Porquê este blogue?

Num tempo muito inquietante, marcado por uma forte ofensiva ideológica, com a qual os média dominantes fazem chegar todos os dias a milhões de pessoas a desinformação organizada com o objectivo de servir e defender os interesses do grande capital, a leitura e divulgação de informação progressista e revolucionária é crucial para todos os que assumem como referência maior os valores e ideais de ABRIL!

A LUTA CONTINUA!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

DESEMPREGO É MERA NOTA NEGATIVA PARA PASSOS COELHO




Desemprego é mera nota negativa
 para Passos Coelho
                            
 por Eugénio Rosa                      

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Os portugueses ficaram a saber pela boca do 1.º ministro, no discurso que fez na festa do PSD no Pontal, que o desemprego em Portugal não é um problema importante para Passos Coelho, porque «o que era importante não falhámos»; o desemprego é uma mera «nota negativa» para utilizar também as próprias palavras do 1.º ministro.
 E isto no dia em que o INE divulgou os dados sobre o desemprego do 2.º trimestre de 2012, que revelavam que 1,3 milhões de portugueses estavam desempregados ou subempregados por falta de trabalho, e estatísticas recentes da Segurança Social informavam que o número de desempregados a receber subsídio de desemprego tinha diminuído no 2.º trimestre deste ano, apesar do desemprego continuar a aumentar. Mas analisemos os dados divulgados pelo INE e pela Segurança Social para se poder avaliar a dimensão da insensibilidade social e da falta de respeito do 1.º ministro pelos desempregados.

O INE, na informação referente ao 2.º trimestre de 2012, utilizou dois conceitos novos que é importante ter presente para compreender os dados do Quadro anexo. O primeiro, é o «Subemprego de trabalhadores a tempo parcial» que, segundo o INE, corresponde ao «conjunto de indivíduos empregados dos 15 aos 74 anos que, no período de referência em que foi realizado o inquérito, tinham um trabalho a tempo parcial (inclui os «biscates» para sobreviver) e declararam pretender trabalhar mais horas do que as que habitualmente trabalham e estavam disponíveis para isso»; portanto, são pessoas que desejam trabalhar mais para obter uma melhor remuneração e que só o não fazem porque não encontram trabalho. Este conceito substitui o «subemprego visível» que o INE utilizava anteriormente.

 O segundo conceito novo é o de «inativo disponível mas que não procura emprego» que é, segundo o INE, o «inativo com idade dos 15 aos 74 anos que, no período de referência, estava disponível para trabalhar, mas não tinha procurado um emprego ao longo do período de referência ou nas três semanas anteriores ao inquérito do INE». Este conceito substitui o anterior de «inactivo disponível», que incluía também os «inactivos disponíveis desencorajados» – os que tinham deixado de procurar emprego porque já não acreditavam que o conseguissem arranjar. Portanto, estes dois grupos abrangidos pelos novos conceitos utilizados pelo INE, que os adoptou por serem usados pelo Eurostat, são constituídos (ambos) por portugueses que estão aptos e disponíveis para trabalhar mas que ou não o fazem ou o fazem apenas um número reduzido de horas porque não encontram trabalho. Na prática, ou estão totalmente sem trabalho ou apenas conseguem trabalhar poucas horas.

Assim, o desemprego oficial, que no 2.º trimestre de 2012 atingiu a taxa 15% (15,4% segundo o Eurostat), o que corresponde a 829,6 mil desempregados (849 mil de acordo com o Eusrostat), ascende de facto – se somarmos aqueles dois grupos, um de desempregados e o outro de subempregados – a 1 305 300, o que corresponde a uma taxa de desemprego real de 22,8%. Apesar disso, no fim do 2.º trim./2012, apenas 356,5 mil desempregados (43,1% do desemprego oficial; 27,3% do desemprego real) recebiam subsídio de desemprego, segundo a Segurança Social. E não obstante o desemprego continuar a crescer, o número de desempregados a receber subsídio, que tinha aumentado até ao 1.º trim./2012 para 360,7 mil, no 2.º trim./2012 diminuiu para 356,5 mil. Mas isto não é um problema importante para o 1.º ministro; nas suas palavras é apenas uma «nota negativa».
Acresce que o desemprego de longa duração está a aumentar muito, como revelam os dados do INE.

Entre o 2.º trim./2011 e o 2.º trim./2012, o desemprego de longa duração, ou seja, com mais de um ano, passou de 372,3 mil para 443,3 mil, representando já 53,6% do desemprego oficial total. Para a maioria destes desempregados de longa duração isso significa a crescente exclusão do mercado de trabalho, pois devido à sua baixa escolaridade (63,1% tinham o Ensino Básico) será cada vez mais difícil encontrar emprego. Mas para o 1.º ministro, isso também não é um problema importante, o que é importante é obter uma avaliação positiva da troika.
A «regra de ouro» salazarista
No discurso que fez no Pontal, Passos Coelho não falou uma única vez de qualquer medida para impulsionar o crescimento económico, nem para criar emprego. Certamente porque isso também não é um problema importante para ele, ou então porque acredita, cego pela ideologia neoliberal, que as «avaliações positivas da troika trarão, como por milagre, o crescimento económico.
 No entanto, o 1.º ministro foi ao baú das velharias salazaristas e retirou dele aquilo que chamou a «regra de ouro» de qualquer governo a qual, segundo ele, devia ser inscrita na Constituição para obrigar todos os governos a respeitá-la. E essa «regra de ouro» é que o governo nunca devia fazer qualquer despesa que aumentasse a dívida. E isto com a justificação de não sobrecarregar as gerações futuras que teriam de pagar essa dívida. A ignorância sobre a economia e tacanhez desta «regra de ouro» salazarenta tornam-se claras quando a confrontamos com a realidade. 

Suponha-se um investimento na construção de um hospital, ou de uma escola, ou de uma universidade, ou ainda de uma estrada, ou então medidas para impulsionar o crescimento económico e o desenvolvimento do País. É evidente, pela duração da sua vida útil, que esse hospital, essa escola, essa estrada vão ser utilizadas também pelas gerações futuras, assim como o crescimento económico e o desenvolvimento do País vão também beneficiar as futuras gerações. Se o Estado nunca se pudesse endividar para fazer esse tipo de investimentos, tal significaria que as gerações actuais teriam de pagar integralmente esses investimentos, embora eles fossem também utilizados pelas gerações futuras, ou então que esses investimentos não se realizariam e o País não se desenvolvia. A «regra de ouro» salazarista, agora também adoptada por Passos Coelho, a vingar só poderia conduzir o País ao atraso e à anemia económica, tal como sucedeu no salazarismo. 

A defesa do investimento público com base no endividamento não significa que todos os investimentos públicos sejam bons investimentos e por isso devam ser realizados. A situação que o País actualmente enfrenta também resultou de maus investimentos públicos. São exemplos a compra dos submarinos; a construção de estádios de futebol que não são utilizados; as rendas excessivas pagas pelo Estado a grandes empresas como a EDP e Mota-Engil, que ninguém tem coragem para reduzir, embora não se canse de o prometer; benefícios fiscais enormes concedidos às grandes empresas como à GALP e à banca, a construção de centenas de quilómetros de auto-estradas quando era suficiente uma boa estrada; e múltiplas despesas onde se continua a desbaratar impunemente fundos públicos (leia-se o livro recente de Bárbara Rosa e Rui Oliveira, a Má despesa pública, que é esclarecedor). Há boa despesa pública e má despesa pública, e é necessário e urgente boa despesa pública para tirar Portugal da recessão económica e para criar emprego. Mas a cegueira neoliberal e o espírito de classe impedem Passos Coelho e Vítor Gaspar de compreenderem este ensinamento elementar da ciência económica.
 Nenhuma empresa funcionaria nem se desenvolveria com gente com esta miopia e tacanhez à frente.

domingo, 26 de agosto de 2012

FESTA DO AVANTE! 2012



Festa do «Avante!» 2012:

 um vasto e diversificado programa

                         



Realizou-se no recinto da Festa do «Avante!» a apresentação completa do grande e diversificado programa da 36ª edição. Alexandre Araújo, do Secretariado do CC do PCP valorizou o trabalho militante indispensável à construção da Festa.
                                                                              
Ver aqui:http://www.pcp.pt/festa-do-%C2%ABavante%C2%BB-2012-um-vasto-e-diversificado-programa

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ENCERRAMENTO DOS SUB DE LOULÉ E LAGOS



Encerramento dos Serviços de Urgência Básica de Loulé e Lagos
                          
Uma delegação da Direção Regional do Algarve do Partido Comunista Português, integrando o deputado do PCP eleito pelo Algarve, Paulo Sá, visitou, na passada segunda-feira, dia 30 de julho, o Hospital de Lagos e o Centro de Saúde de Loulé.

                                   


Esta visita, realizada na sequência da divulgação do relatório “Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência” encomendado pelo Governo à Comissão de Reavaliação da Rede Nacional de Emergência/Urgência, permitiu analisar in loco as condições existentes no Hospital de Lagos e no Centro de Saúde de Loulé e, em particular, nos serviços de urgência básica destas unidades de saúde, cujo encerramento é defendido no referido relatório.

Os serviços de urgência básica de Loulé e Lagos constituem o primeiro nível de acolhimento a situações de urgências nos concelhos de Loulé, Lagos, Vila do Bispo e Aljezur, registando um elevado número de atendimentos diários (100 em Loulé e 60 em Lagos). O eventual encerramento dos serviços de urgência lesaria profundamente as populações destes concelhos, além de muitos milhares de turistas que visitam a região algarvia.

Não se descortina para o encerramento dos serviços de urgência básica de Loulé e Lagos qualquer fundamento, além do economicista. O Governo PSD/CDS não vê a saúde como um investimento, não só na vida das pessoas, como também na economia e nas condições de vida e de trabalho. Pelo contrário, vê nos serviços de saúde uma despesa do Estado que é preciso reduzir de forma cega. Tais reduções de despesas traduzem-se numa efetiva redução do direito à saúde, consagrado na Constituição da República, além de favorecerem os interesses privados que atuam neste setor.

O PCP rejeita veementemente o encerramento dos serviços de urgência básica de Loulé e Lagos, defendendo, pelo contrário, mais investimento no setor da saúde na região algarvia, em particular, na construção do Hospital Central do Algarve e do novo Hospital de Lagos.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

RECESSÃO E DESEMPREGO


Recessão e Desemprego 

aprofundaram-se no 2º trimestre

                                               

A profunda recessão em que as políticas de direita têm vindo a mergulhar o nosso país, com cortes nos salários e nas reformas, nas funções sociais, no subsídio de desemprego e no investimento público e privado, fazem com que a Procura Interna e o PIB esteja em queda há seis trimestres seguidos e fazem com que o desemprego suba para níveis inimagináveis.

Os dados hoje divulgados pelo INE sobre a evolução do PIB e do Desemprego no 2º trimestre confirmam o aprofundamento da recessão e do desemprego no 2º trimestre e no 1º semestre do ano.
Enquanto o PIB caíu 3,3% no 2º trimestre do ano, o desemprego atingiu neste mesmo período os 826 900 desempregados em sentido restrito (15% de taxa de desemprego), enquanto o desemprego real ultrapassa já 1 milhão e 250 mil desempregados (21,8% de taxa de desemprego real).

Entre o 2º trimestre do ano passado e o 2º trimestre deste ano foram destruídos 204 800 empregos e mais 151 900 trabalhadores estão no desemprego. Enquanto a taxa de desemprego total aumentou no último ano 2,9 pontos percentuais, essa mesma taxa aumentou para os jovens trabalhadores 8,5 pontos percentuais passando de 27% para 35,5%.

A profunda recessão em que as políticas de direita têm vindo a mergulhar o nosso país, com cortes nos salários, nas pensões, nas reformas, no Serviço Nacional de Saúde, na Educação, nos apoios sociais às famílias, no subsídio de desemprego e no investimento público e privado, fazem com que a Procura Interna e o PIB esteja em queda há seis trimestres seguidos e fazem com que o desemprego de trimestre em trimestre suba para níveis inimagináveis há alguns anos atrás.
O PCP reafirma uma vez mais que constitui um imperativo para o nosso país a rejeição do Pacto de Agressão e das políticas de direita que ele encerra.

Só através da renegociação da nossa dívida pública, só garantindo o crescimento económico, apostando no nosso aparelho produtivo e na substituição de importações por produção nacional, no aumentos dos salários e pensões, na melhoria das condições de vida do povo português, na redução da dependência externa e na afirmação da soberania nacional, Portugal terá futuro. O povo e os trabalhadores portugueses podem contar com o PCP para a construção desse caminho.

Ver aqui:http://www.pcp.pt/recess%C3%A3o-e-desemprego-aprofundaram-se-no-2%C2%BA-trimestre

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

JOGOS OLÍMPICOS 2012


O PCP saúda os atletas olímpicos portugueses e sublinha a ausência de uma política desportiva para o país 
                                             


O PCP saúda todos os atletas portugueses que integraram a representação olímpica do nosso país, valorizando todo o seu esforço, dedicação e trabalho realizado. Esta saudação é justa e merecida para os atletas que conquistaram medalhas olímpicas, mas é-o também para todos os demais atletas e técnicos da representação portuguesa, que deram o seu melhor, não obstante as dificuldades que enfrentam diariamente no nosso país.

Neste momento, em que as atenções se dirigem com particular entusiasmo para a prestação destes atletas, em que muito tem sido dito sobre as expectativas e os resultados da representação portuguesa em Londres, importa assinalar alguns aspectos sobre a política para a área do desporto.
Em Portugal, não obstante a sua consagração constitucional, o pleno direito à cultura física e ao desporto para todos, está longe de ser garantido pelo Estado que, promovendo a sua mercantilização, é responsável pelo facto de Portugal ser o país com a mais elevada taxa de inactividade física da União Europeia.

Esta realidade evidencia a necessidade de uma política desportiva integrada como elemento da formação da cultura integral do indivíduo, promovendo a prática desportiva, entendida como um direito e um importante factor de promoção do bem-estar e da saúde das populações. Ao contrário, a realidade desportiva é marcada por uma separação entre a preparação de atletas de alta-competição e o desporto de massas, porque este não tem os necessários apoios. E é, de facto, aí que reside a base indispensável para se promover políticas de alta competição.

Simultaneamente a intervenção do Estado limita-se cada vez mais a destacar eventos desportivo-comerciais que redundam em gigantescas operações de publicidade, sem nenhuma mais-valia para o desporto nacional. Na realidade, ao invés de se investir na estrutura e infra-estrutura desportiva, o actual Governo, como os anteriores, vira toda a sua intervenção para os fenómenos desportivos de entretenimento. O investimento numa rede de infra-estruturas desportivas é feito ao sabor de clientelismos locais, clubísticos e económicos. O desporto no trabalho não merece qualquer apoio e é cada vez mais um direito do passado na política destes Governos. Há cada vez menos atletas federados, e clubes e colectividades por todo o país comprometem a participação em competições por se encontrarem em ruptura financeira. O desporto escolar está em risco para o ano lectivo prestes a começar, diminuiu-se o peso da educação física nos currículos escolares e são ainda muitas as escolas básicas e secundárias que não dispõem de pavilhões gimnodesportivos ou de outras infra-estruturas desportivas.

Verifica-se o sucessivo corte de investimentos e verbas - agravados com a concretização do Pacto de Agressão - e a inexistência de um programa e um projecto consistentes que assegurem o fomento da prática desportiva e a sua democratização, e o apoio ao desporto federado e de alta competição, o que não impede o descarado aproveitamento político dos resultados desportivos obtidos a nível internacional, visando iludir a situação de atraso a que a política de direita conduziu o desporto nacional.

Todos estes factos são elementos a ter em conta na avaliação dos resultados da representação portuguesa nos jogos olímpicos de Londres. A responsabilização individual dos atletas que não conquistam medalhas e o aproveitamento político daqueles que conseguem melhores resultados, são duas realidades igualmente injustas que não podem esconder os problemas de fundo. Nesta edição dos Jogos Olímpicos participaram cerca de 200 países com mais de 10 000 atletas, num quadro de elevada complexidade da alta competição a nível internacional. Neste contexto, exige-se bom-senso, noção da realidade e respeito pelos atletas portugueses.

Em respeito pela Constituição, exige-se ao Governo português que tome medidas para inverter a situação e que o desporto, na sua diversidade de modalidades, não seja lembrado apenas de 4 em 4 anos.

Ver aqui:http://www.pcp.pt/o-pcp-sa%C3%BAda-os-atletas-ol%C3%ADmpicos-portugueses-e-sublinha-aus%C3%AAncia-de-uma-pol%C3%ADtica-desportiva-para-o-p

quinta-feira, 9 de agosto de 2012




  Com Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP         
Domingo 12 de Agosto de 2012 pelas 20h00  
na Casa das Artes, em Portimão
                                                                                                                                                                              
PARA CONFIRMAR A INSCRIÇÃO PARA O JANTAR COM O JERÓNIMO DE SOUSA NO PRÓXIMO DOMINGO CONTACTAR
JOSÉ MANUEL FREIRE 918036096

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A LEI AUTÁRQUICA EM PREPARAÇÃO

por José Veloso
                     

A LEI AUTÁRQUICA EM PREPARAÇÃO E O PODER LOCAL 
 
                                 
È preciso transformar o poder em serviço. Só nos é confiado
o poder para estarmos ao serviço daqueles que precisam.”

Nuno Kruz Abecassis, presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
1985, citado in Jornal de Letras, Artes e Ideias, Junho 2012

Em negociações de bastidores, nas escuras entranhas onde PS/PSD/CDS tramam negócios turvos, está a ser congeminado mais um atropelo à Constituição da Republica, com uma nova lei para a eleição e composição dos órgãos das autarquias locais. Que, pelo que já conseguiu vir a público, será, nem mais nem menos, a destruição do Poder Local, de que ficará apenas o nome. E a vergonha para os autores da façanha.

Até agora, o País tem-se regido, basicamente, pela legislação que instituiu o Poder Local conforme os conceitos e as disposições Constitucionais de 1976, de acordo com as quais o Poder Local se afirmou como o maior prestador de serviços para as populações, desde as infraestruturas básicas até ao desenvolvimento global dos Municípios.

No entanto, posturas de cariz totalitário e caciqueiro que se instalaram em órgãos autárquicos, apoiadas por perversa legislação avulso que tem sido promulgada, teem-se encarregado de deformar o Poder Local, através de maiorias absolutas que, ao arrepio da Constituição da Republica, retiram do funcionamento das Câmaras Municipais a qualidade colegial, por deixarem de considerar a igualdade de direitos dos eleitos das outras correntes de opinião local.

A partir desses procedimentos nas maiorias absolutas, ficou aberta a porta para se instalar no Poder Local o conceito de Poder versus Oposição, em reprodução bastarda do Poder Central, e nos antípodas da riqueza democrática dos órgãos do Poder Local serem constituídos por cidadãos eleitos, neles participando em igualdade de condições.

A alteração que agora é pretendida pelos PS/PSD/CDS para as leis do Poder Local, baseia-se na descarada mentira da ingovernabilidade dos Municípios sem maiorias absolutas, coisa desmentida, perante qualquer cidadão de boa fé, pela experiencia de 36 anos, como em Lagos.

Esta nova lei irá impor maiorias absolutas nas autarquias locais, mesmo que seja contra a vontade das populações, democraticamente expressa nas eleições.

Repare-se no que a nova lei PS/PSD/CDS vai querer.

Desaparece a Câmara Municipal eleita pelos cidadãos. Só haverá eleição para a Assembleia Municipal. O cabeça da lista mais votada, nem que seja por um só voto, passa a ser a novidade de se chamar Presidente do Município, e é ele que escolhe os vereadores. Assim fica inventada a maioria absoluta artificial, não eleita, às ordens do presidente que a escolheu, e onde ninguém intervem.

Diz-se que na nova lei a Assembleia Municipal fica com mais poderes. Será assim, mas a Câmara Municipal colegial eleita pelos munícipes, peça fundamental para as autarquias serem Poder Local, dará o lugar ao caldo de cultura ideal para o caciquismo, onde nasce tudo aquilo de que hoje, em regra injustamente, se acusam as autarquias locais.


Em Lagos, basta que se olhe para os terriveis problemas que a actual maioria absoluta do PS trouxe para os munícipes. É o Município no descalabro financeiro, sem dinheiro, crivado de dívidas que fez e compromissos que tomou por gestão autoritária, que não se sabe como pagar e vai deixar para os vindouros, com a desculpa da crise.

Bastaria este exemplo, para provar que é preciso evitar as maiorias absolutas artificiais, que, na desvergonha dos negócios PS/PSD/CDS, a nova lei virá possibilitar em todos os Municípios, queiram ou não os eleitores.

José Veloso
  Agosto 2012

sábado, 4 de agosto de 2012

ACTIVIDADE PARLAMENTAR DO PCP



Pergunta ao Governo N.º 3738/XII/1      

por Paulo Sá Deputado do PCP pelo Algarve                

Atraso das obras na Escola Secundária Júlio Dantas, em Lagos             

As obras de requalificação realizadas pela empresa Parque Escolar na Escola Secundária Júlio Dantas, em Lagos, encontram-se paradas. Na realidade, entre janeiro e junho as obras apenas decorreram durante 40 dias.
A Direção da Escola Secundária prevê um início de ano letivo de 2012/13 negro para os seus aproximadamente 1.200 alunos, devido ao atraso na 2ª fase da reconstrução da escola.
Esta escola, no próximo ano letivo receberá alunos das turmas de 9º ano da Escola Tecnopólis, em consequência da constituição do mega-agrupamento de escolas Júlio Dantas, o que tornará impossível o funcionamento das atividades de Educação Física. No ano letivo de 2011/12 as aulas de Educação Física funcionaram no Complexo Desportivo Municipal, representando uma despesa acrescida de 6.364 euros, quantia que devia ter sido paga pela empresa Parque Escolar. Como tal não sucedeu, esta verba constituiu mais um encargo financeiro para a Escola
Secundária Júlio Dantas.
O refeitório e o bar da escola têm funcionado em monoblocos em condições inadequadas, visto que as temperaturas aí registadas nos meses de maio e junho atingiram os 44 ºC. Refira-se ainda que análises efetuadas pelo HCCP mostraram que, no mês de junho, havia indícios de
contaminação em alguns produtos alimentares.
A Escola Secundária Júlio Dantas desespera, há meses, por uma solução para o problema da paragem das obras de requalificação.
Em março do corrente ano, o Grupo Parlamentar do PCP já havia questionado o Ministério da Educação e Ciência (pergunta n.º 2495/XII/1ª) sobre os problemas registados com as obras em várias escolas secundárias da região algarvia, entre as quais se inclui a Escola Secundária Júlio Dantas.
Na sua resposta às questões colocadas pelo PCP, o Ministério da Educação e Ciência limitou-se a informar que pretendia a proceder à elaboração de um relatório da situação financeira da Parque Escolar EPE e à revisão dos planos de investimento e financiamento para o período 2012-2015 e dos projetos já elaborados relativos a intervenções que foram suspensas. Ou seja, nada disse em concreto sobre os problemas registados com as obras das escolas secundárias do Algarve e, em particular, da Escola Secundária Júlio Dantas. Esta atitude representa um inaceitável desprezo pelos alunos, pelas famílias, pelos docentes e pelos funcionários!
Assim, com base nos termos regimentais aplicáveis, vimos por este meio perguntar ao Governo, através do Ministério da Educação e Ciência, o seguinte:

1. Quando recomeçarão as obras na Escola Secundária Júlio Dantas e quando estarão concluídas?

2. A intervenção em curso nesta escola, levada a cabo pela empresa Parque Escolar, será realizada de acordo com o projeto inicialmente previsto ou irá sofrer modificações? No caso de serem feitas modificações ao projeto, quando é que serão levadas ao conhecimento da
direção da escola?

3. Que medidas prevê o Governo adotar para minimizar na referida escola os impactos negativos provocados pelo atraso das obras, nomeadamente, no que diz respeito ao funcionamento das aulas de Educação Física e às condições no refeitório e no bar?


Ver aqui:http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalhePerguntaRequerimento.aspx?BID=71721

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

ASSEMBLEIA MUNICIPAL - PROPOSTA DA CDU






 PRONÚNCIA SOBRE A REORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO TERRITÓRIO DAS FREGUESIAS DO CONCELHO DE LAGOS
NOS TERMOS DO ARTº. 11º DA LEI Nº 22/2012 DE 30 DE MAIO
                         

PROPOSTA
                                    

A Lei nº 22/2012 de 30 de Maio, aprovada na Assembleia da República com os votos favoráveis do PSD e CDS, aponta para a extinção de centenas de freguesias, a qual, a ser aplicada, representa um grave atentado contra o Poder Local democrático, os interesses das populações e o desenvolvimento local.

O Poder Local, expressão e conquista de Abril, é parte integrante do regime democrático que viu consagrado na Constituição da República Portuguesa os seus princípios essenciais, quer quanto à sua relação com o poder central – descentralização administrativa, autonomia financeira e de gestão, reconhecimento de património e finanças próprias e poder regulamentar – quer quanto à sua dimensão democrática – plural e colegial, com uma larga participação popular, representativa dos interesses e aspirações das populações.

A afirmação do Poder Local e as profundas transformações sociais operadas pela sua intervenção na melhoria das condições de vida da população e na superação de enormes carências são inseparáveis das características profundamente democráticas e da sua dinâmica popular.

As freguesias não são, reconhecidamente, um peso financeiro com significado, representando muito pouco em termos de Orçamento de Estado – 0,1% do total – em nada contribuindo quer para a despesa pública, quer para a dívida nacional, devendo ser, tal como os municípios, entidades a preservar e arredadas de intervenções marginais impostas.

O propósito de liquidação de centenas de freguesias, anunciado como Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, insere-se na ofensiva em curso com vista à subversão do Poder Local democrático e do ataque mais geral contra direitos e interesses dos trabalhadores e das populações, razão que justifica a luta em defesa das freguesias e dos municípios.

Todavia, a Lei nº 22/2012 não é, só por si, sinónimo de extinção de freguesias nem nenhuma freguesia está automaticamente liquidada com a sua publicação. A sua extinção obrigará à aprovação em concreto na Assembleia da República das leis, em rigor lei a lei, que definam uma nova divisão administrativa nos concelhos que porventura venham a ser abrangidos. Esta questão, para lá da sua dimensão legal e processual, encerra um elemento político de enorme alcance: o de em concreto ser exigido que haja partidos na Assembleia da República que, caso a caso, tenham de assumir o ónus de associar essa iniciativa à liquidação em concreto de cada uma das freguesias em presença.

Percebe-se assim o “convite” que a lei faz aos órgãos municipais para se envolverem, eles próprios, na liquidação das freguesias. Atitude que se for adoptada transfere o ónus político dos partidos da maioria para as autarquias, ilibando-os da responsabilidade de darem a cara por iniciativa directa pela decisão de extinção, ao mesmo tempo que faculta aos principais promotores desta ofensiva o argumento de que se limitaram a respeitar e dar expressão à vontade das autarquias.

Considerando que:

 As Freguesias do Município de Lagos possuem um importante valor histórico, patrimonial e cultural, assim como uma atividade económica, social e cultural essencial para a vida e desenvolvimento da sua população.

A realidade com que somos confrontados leva a que não nos possamos calar face à denominada Reorganização Administrativa da Administração Local, porque esta é baseada em critérios artificialmente criados, em interesses meramente economicistas, e ignora a história, a vivência e a tradição de cada local, negando à população séculos de história da sua existência.

Nenhum eleito autárquico tem legitimidade para decidir sobre a extinção de freguesias, sobretudo tendo em conta que nenhum partido ou candidato, aquando das últimas eleições autárquicas, inscreveu no seu programa a intenção de eliminar freguesias de Lagos.

As Assembleias de Freguesia de Barão S. João, Santa Maria e S. Sebastião, a Câmara Municipal de Lagos, a Assembleia Municipal de Lagos e a Assembleia Intermunicipal do Algarve já se manifestaram contra a extinção de freguesias.

Nestes termos, e no caso concreto do município de Lagos, a CDU considera ser inaceitável que a Assembleia Municipal ou qualquer outro órgão autárquico se pronuncie de forma desinteressada ou favorável às pretensões anunciadas. Deve, pelo contrário, manifestar-se de forma inequívoca contra a extinção, fusão ou agregação de qualquer das suas seis freguesias.

Neste sentido, ao assumir uma posição contrária ao Regime Jurídico da Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, aprovado pela Lei 22/2012, a CDU propõe que:

A Assembleia Municipal de Lagos reunida em 30 de Julho de 2012 delibere:

  1. Aprovar um voto de oposição à liquidação de qualquer freguesia do concelho de Lagos.
  2. Reclamar aos partidos políticos representados na Assembleia da República que rejeitem com o seu voto os projectos que em concreto visem a liquidação de freguesias, defendendo assim a identidade local, a proximidade às populações, o desenvolvimento e a coesão territorial.
  3. Reivindicar o reforço da autonomia local e a afetação de meios adequados às autarquias, de modo a que possam melhor servir as populações.
  4. Exigir a defesa e a valorização do Poder Local Democrático, em cumprimento dos princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa, como fator essencial ao desenvolvimento local e ao combate às desigualdades e assimetrias.
  5. Enviar esta proposta para:
Assembleia da República, Presidência da República, Governo da República, ANMP, ANAFRE, Câmara Municipal de Lagos, Juntas e Assembleias de Freguesia do Município de Lagos e Comunicação Social.

Lagos, 30 de Julho de 2012
                                                                                            O Eleito da CDU

                                                                        José Manuel da Glória Freire de Oliveira
           
Esta Proposta foi aprovada

ASSEMBLEIA MUNICIPAL - PROPOSTA DA CDU




NÃO AO ENCERRAMENTO DO SERVIÇO DE
URGÊNCIA BÁSICA DO HOSPITAL DE LAGOS E À RETIRADA DA AMBULÂNCIA DE EMERGÊNCIA SIV ESTACIONADA EM LAGOS
                                      
         No passado dia 17 de Julho o Ministro da Saúde apresentou um estudo, encomendado pelo Ministério da Saúde, sobre a Reavaliação da Rede Nacional de Emergência e Urgência no qual prevê o encerramento do Serviço de Urgência Básica do Hospital de Lagos e retirar a ambulância de emergência SIV estacionada em Lagos que serve os concelhos de Lagos, Aljezur e Vila do Bispo.
         O encerramento progressivo dos diferentes serviços do Hospital de Lagos é mais um passo para a desertificação humana e perda de qualidade de vida das populações dos Municípios das Terras do Infante. Com efeito ao longo do tempo já foram encerrados diversos serviços – maternidade, bloco operatório e foram igualmente transferidos para Portimão outras valências que muito falta fazem. Desde  as consultas externas, que neste momento são residuais, à realização de exames complementares de diagnóstico (endoscopias, ecocardiogramas, ecografias) tudo se deixou de puder fazer no Hospital de Lagos.
         Porque aqui onde as distâncias a percorrer são grandes e não há transportes públicos adequados, onde a população é idosa e as pensões baixas, onde o desemprego grassa, a existência de um equipamento com as valências que o Hospital de Lagos tinha, faz toda a diferença. E não só para o concelho de Lagos, mas para os concelhos de Aljezur e Vila do Bispo.       
         Com maus transportes públicos, com grandes distâncias, com estradas difíceis, as populações dos concelhos de Lagos, Aljezur e Vila do Bispo, com o encerramento da Urgência Básica de Lagos, passariam a ter uma assistência de saúde ainda muito pior do que já está.
         Também a Urgência do Hospital de Portimão sofreria com esta decisão. Se neste momento já se espera e desespera tantas vezes 8 e, às vezes, mais horas pelo atendimento com doentes e acidentados em macas nos corredores, esta sobrecarga significaria ainda mais dificuldades no acesso às urgências para todos as populações dos concelhos abrangidos por este Hospital
         O Ministro e o Governo que saibam que, embora ninguém queira, e esperamos que não aconteça, a verdade é que passa a haver o perigo de pessoas morrerem por não poderem aceder aos cuidados de saúde a tempo de ser tratadas.
         Na certeza de que vamos lutar com determinação contra as medidas e decisões lesivas da nossa qualidade de vida, porque estamos empenhados na defesa deste território, porque defendemos o interesse público e os direitos dos cidadãos, queremos que o Governo tenha em conta que existe um país com pessoas, com necessidades e com direitos.

         Face ao exposto o eleito da CDU na Assembleia Municipal de Lagos propõe que:
         A Assembleia Municipal de Lagos reunida no dia 30 de Julho de 2012 delibere:
1.     Manifestar ao Ministro da Saúde o seu mais vivo repúdio e protesto pela proposta de encerramento do Serviço de Urgência Básica do Hospital de Lagos e da retirada da ambulância de emergência SIV estacionada em Lagos.
2.     Apelar a todos  os órgãos Autárquicos, instituições e diversas entidades dos concelhos de Lagos, Aljezur e Vila do Bispo para que manifestem o seu protesto contra mais esta agressão ao Serviço Nacional de Saúde.
3.     Promover em colaboração com os órgãos Autárquicos dos Municípios das Terras do Infante uma petição a entregar na Assembleia da República, contra o encerramento do Serviço de Urgência Básica do Hospital de Lagos e a retirada da ambulância de emergência SIV estacionada em Lagos.
4.     Dar conhecimento desta proposta ao Governo ao Presidente da República, à Assembleia da República a todos os órgãos Autárquicos, instituições e diversas entidades dos concelhos das Terras do Infante e à comunicação social.

         Lagos, 30 de Julho de 2012
                                                                                    O Eleito da CDU

                                                                 José Manuel da Glória Freire de Oliveira


Esta proposta foi aprovada por unanimidade

 
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