Porquê este blogue?

Num tempo muito inquietante, marcado por uma forte ofensiva ideológica, com a qual os média dominantes fazem chegar todos os dias a milhões de pessoas a desinformação organizada com o objectivo de servir e defender os interesses do grande capital, a leitura e divulgação de informação progressista e revolucionária é crucial para todos os que assumem como referência maior os valores e ideais de ABRIL!

A LUTA CONTINUA!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Discurso de abertura da Exposição do Aniversário do Partido


Por Rui Fernandes membro Comité Central do PCP                         

Camaradas e amigos,                            

Juntamo-nos aqui hoje para um acto singular: inaugurar a exposição alusiva aos 90 anos do Partido Comunista Português. Singular porque é singular a existência de um Partido com tal idade. Singular também pela coincidência de 20 anos depois e no ano dos 90 anos do PCP, ter sido de novo eleito um deputado do PCP pelo Algarve em resultado das últimas eleições legislativas.                                                                        

Comemoramos assim, os 90 anos do Partido honrando a sua grandiosa história mas com os olhos postos no futuro. Uma história de luta ao serviço dos trabalhadores e do povo. Uma história cujos ensinamentos servem para a luta do presente, no quadro da agudização da crise do capitalismo e do objectivo de que Portugal, retomando os valores de Abril, reencontre o rumo para o seu desenvolvimento, tendo por objectivo o vivermos numa terra sem amos.

Camaradas e amigos,

Foi num clima de ascenso revolucionário em resultado das grandes lutas dos trabalhadores portugueses e do impacto da Revolução de Outubro que o Partido se funda em 1921. Com a reorganização de 1940/41 e a realização dos III e IV Congressos, o Partido consolida-se e adopta um conjunto de princípios e praticas que melhor o protegem da repressão e asseguram regularidade à edição clandestina da imprensa do Partido, bem como avança de forma mais decidida para o seu enraizamento na classe operária e nos trabalhadores.
Com o VI Congresso e o Programa para a Revolução Democrática e Nacional, cujas orientações surgem com o Rumo À Vitória, parte-se para uma outra fase da luta que haveria de ter expressão na Revolução de Abril.
Ligado à vida, aos problemas concretos dos trabalhadores e do povo, lutando pela unidade dos trabalhadores e dando corpo a estruturas onde essa unidade ganhasse expressão, fosse no movimento sindical, fosse no campesinato, fosse na área da cultura, na luta pela Paz, ou em torno de outros problemas concretos, o Partido sempre se empenhou na criação de uma ampla frente social contra o fascismo. 

Tal política de unidade nunca foi confundida com diluição do Partido e muito menos com menor atenção às questões do seu reforço orgânico. E foi por isso que com a Revolução de Abril, o Partido, as suas organizações, tiveram a capacidade de imediato passarem a acção visando o objectivo de consolidação da Revolução mas também o seu avanço no caminho progressista – nacionalizações, reforma agrária, direito à saúde, à educação e à protecção social, controlo operário, poder local democrático, foram, entre outras, marcas fundas do processo revolucionário e no regime democrático que a Constituição de Abril consagrou.

Tal história, acção e intervenção foi possível pelo acerto da linha política, pela ligação do Partido às massas, pelos princípios ideológicos de que somos portadores, pelas regras que nos regem enquanto Partido, pelo esforço abnegado de muitas centenas de militantes que nas mais duras condições lutaram, resistiram e não perderam a confiança nos resultados da luta.
De entre todos esses valiosos militantes, e justo destacar o camarada Álvaro Cunhal pelas marcas indeléveis que deixou no nosso Partido, pela obra teórica e o exemplo inspirador que deixou para luta dos comunistas.
Exemplo, marca e obra teórica que ganha nos tempos que correm particular importância face à ofensiva que se abate sobre os trabalhadores e o povo português. Ofensiva que tem a marca do sistema opressor e desumano do capitalismo.

Camaradas,

Vivemos um momento marcado por uma intensa luta de classes e pela mais profunda crise do capitalismo desde 1921, crise que este pretende resolver à custa da intensificação da exploração, da concentração e centralização do capital, impondo enormes retrocessos e enormes sacrifícios aos trabalhadores e outras camadas da população.

O grande capital sabe que as medidas que tem vindo a tomar, e outras que estão a caminho, gerarão mais desemprego e mais pobreza. Fazem o discurso das inevitabilidades, que o FMI ajuda, que era o FMI ou o caos. Mas é falso! Nem o FMI ajuda, como se vê pela Grécia, como há outro caminho. E para esse caminho há um eixo estratégico: Produção Nacional. Não há saída sem revitalizar a agricultura, as pescas, a indústria transformadora e a potenciação de outras virtualidades do nosso país e do Algarve. Hoje muitos falam em Produção Nacional. Até organizam PICNICs com o patrocínio de quem suga até ao tutano os produtores, aumentando assim os seus lucros. Mas nós nunca nos cansámos de falar, de alertar de avisar para o desastre para onde caminhava Portugal em virtude de uma adesão à União Europeia e posteriormente à Moeda Única em condições desgraçadas para os interesses nacionais. 
A vida está a trazer à luz do dia, com todo o seu esplendor, a nossa razão.  

Desafios imensos estão e vão estar colocados aos comunistas, mas também a muitos outros progressistas, na luta contra as medidas de retrocesso social em preparação, mas também de retrocesso político, económico e cultural. Continua cada vez mais válida a Tese do nosso Partido de que o ataque a uma das componentes do nosso sistema democrático se traduz em ataques às restantes componentes desse sistema. Querem atacar ainda mais os direitos dos trabalhadores, mas também os pilares sociais do Estado saído de Abril, alterar leis eleitorais, rever a Constituição da República, alienar mais fatias danossa soberania. Responder a esses desafios coloca como ainda mais necessário o reforço da nossa coesão e a intensificação da nossa intervenção, do esclarecimento, do contacto com os trabalhadores e as populações.
Sim! Ao contrário do que é dito e redito, há um Partido diferente, o nosso Partido, o PCP.


Viva os 90 anos do Partido Comunista Português!


terça-feira, 28 de junho de 2011

Inauguração da Exposição do 90º Aniversário do PCP



 Lagos, 27 de Junho de 2011
                                                                                              


Abriu ao público a exposição comemorativa do “90º aniversário do Partido Comunista Português” organizada pela Concelhia de Lagos do PCP, exposição patente no Edifício Antigos Paços do Concelho-sala 2 (2º piso), estará aberta de 27 de Junho a 22 de Julho.                                                           



A inauguração realizou-se pelas 18.00 horas, e contou com a presença de Rui Fernandes do Comité Central do PCP, Joaquina Matos Vice Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Rui Loureiro Director de Departamento da Cultura da CM Lagos, assim como muitos camaradas e amigos estiveram presentes.




Depois das intervenções, que ficaram a cargo da Sr.ª Vice-presidente por parte da Câmara e de Rui Fernandes por parte do PCP, efectuou-se uma demonstração de como funcionava a impressa clandestina do Partido no tempo de repressão do fascismo.


            
                      

sábado, 25 de junho de 2011

Oportunidade perdida para os agricultores portugueses!


         Nota de Imprensa           
                                                                         
Aprovação do relatório Dess PAC no horizonte 2020
                                                               
 - oportunidade perdida para responder
aos problemas dos agricultores portugueses!
                                                                   
                                                                                         
Foi votado, hoje, em Bruxelas o relatório Dess, sobre o futuro da PAC pós 2013.  Os deputados do PCP ao PE consideram lamentável que o conjunto das alterações que apresentaram tenham sido rejeitadas pela maioria deste Parlamento, sobretudo pelos grupos políticos onde se inserem PS, PSD e CDS, inviabilizando a aprovação:

1) de um regime de ajudas à produção devidamente moduladas, com fixação de limites máximos de atribuição e isenção para a agricultura familiar e cooperativas de produção agrícola;

2) da possibilidade de reutilização pelos Estados-membros das verbas obtidas através da modulação e do plafonamento, sem necessidade de co-financiamento para majorar as ajudas às pequenas explorações;

3) de um rendimento mínimo anual enquanto contributo para a estabilização do desenvolvimento rural;

4) da retirada das espécies de OGM já introduzidas na UE, do estabelecimento de uma moratória entre os Estrados-membros, defendendo a reintrodução do princípio da precaução - posição que tem vindo a ser defendida por muitas organizações de consumidores e de produtores, com um claro apoio das populações;

5) da defesa da existência de instrumentos de regulação dos mercados e de mecanismos de intervenção que garantam preços justos à produção, como forma de permitir a evolução dos Estados-Membros mais deficitários;

6) de um seguro agrícola público, financiado por fundos comunitários, que permita garantir um rendimento mínimo aos agricultores em casos de catástrofes, como a seca, temporais, granizo, incêndios, epizootias, entre outros;

7) da manutenção das ajudas à destilação do álcool de boca e a destilação de crise, para além de 2012;

8) da clara oposição à liberalização do sector do leite exigindo a manutenção das quotas enquanto garantia do direito a produzir, na protecção dos agricultores dos países como Portugal evitando, assim, a concentração e intensificação da produção;

Os deputados do PCP colocaram no centro da discussão princípios que visam uma justa orientação da política agrícola, voltando-a para uma agricultura social e ambientalmente sustentável. Consideram que o documento aprovado constitui uma clara continuação das más políticas que a UE tem vindo a desenvolver nas anteriores revisões da PAC, na qual se reitera e aprofunda a desregulação e a liberalização dos mercados, a "orientação para o mercado" da produção, pondo em causa o direito dos países a produzirem, comprometendo a sobrevivência da pequena e média agricultura, sujeitando-a às regras da OMC, e promovendo modelos de produção intensiva, de cariz exportador, em detrimento da produção e do consumo locais.
 Este é, sem dúvida, um documento que representa mais uma agressão aos agricultores portugueses, pelo que os deputados do PCP ao PE o votaram contra, não só porque não responde aos desafios futuros que o próprio título enuncia - desafios "em matéria de alimentação, recursos naturais e territoriais" - mas também porque continua a pôr em causa princípios, como o direito à soberania e segurança alimentares dos povos.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Exposição comemorativa do 90º Aniversário do PCP


Exposição organizada pela concelhia de Lagos 
do Partido Comunista Português  






                                











 

terça-feira, 21 de junho de 2011

Reforma fiscal ao serviço de mais justiça social

  • Anselmo Dias


       Reforma fiscal ao serviço de mais justiça social
                                     
Num ano com 365 dias de calendário descontemos os sábados, os domingos, os feriados e o período normal de férias. Multipliquemos o resultado por oito horas diárias de trabalho. Encontrado esse valor dividimo-lo pelo salário ganho pelo senhor Zeinal Bava, presidente executivo da Portugal Telecom.
                                                                                                                      

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A que conclusão chegámos?
À seguinte conclusão: o senhor Zeinal Bava, em 2010, teve um salário de 1.416.959 euros, o que significa que, porcada hora de trabalho,recebeu 777 euros, ou seja, cerca de 13 euros por cada 60 tiquetaques de segundo.
Mas ele, com tal salário, não está só.
Por cada hora de trabalho o senhor Ferreira de Oliveira da GALP, ganhou 733 euros, o senhor Ricardo Salgado do BES(o banco que está em tudo o que seja processo mediático no âmbito do Ministério Publico), ganhou 669 euros, o senhor Paulo Azevedo da Sonae, ganhou 616 euros, ou seja, valores simultaneamente correspondentes a uma hora de trabalho para alguns e valores superiores àquilo que a generalidade dos trabalhadores recebem durante um mês.
Se há forma de explicar, em linguagem simples, a dimensão da extorsão da mais-valia, o exemplo atrás referido é exemplar.
Mas se, a tais gestores, juntarmos os restantes presidentes executivos das empresas do PSI 20, a soma dos salários desses vinte magníficos atinge 15.131.839 euros de remuneração, valor que constitui uma pequena amostra relativamente à dimensão dos altos rendimentos existentes em Portugal.
Com efeito, em 2009, não incluindo aqueles que por via dos off-shores, da engenharia fiscal e de outras manhas fugiram à declaração de rendimentos em sede de IRS, houve oficialmente, embora sub-avaliado pelas razões atrás referidas, 150 agregados familiares que declararam um rendimento anual superior a um milhão de euros, a que acrescem 19.433 famílias com um rendimento anual balizado entre os 141.500 e 1.000.000 de euros, facto que é omitido nos comentários dos ideólogos da ganância do Compromisso Portugal e do respectivo sucedâneo, de nome Mais Sociedade, personagens predominantemente ligadas ao PSD e a vira-casacas do PS.
Estas personagens, que ocultam a dimensão dos rendimentos mais elevados, são os mesmos que reclamam a diminuição do número de escalões do IRS, afectando a progressividade do imposto, ao mesmo tempo que consideram uma injustiça de bradar aos céus a existência da taxa máxima de 42%.
Mas quem é que, em Portugal, vê aplicada aquela taxa?
Os 500 arguidos do processo Furacãono qual estão envolvidos os maiores bancos privados portugueses?
Os clientes, em Lisboa, do Banco Edmond de Rothschild, que subtraíam nas declarações de rendimentos os lucros derivados das suas aplicações financeiras, facto que está a ser investigado pelo Ministério Público?
O senhor João Rendeiro do Banco Popular Português?
O senhor Oliveira e Costa do Banco Português de Negócios?
O senhor Leite de Campos, vice-presidente do PSD que em declarações à SIC declarou, falsamente, que aqueles que «só ganham 10 mil euros por mês e que, com os 42% que o Estado lhes reduz, ficam com uns miseráveis 5 800 euros ...»?
O senhor António Carrapatoso, chefe da Vodafone, figura de proa dos conclaves atrás referidos e presença assídua dos meios de comunicação social, que em 2000 ficou a dever ao fisco uma dívida de cerca de 740 mil euros?
Do que se sabe é que tal dívida, tendo prescrito, deu origem a uma auditoria interna nas finanças, de que resultou o envio, em 2005, de um relatório ao «representante do Ministério Público do Tribunal Judicial de Oeiras com o objectivo de apurar eventuais responsabilidades criminais». ão sabemos a que conclusão chegou o Ministério Público, embora a dívida tivesse, com imenso atraso, sido paga, graças, estamos certos, à denúncia havida na comunicação social.
Este caso foi, com atraso, resolvido. Mas quantos não terão passado nas redes do fisco, tecidas por forma a apanhar o peixe miúdo e a deixar passar os grandes tubarões, muitos dos quais integram a lista dos 11mil milionários existentes em Portugal?
Situações similares a esta, com a ajuda das deduções fiscais que beneficiam os mais ricos, explicam a inexistência prática da taxa de 42% demagogicamente propalada pelos teóricos da ganância, a que se junta o vice-presidente do PSD.
De facto, de acordo com os dados disponibilizados pela Direcção de Serviços do IRS, em Março de 2011, é possível concluir que, nos agregados familiares com rendimentos superiores a 100 mil euros, a taxa efectiva de IRS corresponde, em termos médios, a 28,2%, ou seja, muito longe daquilo que é referido pelo vice de Passos Coelho.
Estamos a falar de 52.036 famílias com rendimentos globais equivalentes a 8.176 milhões de euros, valor que devia estar sujeito à taxa real dos 42% e não a esquemas que a reduzam a 28,2%.
Vejamos com mais detalhe:
as 48.300 famílias com rendimentos entre 100 mil e 250 mil euros declararam um rendimento de 6.568 milhões de euros, tendo pago 1.735 milhões de euros em IRS, ou seja, foi-lhes aplicada uma taxa efectiva média de 26,4%;
as 3.736 famílias com rendimentos superiores a 250 mil euros tiveram um rendimento de 3.736 milhões de euros, tendo pago 571 milhões de euros em IRS, ou seja, foi-lhes aplicada uma taxa efectiva média de 35,5%.
Daqui decorre que entre a fama e o proveito no que diz respeito à taxa de 42% vai uma grande distância, em beneficio, naturalmente, dos rendimentos mais elevados.
Há, pois, uma batalha a travar no sentido de fazer pagar mais a quem mais tem, por forma a aliviar todos a aqueles com os mais baixos rendimentos, como sejam os trabalhadores por conta de outrem e os reformados com rendimentos familiares anuais inferiores a 13.580 euros, valor correspondente ao rendimento de um casal abrangido pelo salário mínimo nacional
Mas também há que ter em conta a situação das famílias da vulgarmente designada classe média,cuja definição corrente assenta no conceito de classes definida, à trouxe-mouxe, pelo capitalismo, em oposição ao conceito marxista que a define na base da detenção dos meios de produção.
Por razões ligadas à tradição vigente admitamos, em teoria, que a chamada classe média,e as suas subdivisões em baixa, média e alta, abrange, no plano dos impostos, as famílias com rendimentos entre um mínimo de 19 mil euros e um máximo de 100 mil euros.
Pois bem, estas famílias suportam 67% do pagamento do IRS ao Estado, enquanto as famílias com rendimentos superiores a 100 mil euros suportam, apenas, 28,2%, realidade silenciada pelo vice-presidente do PSD.
Este assunto, o imposto sobre pessoas singulares, em função do acordo das troikas, a interna e a externa, vai tem grandes implicações no rendimento disponível das famílias.
As troikas que, cinicamente, não dedicaram uma linha sequer às profundas desigualdades sociais existentes em Portugal, tomaram, ao invés, medidas tendentes ao seu agravamento.
A luta por uma fiscalidade que atenue as desigualdades nos rendimentos é, pois, uma luta que está na ordem do dia, definida pelo PCP nos seguinte parâmetros:
«Uma reforma fiscal que alivie a tributação directa e indirecta dos trabalhadores, dos reformados e das micro e pequenas empresas e, em simultâneo, promova uma tributação justa dos grandes lucros, designadamente com a eliminação de benefícios fiscais, a tributação acrescida das empresas e grupos económicos com lucros superiores a 50 milhões de euros, a tributação efectiva do IRC da banca e do sector financeiro com o valor da taxa nominal e das mais valias de SGPS e de fundos de investimento, a tributação acrescida das grandes fortunas, do património e dos bens de luxo, a taxação das transacções bolsistas e das transferências para os paraísos fiscais, bem como a tributação das mais valias resultantes da transformação do uso do solo»
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Fontes.
DGCI, em resposta a um requerimento do GP do PCP;
DGCI/DGITA, de Novembro de 2010;
Diário de Notícias de 22 e 23 de Março de 2006;
Jornal Público, de 2 de Maio de 2011;
Jornal de Notícias, de 2 de Maio de 2011;
Diário de Notícias, de 17 de Maio de 2011.


http://www.avante.pt/pt/1959/temas/114993/

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Resistência e luta O futuro em construção


Resistência e luta         
              O futuro em construção                  

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Ainda 2011 vai a meio e muitas foram já as batalhas travadas, com outras tantas a perfilar-se no horizonte. Lutas, de natureza e forma diversas, pequenas e grandes, a despertar energias e congregar vontades, movidas pela sede de justiça e liberdade, pela defesa de direitos, pelo progresso social e o desenvolvimento do País.                                                                                  
A mais recente, cujo desfecho ditou há dias um notável e importante resultado para a CDU, foi a das legislativas. Uma batalha realizada a pouco mais de quatro meses dessa outra, não menos complexa e difícil, que foi o acto eleitoral para a Presidência da República.
Mas o envolvimento e a participação populares não se esgotaram no voto. Pelo meio, nestes seis meses, muitas outras e variadas lutas mobilizaram diferentes estratos e camadas sociais.
A contestação e o protesto dos trabalhadores subiu de patamar em greves e grandes manifestações de Norte a Sul do País, ruas que foram igualmente o palco privilegiado de importantes acções juvenis e de estudantes, nelas confluindo igualmente a voz indignada dos agricultores e das populações que em vários momentos não calaram o seu grito de revolta contra o fecho de serviços e unidades de saúde ou contra a introdução de portagens.


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Lutas por um futuro melhor que tiveram ainda expressão em múltiplas outras áreas da vida, seja pela intervenção dos eleitos comunistas na AR e no poder local, no movimento sindical, nas organizações sociais e culturais, no movimento associativo e popular.
Lutas protagonizadas, hoje como ontem, por quem não se resigna perante as injustiças e a exploração, não verga às «inevitabilidades» da ideologia e poder dominantes, não abdica desse exaltante projecto que é a edificação de uma sociedade mais justa e fraterna, livre das grilhetas da exploração.
Lutas que foram, ainda, de repúdio e rejeição pelas orientações e medidas de um governo ao serviço do capital, que soçobrou aos interesses estrangeiros, abdicando da soberania nacional, absolutamente implacável na adopção de orientações e medidas com efeitos devastadores sobre os trabalhadores, o povo e o País.
Lutas, em suma, contra uma política que se constituiu num factor de agravamento da miséria e da pobreza, ao mesmo tempo que acentuou o atraso do País, multiplicando simultaneamente as injustiças e as desigualdades sociais.

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Ora foi na primeira linha de todas estas acções de luta que – sempre, mas sempre –, lá, onde quer que fosse o lugar, esteve o PCP. Com determinação, firmeza e a coragem de sempre.
Esclarecendo, organizando, mobilizando. Apoiando e sendo solidário. Enfrentando as dificuldades. Sem desistências.
O mesmo indomável espírito que estará presente em todas as tarefas e batalhas que se avizinham.
Como é desde logo a luta pela renegociação da dívida inscrita no quadro do plano vexatório subscrito pelas troikas interna e externa.
Uma batalha exigente mas que terá tanto mais sucesso quanto maior for a nossa capacidade de dar passos seguros no sentido dessa outra magna e permanente tarefa que é o reforço do PCP.
Preparar desde já a Festa do Avante! – e as Jornadas de Trabalho aí estão –, dedicando uma especial atenção à venda da EP, é certamente um contributo seguro com vista a cumprir esse objectivo.

Estes são, pois, alguns dos desafios que estão colocados a todo o colectivo partidário. 

Para vencer. Como sempre!

( Este texto foi publicado na edição n.º 1959 do jornal Avante!)
  http://www.avante.pt/pt/1959/emfoco/115002   

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Nota da DORAL de 8 Junho de 2011


Direcção da Organização Regional do Algarve

                                                                                                 
I
Eleição de deputado pela CDU: vitória dos trabalhadores e do povo do Algarve
A eleição de um deputado do PCP pelo Algarve, no âmbito da CDU, cerca de 20 anos depois da sua perda, constitui uma vitória dos trabalhadores e do povo do Algarve e, simultaneamente, uma vitória da persistência, da dedicação e da coerência. Esta é a vitória de um grande colectivo persistente, empenhado e consciente da natureza da luta que trava.                                                                                                                  
A DORAL chama a atenção para a forma ardilosa como alguma comunicação social e comentadores tratam o resultado da CDU procurando minimiza-lo, nomeadamente atribuindo a eleição ao aumento do número de deputados pelo círculo do Algarve quando, de facto, a eleição teria acontecido mesmo sem o aumento do seu número. 
A eleição de um deputado do PCP pelo Algarve, no âmbito da CDU, e o reforço da votação e da percentagem da CDU, contendo em si um elemento de reconhecimento da sua persistente intervenção, significa, sobretudo, um reforço da responsabilidade do PCP e da sua acção.
A DORAL congratula-se com a decisão do Tribunal Constitucional de obrigar Macário Correia e o Presidente da Junta de Freguesia de Montenegro ao cumprimento da lei, no que respeita à constituição das mesas de voto, no quadro de um recurso apresentado pela CDU, tornando claro que os comportamentos despóticos não são admissíveis.
A DORAL do PCP saúda o empenhamento dos militantes comunistas, bem como de muitos outros democratas sem filiação partidária que encontram no espaço da CDU campo para a sua intervenção na luta por Um Novo Rumo para o Algarve e o país, e a construção de uma política patriótica e de esquerda.


II
Situação social do Algarve e do país exige a intensificação do esclarecimento e da luta
Conforme temos vindo a afirmar, as medidas da Troika não resolverão nenhum problema de Portugal e dos portugueses. Desde 5 de Abril que dizemos, ao contrário de outros, que é necessário renegociar a divida. Hoje mais vozes, muitas delas insuspeitas, dizem que isso é inevitável.
A renegociação da divida, mais cedo do que tarde, é o caminho para assegurar capacidade de desenvolvimento económico e impedir que sejam mais nefastos os efeitos da aplicação do programa da Troika. Assiste-se, entretanto, a um frenesim para iniciar a consumação do conteúdo desse programa, mesmo em aspectos que colidem com a Constituição da República.
Neste sentido, a luta contra a política de direita terá de continuar e vai continuar!
Terá de continuar com grandes e pequenas lutas. Lutas contra as portagens na Via do Infante; contra o desemprego crescente; contra a extinção de freguesias e municípios;; contra a facilitação dos despedimentos; contra novas medidas de cortes na saúde, na educação e nos apoios sociais; contra os salários em atraso; contra mudanças da lei eleitoral a favor dos interesses do PS e do PSD; contra as privatizações e as alterações à Constituição da República.

III
Avante! por um PCP mais forte
A DORAL coloca a todas as organizações a necessidade de procederem à efectivação de plenários de militantes, ao contacto com muitos amigos do Partido, ao tratamento de problemas concretos dos trabalhadores e das populações, dinamizando os diferentes organismos partidários. Particular atenção deve merecer o recrutamento de mais militantes para o Partido e a afirmação do seu projecto, valores e propostas.
A realização da Festa do Avante! em Setembro próximo, e o trabalho preparatório que lhe está subjacente, deve desde já merecer atenção, nomeadamente no que respeita à venda da EP! e a iniciativas de promoção e divulgação da Festa.
A DORAL do PCP reafirma que continuará a nortear a sua acção e intervenção no sentido de estar cada vez mais perto dos trabalhadores, dos seus problemas e aspirações, cada vez mais perto dos problemas das populações, dando voz às suas legítimas reivindicações.



8 de Junho de 2011                            A DORAL do PCP

Em 35 anos de quem é a culpa ?!






E agora serão mais quantos de PSD/CDS ?









quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Caminho da Meia-Praia - por Gilberto Travessas


              
     O Caminho da Meia-praia
                          
   Quando cheguei a Lagos para cá viver já conhecia esta cidade como turista: praia, bares e a interessante vida dos que por cá passam para se divertir. Passando a viver cá, devia conhecer todo o resto, isto é: o que há e não há, onde fica o quê, e os sítios desconhecidos dos forasteiros referidos pelos seus habitantes.
                                                                                                      
   Descobri então uma maravilha.Podia ir de carro da Meia-Praia até Odiáxere por um caminho cheio de aventuras, como na maré alta ter de andar na água, e buracos que obrigavam a uma velocidade de carroça. Este percurso tinha uma paisagem diferente e bonita. Ia-se pela estrada fora em direcção a nascente, atravessava-se a linha férrea sem guarda (já quase me tinha esquecido que existiam), via-se a ria de Alvor, os viveiros de peixe, uma engraçada ponte ferroviária parecendo estar no meio de nada e os campos até Odiáxere, ainda ignorando ser masculino o seu nome.

   De repente, um dia com amigos de fora, resolvi mostrar-lhes Lagos diferente de praias, bares e monumentos (óptimos nos dias de calor para um descanso refrescante). Levei-os a dar uma volta de carro e para finalizar com a cereja em cima do bolo ia mostrar-lhes o ex-líbris da terra: a estrada já por mim designada de marginal. Para meu espanto a meio do caminho bati num estaleiro de construção lá implantado. Tentei contorná-lo por um lado e por outro, a fim de retomar o percurso planeado, mas nada, só de tractor. Então um senhor com uma farda, a guiar um daqueles carrinhos para os preguiçosos pretensos golfistas, lá me disse para subir a colina, contornar o campo de golfe e depois apanhar a estrada. Não era isso que tinha prometido aos meus amigos. Senti que os tinha defraudado, mesmo podendo lá em cima mostrar-lhes isto e aquilo ao lado do caminho por onde tinha pretendido seguir. Mas dizer não é o mesmo que fazer.

   Chegado a casa fui ver os mapas. O caminho estava lá. Os mapas podiam ser velhos. No “googlemaps” também aparecia. Depois de “googlar” e encontrar os sítios oficiais sobre o território: o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos e o Instituto Geográfico Português, verifiquei que estes mostravam e referenciavam o caminho. Não havia dúvida sobre a sua existência legal.
   Só depois liguei o caminho, as obras e um PIN para toda aquela zona. Mistério resolvido. Como tantos outros, aquele Projecto de Interesse Nacional é uma forma de um grupo económico fazer do Nosso território português uma Interessante zona Privada. 


   Onde havia um caminho, bem ou mal transitável, com acesso às praias mais distantes, vai passar a haver qualquer coisa, mas onde serei impedido de usufruir um passeio de carro pela “marginal”. Onde havia um acesso (quem queria ia, quem não queria não ia, mas a escolha era individual) a praias sem uma concentração massiva de veraneantes, as pessoas passam a ser obrigadas a deixar a viatura muito mais longe e a fazer uma prova forçada de marcha ao sol. Onde há uma praia pública (em Portugal, se não me engano, porque da forma como os legisladores interesseiros se dão com os interesses do capital nunca se sabe, por enquanto as praias privadas são proibidas), passa a haver uma praia com acesso privilegiado para os moradores da zona PIN e, pela distância, desincentivadora para os outros cidadãos.

   Terminando com uma pergunta: se o Poder Local serve para defender os interesses das populações do seu município como é possível a autarquia ter permitido isto? 

E responderam-me:

          Também neste município socialista o poder económico vergou o poder autárquico, que também mais uma vez, pôs de lado uma das suas atribuições fundamenteis que é a de defender os interesses do seu município e preservar os seus recursos naturais e públicos, a coberto do manto hipócrita do desenvolvimento e criação de emprego.
            Mais uma vez os interesses e pretensões dos poderosos e influentes grupos económicos esmagaram os legítimos interesses de uma população que pretende apenas preservar o seu modo de vida com respeito pelo que até agora foi pleno domínio público (hídrico e ferroviário)
Tudo como se não fosse possível desenvolver e criar emprego com respeito pelo equilíbrio sustentado da região; como se o único desenvolvimento fosse o do betão armado e o do esmagamento dos recursos da região, proliferando prédios, casas e moradias (desabitadas) rodeadas de piscinas e campos de golfe; como se não fosse possível apoiar e desenvolver a pesca e a indústria a ela associada, a agricultura e recursos florestais, que ofereceria emprego todo o ano e não apenas por pequenos períodos; que muito contribuiria para a fixação das pessoas na região, para a estabilidade familiar e coesão social, através dos quais se conseguiria dar esperança a jovens e menos jovens que levam uma vida de abandono e desespero, jovens e menos jovens com quem nos cruzamos aqui em Lagos, em Odiáxere, em Bensafrim e Barão de São João.
Tudo sem esquecer o turismo, mas oferecendo um turismo autêntico, não subserviente; um turismo regional único, porque únicas são as suas praias, as suas águas, a sua vegetação, a sua arquitetura, a sua paisagem, a sua gente, preservando a identidade de LAGOS.

                                Gilberto Travessas 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Resultados eleitorais Faro/Lagos

 Resultados eleitorais no distrito de Faro 
e no concelho de Lagos
                                                                                                                                                                    


http://www.legislativas2011.mj.pt/territorio-nacional.html#


                                                                                                                                      
Distrito
Faro
84 freguesias apuradas.

Votantes
55,80%
9 Mandato(s) atribuído(s)
Mandatos atribuídos: 9

Votantes: 201.179
Inscritos: 360.564
                                                                                              
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Concelho de Lagos
  
Votantes
57,34%
      Votantes: 12.925
Inscritos: 22.542
ListaResultados
PPD/PSD
Partido Social Democrata

32,03%
4.140 votos
PS
Partido Socialista

24,32%
3.143 votos
CDS-PP
CDS - Partido Popular

12,34%
1.595 votos
PCP-PEV
CDU-Coligação Democrática Unitária

9,95%
1.286 votos
B.E.
Bloco de Esquerda

9,47%
1.224 votos
PCTP/MRPP
Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses

1,83%
237 votos
PAN
Partido pelos Animais e pela Natureza

1,75%
226 votos
MPT
Partido Da Terra

1,35%
175 votos
MEP
Movimento Esperança Portugal

0,64%
83 votos
PPM
Partido Popular Monárquico

0,41%
53 votos
PNR
Partido Nacional Renovador

0,39%
50 votos
PPV
Portugal pro Vida

0,35%
45 votos
POUS
Partido Operário de Unidade Socialista

0,13%
17 votos

EM BRANCO

3,77%
487 votos
NULOS

1,27%
164 votos

ListaResultadosMandatos
PPD/PSD
Partido Social Democrata

37,03%
74.491 votos
Mandatos
4
PS
Partido Socialista

22,95%
46.174 votos
Mandatos
2
CDS-PP
CDS - Partido Popular

12,71%
25.561 votos
Mandatos
1
PCP-PEV
CDU-Coligação Democrática Unitária

8,57%
17.233 votos
Mandatos
1
B.E.
Bloco de Esquerda

8,16%
16.414 votos
Mandatos
1
PAN
Partido pelos Animais e pela Natureza

1,64%
3.304 votos
PCTP/MRPP
Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses

1,57%
3.155 votos
MPT
Partido Da Terra

1,04%
2.084 votos
MEP
Movimento Esperança Portugal

0,54%
1.086 votos
PNR
Partido Nacional Renovador

0,54%
1.078 votos
PPM
Partido Popular Monárquico

0,35%
701 votos
PPV
Portugal pro Vida

0,32%
642 votos
POUS
Partido Operário de Unidade Socialista

0,14%
274 votos

EM BRANCO

3%
6.029 votos
NULOS

1,47%
2.953 votos

 
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