Sobre o Inquérito ao Emprego do 2º trimestre de 2011
O INE acabou de divulgar os dados resultantes do
Inquérito ao Emprego do 2º trimestre de 2011. A taxa de desemprego em sentido
restrito calculada para este trimestre é de 12,1%, o que corresponde a 675 mil
desempregados. Em sentido lato, isto é, incluindo o subemprego visível e os
inactivos disponíveis, a taxa desemprego situa-se nos 17,5%, o que corresponde
a 997 500 desempregados.
Dada a quebra de série que se regista no inquérito ao
Emprego a partir do 1º trimestre de 2011 não é possível calcular a variação
homóloga do desemprego e desta forma poder analisar o comportamento da taxa de
desemprego no mesmo período do ano em dois anos consecutivos (2010 e 2011).
Pelo facto de o desemprego em cadeia ter baixado do 1º
para o 2º trimestre de 2011 (de 12,4% para 12,1%), não se pode concluir que o
desemprego baixou, trata-se de períodos diferentes do ano, que como tal não são
comparáveis. A análise do emprego e do desemprego em termos trimestrais ao
longo dos vários anos mostra-nos que por norma o desemprego baixa no 2º
trimestre do ano, período do ano em que são efectuadas as contratações sazonais
que antecedem o período de verão. A título de exemplo refira-se que só na
região do Algarve do 1º para o 2º trimestre a taxa de desemprego baixou de 17%
para 14,7% e o nº de pessoas à procura de emprego baixou em 5 000.
Dos dados agora divulgados destacamos o elevadíssimo
nível de desemprego registado no desemprego jovem (27%), o nível de desemprego
das mulheres (12,4%), bem como o elevado nível atingido pelo trabalho precário
no nosso país (31,1%), ou seja 1 milhão e 200 mil trabalhadores.
O PCP reafirma a necessidade de uma política
alternativa, patriótica e de esquerda, assente na promoção do investimento, na
valorização dos rendimentos dos trabalhadores e dos reformados e no apoio às
pequenas e médias empresas indispensável à dinamização do mercado interno, no
aumento da produção nacional, que por si implicam a rejeição do programa de
agressão e submissão.
Só assim se dinamizará de uma forma coerente a criação
de emprego e se combaterá de forma consequente os elevadíssimos níveis de
desemprego e precariedade que perduram na nossa economia e que os projectos do
Governo de facilitação e embaratecimento dos despedimentos acentuarão.
17.8.2011
O Gabinete de Imprensa do PCP
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