segunda-feira, 15 de outubro de 2012

DEBATE DO ESTADO DO MUNICÍPIO 2012

ASSEMBLEIA MUNICIPAL
                                                           
DEBATE DO ESTADO DO MUNICÍPIO 2012
                                                                                               
1ª parte 
Expor hoje e aqui a opinião da CDU sobre o estado do Município, é fácil, e dispensaria qualquer esforço de análise. Bastaria, muito simplesmente, repetir tudo o que foi dito e repetido pela CDU nesta Assembleia e dado a conhecimento público, nos anos anteriores a este, acrescentando, com a mesma simplicidade, que se mantém tudo o que foi então referido e criticado, com a diferença que tudo está muito agravado. Tudo está pior. Desde o afundamento das finanças municipais a um nível de escândalo, ao próprio funcionamento da Câmara Municipal gerida pelo PS.
Ora como a primeira exigência que se faz na política, como na vida, é a honestidade intelectual, há que abandonar a mentira de dourar a pílula. Portanto, compete ao PS assumir que a situação calamitosa em que o Município se encontra, se deve às politicas erradas que conduziram à ruina financeira.
Ironizando, pode dizer-se que a Câmara de Lagos é hoje como o sujeito que, impante, se exibe a conduzir um brilhante automóvel novo que não pagou, e que vai hipotecar os bens da família para liquidar a dívida.
É o que está a acontecer aos munícipes de Lagos, que não só são esmagados pelas politicas erradas do governo PSD/CDS, como estão a ser sobrecarregados com a violência das subidas de tarifas, taxas e licenças para pagar as dívidas feitas pelo PS na Câmara Municipal, e poder assim exibir o que chama de grande obra feita.

Recentemente foi aprovado pela Câmara e pela Assembleia Municipal, com os votos do PS e CDS, o chamado Programa de Apoio á Economia Local. Este programa terá uma duração de 14 anos, tem como obrigação a aplicação de um Plano de Ajustamento Financeiro que terá gravosas consequências para os munícipes, para os trabalhadores do município, para os agentes culturais, desportivos e sociais, para as juntas de freguesia e para o tecido empresarial do concelho, em particular as micro e pequenas empresas.

Tenta o PS fazer-nos crer que este é apenas mais um empréstimo para aliviar a tesouraria e liquidar alguns compromissos. Mas esconde que o acesso a tal dinheiro impõe, durante os próximos 14 anos, o aumento do IMI e da derrama nas taxas máximas, e obriga à fixação do preço cobrado pelo saneamento, água e resíduos nos termos definidos nas recomendações da Entidade Reguladora, significando isto um brutal aumento do preço destes serviços. Como resultado atira para cima dos munícipes este conjunto de medidas penalizadoras para o que resta dos seus rendimentos. A Lei que institui o PAEL obriga a que nos primeiros 5 anos a Câmara fica proibida de realizar obras e investimentos.

O facto é que estamos em vésperas de preparação do Plano e Orçamento para 2013, e a CDU, consciente dos tremendos problemas criados pelo PS em Lagos, pretende que, em face da dramática situação do Município, sejam, finalmente, reconhecidos os enormes erros de conceitos, métodos e critérios que o PS tem usado para a gestão do Município. A CDU pretende que, para o próximo Plano e Orçamento, o PS encare com seriedade a realidade, abandone o autoritarismo, que não vê nem ouve as outras vozes do Município, tão legitimas como as do PS, e quantas vezes mais sabedoras e estudiosa. Que prepare a entrega do Município, em 2013, numa situação inevitavelmente dificilíma, mas limpa, transparente, e sem armadilhas nem surpresas.


Para caracterização do estado do Município, podemos defini-lo como um clima geral de insegurança acerca do presente, e de medo do futuro. Tudo enquadrado pelo pior que pode acontecer em termos de funcionamento de uma sociedade que se quereria regida por princípios democráticos, e que é, em Lagos, a ausência de informação atempada, rigorosa e credível, por parte da maioria absoluta PS, e resultando na impossibilidade de formação de opinião pública fundamentada.
Foi provocado o afastamento da população da participação na vida do Município, o que, afirmamos, sugere foros de intencionalidade. Para o provar, bastaria, primeiro, ver a paupérrima divulgação, com a consequente diminuta e desinformada intervenção de cidadãos, nos arremedos de discussão pública dos documentos a que a lei obrigou a maioria absoluta PS a apresentar. Foram sistematicamente recusadas as propostas da CDU para prévios esclarecimentos abertos ao público. Em segundo lugar, e tanto, ou mais grave, foi a sistemática desconsideração a que foram votadas as opiniões, propostas e sugestões visando o interesse público expressas nesses debates pelos munícipes, e sempre recusadas.


O PS pode gritar que a lei foi sempre cumprida. Foi, mas reduzida à letra e utilizada apenas na forma, como meio de evitar o cumprimento do seu conteúdo democrático pluralista. Assim a democracia foi espezinhada e deu lugar á “politica do quero, posso e mando”.

Ao mesmo tempo, afirmamos que é do desconhecimento público o rumo para que está a ser conduzido o Município, e dos seus reais significados, em termos de politica autárquica, e nos seus efeitos na qualidade de vida dos munícipes e condições dos agentes económicos.

Lagos, 15 de Outubro de 2012

                                                                                     


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