos que incidem sobre os seus rendimentos, em mais 725 milhões €, e embora a evasão e a fraude fiscal e contributiva atinja mais 7.000 milhões €/ano o “Memorando” prevê a recuperação só de 175 milhões € em 2012; (3) A aceleração da inflação, devido ao aumento do IVA (mais 810 milhões €), do Imposto de Consumo (mais 400 milhões €), e a uma ainda maior liberalização dos preços. Para que se possa ficar com uma ideia da redução do nível de vida dos portugueses que a medidas constantes do “Memorando” do FMI/BCE/U.E. determinarão basta dizer o seguinte: com uma taxa de inflação média anual de 3%, e admitindo que os rendimentos nominais dos trabalhadores, dos pensionistas, aposentados e dos desempregados não sofreriam reduções – e não é isso que vai suceder – verificar-se-ia nos 3 anos (2011-2013) uma diminuição de cerca de 10% no nível de vida dos portugueses. O “Memorando” da “troika” é um gigantesco programa de redução do nível de vida dos portugueses, com o objectivo de reduzir a procura interna e o défice orçamental. É importante referir que, contrariamente ao afirmado pelos funcionários da “troika”, muitas destas medidas atingem os grupos mais vulneráveis da população. São exs., o congelamento do salário mínimo nacional; a redução do subsidio de desemprego e das indemnizações; o pagamento de IRS sobre prestações sociais até agora isentas; o aumento da taxa do IVA de 6% e 13% para 23%; a criação de um novo imposto sobre o consumo de electricidade; a liberalização dos preços da electricidade e do gás; a subida significativa dos preços dos transportes; o aumento das taxas moderadoras no SNS e a redução significativa do nº de portugueses isentos de taxas moderadoras. É um autêntico programa de ataque às condições de vida dos mais vulneráveis. Mas para a banca estão previstos no “Memorando” 35.000 milhões € para avales e 12.000 milhões € para aumentos de capital.

Mas o “Memorando “ contém também muitas outras imposições que caracterizam qualquer programa neoliberal. Assim, exige a eliminação de um número indeterminado de serviços públicos e a redução da despesa pública em 2 anos (2012-13), em 5640 milhões €, quando no PEC-IV era 4320 milhões € com o claro objectivo de reduzir a Administração Pública e o papel do Estado. O “Memorando” obriga também o futuro governo “a ir ainda mais além”, do que constava no PEC-IV, nas privatizações procurando assim eliminar a presença do Estado na economia (a única excepção é a parte bancária da CGD). No campo dos despedimentos individuas, com o falso pretexto que é “uma reforma estruturante” necessária à recuperação da economia e ao crescimento económico, o “Memorando” contém uma série de pontos que visam liberalizar os despedimentos individuais. Chega-se ao cinismo de justificar uma nova lei do arrendamento, que liberalize as rendas e facilite os despejos, o aumento do IMT e a eliminação dos benefícios fiscais à habitação como indispensáveis para promover a mobilidade dos trabalhadores, pois a casa própria é um obstáculo.
Um programa desta natureza, ao reduzir o défice orçamental, a procura interna e o investimento público em tal dimensão, e ainda por cima em plena crise, provocará uma recessão prolongada. Como refere o Nobel da economia Paul Krugman ““A redução da despesa em períodos de desemprego elevado é um erro. 
Os defensores da austeridade prevêem que esta produza dividendos rápidos sob a forma de aumento da confiança económica, com poucos ou nenhuns efeitos negativos sobre o crescimento e o emprego; o problema é que não têm razão”. Em 2013, Portugal estará certamente pior com a economia destruída e com mais desemprego (750-900 mil), o que impede a recuperação do País.
A entrada do FMI-BCE-U.E. representou uma importante ajuda dada à direita no seu objectivo de reduzir o papel do Estado, de liberalizar a economia e de desregular mais as leis laborais, o que só poderá ser impedido com uma forte oposição dos trabalhadores.

Um dos aspectos mais chocantes que caracterizou o período da “troika” em Portugal foi a ausência de dignidade nacional no comportamento quer do governo, quer de políticos do PSD e do CDS, quer ainda por muitos dos “comentadores” com acesso privilegiado aos principais media em relação às atitudes e comportamentos da chamada “troika”. Os funcionários do FMI/BCE/U.E. moveram-se em Portugal como fossem donos do País, como conhecessem os problemas mais que os portugueses, seguidos de uma forma “provinciana” por muitos media, e o seu “Memorando” foi transformado de uma forma acrítica pelos media e por quase todos os “comentadores” que têm acesso privilegiado a eles, no meio para salvar o País ou, para utilizar as palavras dos defensores do neoliberalismo em Portugal, em “ultima janela de oportunidade para resolver os problemas nacionais” ou em “ultima oportunidade para os portugueses mudarem de vida”. Desta forma, desenvolveu-se uma gigantesca operação de manipulação da opinião pública, caracterizada pela repetição sempre do mesmo embora dito por diferentes personagens, com o objectivo de levar os portugueses a aceitar, com resignação e passividade, as receitas neoliberais do FMI/BCE/U.E., que são sempre as mesmas, e a considerá-las como a “salvação nacional” e a única solução.
Os funcionários do FMI, do BCE e da U.E. presos a preconceitos ideológicos, tal como aconteceu com Greenspan, ex-governador da Reserva Federal dos Estados Unidos, que acreditava, como confessou mais tarde, que os ”mercados” tinham sempre razão e que, por isso, as crises financeiras não eram possíveis, e quando se deu a crise de 2008 veio confessar que se tinha enganado porque sempre acreditou nas “verdades” do neoliberalismo, também estes funcionários do FMI, do BCE e da U.E., utilizando a chantagem do empréstimo, pretendem impor a construção de uma sociedade neoliberal em Portugal, e acreditam, baseados nas mesmas crenças ideológicas de Greenspan, que, a partir de 2013, a economia portuguesa, com as suas ”receitas” e como por milagre, recuperará e começará a crescer. Desta forma procuraram justificar os sacrifícios que querem impor aos portugueses e a destruição da economia e do tecido social que as medidas do seu “Memorando” inevitavelmente provocarão. E quando em 2013 se constatar que a situação do País e dos portugueses é ainda pior, e que nenhum dos grandes problemas de Portugal foi resolvido, então virá nova “troika” e “descobrirá” que a culpa é dos portugueses e que são necessárias mais medidas, da mesma natureza, mas ainda mais “duras”.

A AUSENCIA TOTAL DE QUAISQUER OBJECTIVOS A NIVEL DE CRESCIMENTO ECONÓMICO E DE AUMENTO DO EMPREGO

Os únicos objectivos quantificados que existem no chamado “Memorando de políticas económicas e financeiras” é a redução do défice: para 10.068 milhões € (5,9% do PIB) em 2011; para 7.645 milhões € (4,5% do PIB) em 2012; para 5.224 milhões (3% do PIB) em 2013; e para 4.452 milhões € em 2014. E para que tais objectivos sejam efectivamente cumpridos, os funcionários do FMI, BCE e U.E. querem controlar trimestralmente a sua evolução. Parece que a sua única preocupação é que o Estado pague aos credores.
Para se poder compreender a dimensão do sacrifício que o FMI, o BCE e a U.E. pretendem impor aos portugueses basta recordar que, entre 2010 e 2013, o défice orçamental terá de ser reduzido de 15.702 milhões € para 5.224 milhões €, ou seja, para um terço do verificado em 2010. Para se poder ter uma ideia da dimensão e gravidade do objectivo que é imposto, é preciso ter presente que isto terá de ser realizado em recessão económica, ou seja, quando o crescimento económico é negativo (cada vez se produz menos) e, consequentemente, as receitas do Estado, e da maioria das empresas e das famílias diminuem. Portanto, isso terá de ser feito à custa de uma redução significativa dos já baixos rendimentos da maioria dos portugueses. Para conseguir isso, o FMI/BCE/U.E. pretende impor medidas que determinarão uma importante redução do poder de compra da população, incluindo dos grupos mais vulneráveis que dizem defender, uma prolongada recessão económica, e um aumento significativo do desemprego.

REDUÇÃO GRANDE DO PODER DE COMPRA, INCLUINDO O DOS GRUPOS MAIS VULNERÁVEIS

Como Portugal já não tem poder para alterar a taxa de câmbio da moeda que utiliza, para assim aumentar as exportações (tornando-as mais baratas para os estrangeiros) e diminuir as importações (tornando-as mais caras para os portugueses), o FMI/BCE/U.E. pretende reduzir a procura interna e tornar mais competitivas as exportações através de uma redução grande do poder de compra da população. E para isso impõe medidas em três direcções (1) Congelamento ou mesmo redução dos rendimentos nominais da esmagadora maioria dos portugueses; (2) Aumento significativo dos impostos que incidem sobre esses rendimentos com o objectivo de amputar uma parcela maior desse rendimento, ficando cada português com muito menos rendimento para poder viver; (3) Impondo medidas que determinam que os preços disparem.
Assim, para impedir que os rendimentos da população aumentem, o “Memorando” pretende impor as seguintes medidas: (a) Revisão dos sistemas de remunerações e complementos nas Administrações Públicas, incluindo empresas públicas (ponto 1.7 do Memorando); (b) Reduzir as despesas de pessoal em percentagem do PIB em 2012 através da diminuição anual de 1% do numero de trabalhadores da Administração Central e de 2% na Administração Local, e também por meio do congelamento das remunerações em 2012 (só devido ao congelamento dos salários, os trabalhadores da Função Pública deverão perder 350 milhões € de rendimentos), introduzir restrições às promoções e também reduzir em 100 milhões € as transferências do O.E. para a ADSE, ADM e SAD em 2012 e igual montante em 2013 (pontos 1.9 e 1.29 do “Memorando”; segundo o ponto 3.51, “outras reduções seguir-se-ão a um ritmo semelhante por forma aqueles sistemas serem auto-sustentados em 2016”); (c) Cortar, da mesma forma que foram as remunerações dos trabalhadores das Administrações Públicas em 2011, as pensões tanto da Segurança Social como da CGA superiores a 1500€ com o objectivo de reduzir os rendimentos dos pensionistas e dos aposentados, em 2012, em 441 milhões € (1.11); (d) Congelar todas as pensões tanto do sector privado como do sector público em 2012 com excepção das mais baixas (ponto 1.12 do “Memorando - este congelamento irá determinar que os pensionistas e aposentados não recebam, em 2012, cerca de 500 milhões €; (e) Continuar a reduzir as despesas de pessoal em percentagem do PIB em 2013 através da diminuição anual de 1% dos trabalhadores da Administração Central e de 2% da Administração Local, e também congelar as remunerações dos trabalhadores da Função Pública em 2012 (pontos 1.9 e 1.29 do Memorando - só devido ao congelamento dos salários, os trabalhadores da Função Pública deverão perder cerca de 350 milhões € de rendimentos em 2013); (f) Manter o congelamento de todas as pensões excepto das mais baixas em 2013 (ponto 1.29 – os reformados e os aposentados, só devido a esta medida, deverão não receber cerca de 515 milhões €); (g) Reduzir os apoios sociais em 350 milhões € em 2013 (ponto 1.30 do “Memorando”); (h) Diminuir o valor das indemnizações dos actuais um mês de salário por cada ano de serviço para apenas 20 dias com um máximo 12 meses de indemnização assim como a eliminação de um mínimo de 3 meses de indemnização constante do Código do Trabalho (ponto 4.4); (i) Reduzir para um máximo de 50% o complemento por trabalho extraordinário (ponto 4.6 do “Memorando - actualmente é 50%, 75% e 100%); (j) Fazer depender os aumentos futuros do salário mínimo nacional da evolução da economia e do mercado laboral (4.7); (l) Impor que o aumento de salários a nível de empresa seja feito em linha com a produtividade a nível da empresa e o aumento de salários no País de acordo com o estabelecido na concertação social (pontos 4.7 e 4.8). O PEC-IV previa uma redução da despesa publica, em 2012-2013, de 4.320 milhões €, enquanto no “Memorando” atinge 5640 milhões €.
Mas não é só desta forma que o “Memorando” do FMI/BCE/U.E. pretende reduzir os já baixos rendimentos nominais dos trabalhadores, dos pensionistas e aposentados em Portugal. Outra forma constante também do “Memorando” é através ou da redução dos benefícios fiscais ou do aumento dos impostos que incidem directamente sobre os salários e pensões determinando que os contribuintes fiquem com menos rendimento disponível. Assim, a chamada “troika” pretende: (a) Reduzir os benefícios fiscais e deduções no IRS (por despesas de saúde) que determinarão
uma diminuição do rendimento disponível dos contribuintes em 150 milhões € só em 2012 (ponto 1.20) e de 175 milhões € em 2013 (ponto 1.31; no ponto 3.50 do “Memorando” refere-se “cortar dois terços dos benefícios fiscais para a saúde ,incluindo os seguros privados” o que corresponde a mais de 400 milhões € ); (b) Aplicar IRS a todas as transferências sociais em dinheiro, até aqui isentas, e reduzir a parcela da pensão anual isenta de IRS de 6000€/ano para 3888€/ano, o que determinará um corte do rendimento das famílias em, pelo menos, 150 milhões € em 2012 e de 150 milhões € em 2013; (c) Aumento do IMI através da redução substancial das isenções em 250 milhões € só em 2012; (d) Aumentar a taxa de IVA da electricidade e do gás (actualmente 6%) bem como os impostos sobre o consumo de electricidade, actualmente inferiores ao da U.E.(5.15).
Outro meio constante do “Memorando” visando reduzir o poder de compra da população e, consequentemente, também a procura interna são aumentos de preços de bens e serviços essenciais. Assim a “troika” pretende impor aumentos de preços: (a) Aumentando o IVA em 2012, obtendo mais 410 milhões € de receitas através da passagem de bens essenciais que estão na
Lista I e II do IVA, com taxas de 6% e 13%, para a Lista III que tem a taxa de 23% (ponto 1,23); (b) Aumentando os Impostos sobre o Consumo (tabaco, imposto automóvel) e criando um novo imposto sobre o consumo da electricidade), obtendo assim mais 250 milhões € de receitas em 2012 e 150 milhões € em 2013 (pontos 1.24 e 1.31 do “Memorando”); (c) Elaborando um estudo sobre a estrutura das tarifas das empresas públicas (transportes colectivos) de forma a reduzir o nível de subsídios do OE, o que só se consegue aumentando preços (ponto 3.22); (d) Revendo e aumentando as taxas moderadoras do SNS através de “uma revisão das categorias de isenção existentes” e do “aumento das taxas moderadoras em determinados serviços” (ponto 3.49); (e) Liberalizando o mercado de electricidade e do gás, e ficando livres as respectivas tarifas (pontos 5.1 e 5.4); (f) Liberalizando o sector postal e eliminando a isenção do IVA que existe, o que naturalmente também determinará aumento de preços (pontos 5.20 e 5.21). É um autentico e gigantesco plano de ataque às condições de vida dos portugueses.

ATAQUE DE GRANDE DIMENSÃO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ÀS FUNÇÕES SOCIAIS do ESTADO

A Administração Pública e os seus trabalhadores e, consequentemente, as funções sociais do Estado, vitais para a população, são os alvos preferenciais da chamada “troika”. Assim, o “Memorando” impõe: (a) A redução e eliminação de serviços na Administração Central para obter uma diminuição, em 2012, da despesa em 500 milhões € (ponto 1.7); (b) A redução em 2012 das despesas da educação em 195 milhões € através da racionalização da rede escolar (1.8); (c) Redução, em 2012, das transferências para a Administração Local e Regional em 175 milhões (1.14), para outras entidades públicas em 110 milhões € (1.15), e para as empresas públicas em 500 milhões € (1.16); (d) A redução do investimento público, em 2012, em mais 500 milhões € (1.17); (e) Redução, em 2013 (ponto 1.29), das despesas de funcionamento da Administração Central em mais 500 milhões €, as da educação (racionalização da educação e da rede de escolas) em mais 175 milhões €, e cortar no SNS mais de 375 milhões €; (f) E ainda a redução do investimento público em mais 350 milhões €. Portanto, é um autêntico estrangulamento financeiro e destruição da Administração Pública com o objectivo de a reduzir.

A VENDA EM SALDO DAS EMPRESAS PÚBLICAS E DE PARTICIPAÇÕES DO ESTADO

Para reduzir o Estado e nomeadamente a sua intervenção na economia, a “troika” exige que “o governo acelere as privatizações” das empresas que constavam do PEC-IV (ANA, TAP, CP-carga, Galp, EDP e REN, CTT, Caixa Seguros), e que se comprometa “a ir ainda mais além através do rápido e total desinvestimento das acções do sector público da EDP e REN” (3.30) incluindo as “golden share” (ponto 8.1). É um autêntico programa neoliberal que procura eliminar qualquer influência do Estado na economia deixando-a à mercê dos grupos económicos e financeiros. A única excepção é ainda a área bancária da CGD.

UMA AINDA MAIOR LIBERALIZAÇÃO DOS DESPEDIMENTOS EM PORTUGAL

Com o pretexto de que é necessário liberalizar os despedimentos para que haja crescimento económico (um dos mitos do neoliberalismo), a “troika” aproveitou a situação de fraqueza e de submissão do governo do PS, para impor as velhas receitas do FMI e da U.E.. Assim de acordo com o “Memorando”: (a) O governo vai preparar até ao 4º Trim.de 2011 uma proposta de reforma que vise introduzir ajustamentos no caso de despedimento com justa causa”, naturalmente para alargar o conceito de justa causa (ponto 4.5); (b) O despedimento individual ligado à inadaptação do trabalhador deverá passar a ser possível mesmo sem introdução de novas tecnologias ou alterações ao local de trabalho a lei dispõe actualmente, ou quando o trabalhador tenha acordado com o empregador objectivos e não os cumpriu (4.5.iv); (c) Os despedimentos ligados à extinção do posto de trabalho não devem seguir uma ordem de antiguidade, naturalmente com o objectivo de os mais velhos serem os primeiros a serem despedidos (4.5.v); (d) Deve deixar de ser exigido à entidade patronal, antes de despedir o trabalhador que procure transferi-lo para um outro posto de trabalho, como dispõem os art.º 368 e 375 do Código de Trabalho. Se associarmos todas estas alterações na lei laboral que visam liberalizar os despedimentos individuais à redução das indemnizações por despedimento já referida anteriormente (20 dias de remuneração por cada ano de serviço, com um máximo de 12 meses de indemnização), rapidamente se conclui que se está perante um autêntico programa neoliberal de despedimentos. E chega-se ao cinismo de dar como justificação para a alteração da lei do arrendamento visando liberalizar as rendas e tornar mais fácil o despejo a necessidade de “promover a mobilidade dos trabalhadores” (6.1). O aumento do IMI, a redução do período de isenção deste imposto, e a eliminação dos benefícios ao crédito à habitação (6.4) inserem-se também numa estratégia de obrigar as famílias trabalhadoras a entregar as suas casas à banca por não ter dinheiro para as pagar porque, para os funcionários do FMI/BCE/U.E., se um trabalhador tem casa própria isso é um obstáculo à sua mobilidade.

UM PROGRAMA NEOLIBERAL QUE LEVARÁ PORTUGAL A UMA SITUAÇÃO PIOR QUE A ACTUA

O FMI publicou em Outubro de 2010 um estudo com o titulo: “Perspectivas da economia mundial – Recuperação, risco e reequilíbrio” onde, no Capitulo 3, procura avaliar as consequências de uma consolidação orçamental com base na análise da experiencia de 30 países que a fizeram. E as conclusões a que o próprio FMI chega são as seguintes: “Em dois anos, uma consolidação fiscal equivalente a 1% do PIB tende a reduzir o PIB em aproximadamente 0,5%, aumenta o desemprego em 0,3%, e reduz a procura interna (consumo e investimento) em aproximadamente 1%” . E se for feita em situação adversa, como acontece em Portugal, a quebra no PIB será de 1% por cada 1% de redução no défice. E em Portugal pretende-se reduzir o défice orçamental, em 6 pontos percentuais (de 9,1% para 3% do PIB). Se o modelo do FMI estiver certo a quebra no PIB atingirá 6% (e não os 4% previstos pelo FMI, e o desemprego subirá 2,5 pontos percentuais passando, entre 2010 e 2013, o desemprego oficial de 11,1% para 13,6% (750 mil) e o efectivo atingirá, em 2013, 16,3%, ou seja, 900 mil. Portanto, todos estes sacrifícios terão sido inúteis.


Eugénio Rosa,  Economista
 8.5.2011

RELATÓRIO DE GESTÃO DO ANO 2010 DECLARAÇÃO DE VOTO


RELATÓRIO DE GESTÃO DO ANO 2010
                                 
DECLARAÇÃO DE VOTO
                                                                

                                                                                                                                  

            Um projecto, opções e prioridades com que não concordamos, que não subscrevemos e que, por isso mesmo, justificou, na altura, o nosso voto contra e as nossas maiores reservas.
            Naturalmente e em coerência, não podemos estar de acordo com os elementos de prestação de contas hoje aqui aprovados, que aliás espelha bem o resultado de algumas dessas opções e prioridades, sendo essa a justificação de princípio para o nosso voto contra.
            Uma análise mais detalhada destes documentos não só comprova a justeza das críticas, reservas e apreensões que em tempo colocámos, como agrava ainda a nossa profunda preocupação sobre o rumo definido, a situação que daí decorre e os seus efeitos no desenvolvimento do concelho e na melhoria das condições de vida das pessoas.
            Basta referir que a preocupante situação do município em relação à dívida a terceiros que em 31.12.2010 totalizava 37 985 453,94 €, dos quais 30 854 529,15 € são relativos a dívida de médio e longo prazo, enquanto que  7 130 924,79 €   são  de  curto  prazo. Regista-se um acréscimo de               7 594 079,49 €, cerca de 25% face ao ano anterior.
            De salientar que o valor da dívida a terceiros em 31.12.2008 era de 16 015 657,17 € contra os actuais 37 985 453,94 €.

            Lagos, 2 de Maio de 2011                                            O Eleito da CDU


                                                                                        José Manuel Freire Oliveira

sábado, 7 de maio de 2011

Campanha da CDU em Lagos


A CDU já começou a pré-campanha eleitoral no concelho de Lagos.                 
                                                    
                  
Esta semana foi realizada uma distribuição de documentação intitulada "Basta de Roubo! FMI fora de Portugal", a CDU esteve na rua com carro de som, foram feitas acções de rua onde prevaleceu o contacto individual, nos bairros: Chesgal; Bairro dos Pescadores; Pró-Habitação; Bairro da Função Pública.


                                                                                                                                                                   

Hoje, sábado, foi feito uma distribuição deste mesmo documento, nos mercados da cidade, Mercado de Stº Amaro, Mercado da Avenida, Mercado de Levante e Reforma Agrária, esta acção de rua contou com a presença de Vera Dourado, nº 2 da lista da CDU pelo círculo eleitoral de Faro. 

Declaração de Jerónimo de Sousa sobre o Programa de ingerência e agressão ao povo e ao País

Declaração de Jerónimo de Sousa,
Secretário-Geral do PCP,
sobre o Programa de ingerência e agressão ao povo e ao País
                                                               Lisboa, 5 de Maio de 2011

                                                                                                                                       

                                                                                                                                                                   1. O pacto hoje revelado entre as entidades internacionais encarregadas de consumar o acto de ingerência externa e os partidos políticos – PS, PSD e CDS-PP – que ambicionam, à sua sombra, encontrar justificação para prosseguirem o rumo de afundamento, empobrecimento e abdicação nacional, constitui um acto ilegitimo e antidemocrático.

Ilegítimo tanto no seu conteúdo como no seu significado político e institucional. Uma intervenção ilegítima, solicitada por um Governo limitado a meras funções de gestão e com a Assembleia da República dissolvida, que no seu conteúdo afronta e viola a Constituição da República.

Uma intervenção tão mais ilegítima quanto PS, PSD e CDS-PP pretendem, por via de uma inaceitável manobra de antecipação, criar factos consumados nas costas dos portugueses, quando os portugueses são chamados a decidir sobre o futuro do país no próximo dia 5 de Junho.

Uma ilegitimidade que nenhuma manobra futura que os seus promotores tenham em vista ensaiar poderá disfarçar ou tornar legítima. A chamada “margem de manobra” ou a “contribuição positiva” que PSD e CDS-PP cinicamente invocam agora para justificar o seu apoio, não passa de um exercício demagógico perante um pacote que, do ponto de vista estrutural e das suas principais opções, está definido em pormenor e cujas eventuais alterações serão no sentido de o agravar.

O PCP sublinha a particular gravidade de uma intervenção que – pelo seu significado, conteúdo e comprometimento futuro – constitui um verdadeiro golpe contra o regime democrático, a soberania de decisão do povo português e a independência nacional.

2.  O PCP declara que, perante o anúncio destas medidas e deste  entendimento ilegítimos e ruinosos, o povo português tem não só o direito mas o dever de denunciar, não reconhecer e rejeitar aquilo que foi forjado e imposto pelo conluio entre o FMI, a União Europeia,  o PS, o PSD e o CDS-PP.

Um direito e um dever que em 5 de Junho deve ser transformado em oportunidade de dizer Não! e contribuir para impedir, pelo voto popular, um pacto de submissão, retrocesso e abdicação  que condena o país, os trabalhadores e o povo português à pobreza, ao sub-desenvolvimento e à dependência extrema. Direito que o PCP assumirá pelo firme compromisso de inscrever na sua acção política a rejeição deste Programa de agressão e de cada uma das suas medidas gravosas.

3. O Programa de austeridade, retrocesso e miséria agora subscrito entre as duas troikas – a da imposição externa e a da submissão nacional  –   é a revelação e concretização plenas do que o PEC 4 apresentado pelo Governo em Março passado previa.
Um Programa que, para lá do descarado acto de dissimulação ensaiado pelo Primeiro-Ministro, constitui um acto sem precedentes na escalada de exploração, de venda do país  e de saque dos recursos nacionais.

José Sócrates anunciou ao país o que não estava neste Programa porque quis esconder dos portugueses o que ele contém de declaração de guerra aos trabalhadores, aos seus direitos e rendimentos. 

É preciso que se fale verdade aos trabalhadores, ao povo e ao país.

O que lá está é a facilitação e embaratecimento dos despedimentos quando o que se impõe é criar emprego e combater a precariedade.

O que lá está é menos garantia de protecção no desemprego quando o que se impõe é assegurar protecção a centenas de milhar de famílias.

O que lá está é, de facto, o congelamento dos salários, incluindo do Salário Mínimo Nacional, o congelamento e novos cortes no valor das pensões, o que significa a perda real de poder de compra, quando o que se impõe é valorizar os salários e as reformas para assegurar condições de vida dignas, combater a pobreza e dinamizar a economia.

O que lá está é a escandalosa tributação fiscal das prestações sociais quando o que se impõe é que se tribute a banca e as grandes fortunas.

O que lá está é o anúncio de um aumento brutal de encargos e de redução do rendimento disponível para a generalidade das famílias com aumentos na factura da electricidade, nos bens essenciais, nos transportes e nos encargos com a habitação.

O que lá está é uma significativa penalização por via da carga fiscal, designadamente com a redução e eliminação das deduções no IRS de despesas com saúde, educação ou habitação.

O que lá está é o aumento das taxas moderadoras, o aumento dos medicamentos e a degradação dos cuidados de saúde, impedindo de facto o acesso a cuidados de saúde a centenas de milhar de portugueses, em particular dos mais idosos.

Todos estes sacrifícios que atingem o povo português não vão resolver qualquer problema do país. São medidas que, segundo os seus próprios responsáveis, vão significar recessão económica ( quebra de 4%), com mais destruição da produção nacional. Com estas medidas Portugal em 2013 vai retroceder para níveis de há uma década atrás e o desemprego vai passar dos actuais 800 mil desempregados para próximo de um milhão em 2013.

O Primeiro-Ministro disse o que não estava no Programa mas escondeu, como escondem o PSD e o CDS-PP, quem são os beneficiários directos e o destino desse 78 mil milhões de euros que só acrescentarão mais endividamento e mais sacrifícios. Porque se o dissesse o país ficaria a saber que parte dele (12 mil milhões) vão direitos à caixa da banca nacional, que a parte mais significativa nem sequer entrará no país indo directamente para os bolsos daqueles que especulam com a dívida nacional e que, do que puder sobrar, mais de 35 mil milhões estão apresentados como garantia do Estado para os bancos.

Como bem sabem PS, PSD e CDS-PP o que não está no Programa são as medidas de taxação dos banqueiros, dos grupos económicos e das grandes fortunas. Pelo contrário, o que está no programa é: a drenagem directa de recursos do Estado para a banca; a preparação de uma alienação do BPN ao preço da chuva ficando o Estado com os cerca de cinco mil milhões de euros do seu passivo, depois de já lá ter enterrado mais de 2 mil milhões de euros; a entrega em bandeja ao grande patronato mão de obra barata e trabalhadores sem direitos e prontos a despedir; a alienação ao desbarato a favor do grande capital nacional e estrangeiro de importantes activos e empresas com um papel estratégico na economia nacional.  

O que PS, PSD e CDS-PP não dizem e escondem é que este empréstimo se traduz em si próprio, pelos juros a ele associados, na continuação do processo de extorsão dos recursos nacionais, canalizando durante a próxima década verbas que atingirão dezenas de milhar de milhões de euros, conduzindo a uma situação insustentável.

É este o Programa de exploração, injustiças, empobrecimento e de declínio económico e social a que PS, PSD e CDS-PP deram o seu apoio. Um Programa que é sobretudo um milionário pacote de apoio e garantias a  banqueiros e monopolistas, de entrega de recursos públicos para o bolso da agiotagem e especuladores nacionais e estrangeiros, que premeia e alimenta o processo de saque que os “mercados financeiros” lançaram sobre o país, que aliena a independência nacional e o direito de Portugal a um desenvolvimento económico e social soberano.

4. A situação para a qual o país foi arrastado não é obra de acaso. Tem na sua origem razões e responsáveis políticos. É a consequência directa de 35 anos de contra-revolução revanchista, contra as conquistas e a Constituição de Abril. É a consequência de décadas de política de direita, conduzida por PS, PSD e CDS-PP, ao serviço do grande capital, da reconstituição do capitalismo monopolista e dos seus interesses. É a consequência do processo de integração capitalista da União Europeia profundamente lesivo dos direitos dos trabalhadores e do povo e entusiasticamente apoiado por PS, PSD e CDS-PP. Estes  mesmos partidos que sobre os escombros da agenda de declínio e ruína que impuseram ao país se reunem de novo, unidos agora num programa de venda e submissão do país que , a não ser rejeitado pelos trabalhadores e pelo povo português, hipotecará por décadas o futuro de Portugal e dos portugueses.

Ao longo do processo o PCP rejeitou esta ingerência, denunciou a farsa da dita negociação, questionou o Governo sobre a real situação financeira e os compromissos assumidos e afirmou as suas propostas.

Há um caminho alternativo para vencer a dívida, promover o desenvolvimento, assegurar um país soberano.

Um caminho baseado numa atitude patriótica de defesa dos interesses nacionais e de não abdicação perante o capital financeiro nacional e estrangeiro.

Um caminho que responde ao problema da dívida, exigindo a sua renegociação imediata – juros, prazos e montantes.

Um caminho que assume a prioridade da defesa, valorização e promoção dos recursos nacionais e da capacidade produtiva do país (nas pescas, na agricultura, na indústria) e. em primeiro lugar, da defesa e valorização do mais importante recurso nacional – os trabalhadores.

Um caminho capaz de assegurar o desenvolvimento e o crescimento económico, que valorize os trabalhadores e os seus rendimentos, dinamize o mercado interno e a actividade das pequenas e médias empresas.

Um caminho que, afrontando os interesse do capital financeiro e dos grupos económicos, retome o controlo pelo Estado dos sectores estratégicos da economia nacional, afirme a subordinação do poder económico ao poder político e assegure o futuro independente e soberano de Portugal.

No momento em que se consuma um vergonhoso acto de submissão e abdicação levado a cabo em coordenação pela grande burguesia nacional e estrangeira, o PCP dirige-se a todos os portugueses apelando ao seu sentido patriótico, ao seu sentido de justiça, à sua determinação e para que, pela sua acção e pelo exercício dos seus direitos constitucionais, expressem na luta e no voto o seu repúdio a este ataque contra Portugal e os portugueses.

Por mais condicionamentos e dificuldades que pretendam impor, o povo português não está condenado a um presente e a um futuro de dependência e submissão face aos interesses do grande capital e das grandes potências. O PCP reafirma a sua profunda convicção de que é possível a abertura de novos caminhos de desenvolvimento soberano que, por ruptura com a política de direita, concretize uma nova política, patriótica e de esquerda ao serviço dos trabalhadores, do povo e do país.


 
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