Uma das maiores jornadas de luta realizadas no Algarve
Esta Greve Geral,
inserida num intenso e longo processo de combate à política de direita,
constitui também, uma forte exigência de mudança de rumo na vida
política nacional e uma inequívoca demonstração de confiança num
Portugal com futuro. Uma Greve Geral tanto mais significativa quanto se
verificou na região com o maior nível de desemprego do país, de elevada
precariedade, de empobrecimento, de carência em que cada dia de salário
conta, de sofisticadas formas de condicionamento e coação ideológica, de
ameaça, repressão, arbitrariedade e violação da lei da greve,
de desvalorização e silenciamento quer antes quer durante a
Greve. Os elevados índices de adesão nas condições de hoje são uma
inapagável demonstração de descontentamento e protesto.
Numa Greve de grande dimensão e numa região com um tecido económico com características próprias o PCP sublinha:
A importante adesão no sector das pescas,
designadamente nas várias lotas do Algarve, a paralisação de muitas
embarcações e o forte impacto na pesca do cerco ao longo de toda a
costa. A participação de muitos trabalhadores do comércio/grande distribuição,
em condições particularmente difíceis, com adesões significativas em
várias lojas da região, designadamente no MiniPreço de VRSA, no Pão de
Açúcar de Olhão e no Jumbo de Faro. E ainda a participação de outros
trabalhadores, também do sector privado, em áreas tão
diversas como: a banca com o encerramento de várias dependências da CGD
como em Alcoutim; as áreas de apoio social que levaram a que uma dezena
de Misericórdias estivessem a funcionar apenas com serviços mínimos; as
adesões significativas nos jardins de infância e em várias IPSS´s,
designadamente em Albufeira e VRSA.
O impacto da Greve em todo o sector dos transportes
com a paralisação de todos os portos da região, de Sagres a Vila Real
de Santo António, afectando toda a actividade e operações portuárias com
os navios mercantes, de comércio, cruzeiros, pescas e recreio nos
estaleiros. A não circulação de comboios no Algarve para lá dos serviços
mínimos. O cancelamento de vários voos no Aeroporto de Faro, assim como
a reprogramação de vários devido aos efeitos da Greve.
A forte adesão em toda a Administração Local,
particularmente na recolha do lixo com paralisações em geral acima dos
50% e que, em alguns casos como Loulé, foram totais. Uma Greve que
envolveu milhares de trabalhadores nas autarquias e que levou ao
encerramento de mercados municipais como em Lagos, à paralisação de
estaleiros como em Tavira, ao encerramento de Pavilhões como em
Albufeira, ou à redução da actividade dos Bombeiros aos serviços mínimos
como em Vila do Bispo. Uma adesão que para além das Câmaras Municipais
concretizou o encerramento de mais de 30 Juntas de Freguesia e afectou o
funcionamento da esmagadora maioria das restantes.
A importante adesão em todos os sectores da Administração Pública Central com:
o encerramento de metade das escolas da região e o condicionamento de
muitas outras, incluindo a Universidade do Algarve que funcionou a menos
de metade; a importante participação de enfermeiros, médicos e outros
trabalhadores da saúde que se fez sentir em adesões superiores a 50% nos
hospitais Algarvios, a par do encerramento de várias Unidades de Saúde
Familiar como em Albufeira; e ainda a quase paralisação ou encerramento
de várias Repartições de Finanças, Centros de Segurança social, Serviços
Notariais, Loja do cidadão em Faro, assim como de tribunais com
destaque para o fecho do Tribunal Cível e Criminal e da delegação do
Ministério Público.
Dando corpo ao amplo
descontentamento e indignação e ao sentimento de solidariedade para com
os objectivos da Greve Geral, o PCP valoriza a importante expressão de rua
que tiveram dezenas de piquetes de Greve em toda a região, assim como a
realização das concentrações em Vila Real de Santo António e Portimão
que reuniram centenas de trabalhadores e a importante manifestação que, com mais de mil presenças, percorreu a baixa de Faro.
Solidário com esta
grande jornada de uma luta que continuará, consciente de que com esta
Greve os trabalhadores e o povo estão em melhores condições para
alcançar os seus objectivos, o PCP reafirma a necessidade de
intensificar o protesto organizado para derrotar a actual proposta de
Orçamento do Estado, para pôr fim a este Governo e a esta política, para
pôr fim ao desastre e abrir caminho a uma política e a um Governo
patriótico e de esquerda.
O Secretariado da DORAL do PCP
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