Partido Comunista Português
Direcção da Organização Regional do Algarve
Uma grande Greve Geral que envolveu todos os sectores de actividade no Algarve
O PCP saúda os trabalhadores da região do Algarve pela sua participação na Greve Geral de 22 de Março, convocada pela CGTP-IN, fazendo desta jornada de luta uma importante afirmação de dignidade, de determinação e coragem na luta contra a política de exploração e empobrecimento, contra as alterações à legislação laboral que estão em curso, contra o pacto de agressão das troikas, por uma outra política que defenda o emprego, os direitos, os salários, e o progresso social.
Foi uma greve geral que envolveu na região largas dezenas de milhar de trabalhadores de todos os sectores de actividade ao nível das últimas que se realizaram, e de que são exemplo:
Na administração local, registou-se uma fortíssima adesão, condicionando e em alguns casos anulando– exemplo de VRSA - os serviços de a recolha dos lixos; o funcionamento dos estaleiros municipais reduzido significativamente o seu funcionamento com o fecho de dezenas de oficinas e cancelamento dos serviços de limpeza por toda a região; vários mercados municipais estiveram também encerrados; e os serviços administrativos e de apoio à população foram consideravelmente afectados com o encerramento de bibliotecas – caso de Taviraarquivos, secções de trânsito, infantários; foi ainda profundamente afectado o funcionamento de várias juntas de freguesia com o encerramento de várias em praticamente todos os concelhos.
Na administração pública e central a greve teve uma importante expressão: nos diferentes graus de ensino, mobilizando funcionários, educadores e professores, encerraram dezenas de escolas, jardins de infância e infantários e muitas outras ficaram com um funcionamento profundamente afectado com o fecho de cantinas e o cancelamento de aulas e de actividades extra-curriculares; nos dois hospitais distritais do Algarve e no conjunto dos centros de saúde a greve nos enfermeiros e auxiliares foi superior a 50% e centenas de consultas e outros actos médicos foram cancelados; nos restantes serviços do Estado registo para o encerramento de várias repartições de finanças, de instalações da segurança social como em Lagoa, do IPJ de Faro e de um forte impacto na área da Justiça.
No sector privado – serviços e produção - assinalam-se o encerramento de algumas empresas como a Motorsá em Faro; o forte impacto em todo o sector das pescas com as lotas de VRSA e de Portimão fechadas, a de Olhão em serviços mínimos e uma parte considerável da frota pesqueira a ficar em terra; registo também para uma crescente adesão por parte dos trabalhadores na área do comércio e grandes superfícies e para diversas acções na hotelaria, como a concentração em Albufeira de dezenas de trabalhadores com salários em atraso do Grupo Carlos Saraiva; toda a área de apoio social, designadamente o conjunto das IPSS, foi afectada com o encerramento de diversos serviços.
No sector dos transportes, com uma menor expressão no sector aéreo que em greves anteriores, assinala-se o encerramento de todas as barras e portos do Algarve e uma forte adesão no sector ferroviário que ficou no essencial reduzido aos serviços mínimos decretados pelo governo.
O secretariado da DORAL do PCP valoriza ainda o conjunto de expressões de rua que a Greve Geral de 22 de Março assumiu na região. No Algarve, desde o princípio da noite até ao final do dia, foram dezenas de piquetes de greve envolvendo delegados, dirigentes e activistas sindicais. Os postos de informação sindical e as concentrações realizadas em Vila Real de Santo António, em Portimão, em Lagos e, particularmente, em Faro reuniram centenas de trabalhadores, de reformados, jovens, e até PME's, às quais se juntam ainda as concentrações de mariscadores e viveiristas em Olhão e do grupo CS em Albufeira.
Esta Greve Geral, pela sua dimensão e impacto, pela oportunidade da sua realização – a poucos dias da discussão na Assembleia da República do novo pacote laboral – deve ser tanto mais valorizável quanto foi construída perante: o crescente clima de chantagem,
repressão e medo imposto pelo patronato; a perda de um dia de salário num momento em que crescem as dificuldades da população; o quadro de desemprego que se alargou substancialmente desde a última greve.
O secretariado da DORAL do PCP sublinha ainda que, depois desta importante jornada de luta na região e no país, os trabalhadores estão em melhores condições para prosseguir a luta. A exigência de uma ruptura com o actual rumo de submissão ao grande capital ganhou
força. Ficou mais nítida a determinação dos trabalhadores em lutar por uma outra política, patriótica e de esquerda, que valorize os salários a começar pelo salário mínimo nacional, combata a precariedade e o desemprego, defenda a produção nacional, assuma a recuperação do controlo público dos sectores estratégicos, afirme a nossa soberania.
O PCP que esteve solidário e comprometido com esta Greve Geral, reafirma o seu compromisso na região do Algarve e no país, com a luta dos trabalhadores e das populações.
E neste sentido, para além da sua intervenção geral nas empresas e locais de trabalho, o PCP solicitou ainda uma reunião com a direcção da União de Sindicatos do Algarve que terá lugar na próxima 2ª feira dia 26 de Março.
O Secretariado da DORAL do PCP
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