Direcção da Organização Regional do Algarve
EN 125 – o logro da
“renegociação” do contrato
e o novo adiamento das obras
Num momento em
que as obras de requalificação na EN125 se encontram paradas há mais de 6
meses, o Governo PSD/CDS, por intermédio da empresa Estradas de Portugal,
anunciou um novo acordo com o consórcio Rotas do Algarve Litoral – a quem está
atribuída a subconcessão Algarve Litoral (EN 125 e variantes). Sobre esta
matéria o PCP considera o seguinte:
1- A dita
renegociação do contrato por parte do Estado, que supostamente “poupará” 155
milhões de euros ao Estado, traduz-se no cancelamento de uma parte importante
dos investimentos previstos e há muito reivindicados – variantes de Odiáxere,
Olhão, Luz de Tavira e da EN2 entre Faro e São Brás de Alportel – e na
transferência para as Estradas de Portugal, a partir de 1 de Janeiro de 2014,
da conservação e manutenção de cerca de 93 quilómetros que estavam integrados
na subconcessão.
2- Ao contrário
do que diz o Governo, não há nenhuma “renegociação”, e muito menos “poupança”,
mas um corte nas obras previstas e a transferência, para o Estado, dos custos
anteriormente assumidos pelo consórcio Rotas do Algarve Litoral, ao mesmo tempo
que se mantêm intocáveis as elevadas taxas de rentabilidade do consórcio. Deste
modo, o Governo continua a proteger os interesses do consórcio privado – e os
lucros da banca -, em detrimento dos interesses da região algarvia.
3- O PCP
considera que estamos perante um logro que exige denúncia e combate, e cujas
principais vítimas são as populações: castigadas pelas portagens na Via do
Infante; pelas longas horas de circulação na EN125; pela crescente
sinistralidade rodoviária; pelos sucessivos adiamentos em infra-estruturas que
são fundamentais à melhoria da qualidade de vida e ao desenvolvimento
económico.
4- O PCP, ao
mesmo tempo que exige que sejam tornados públicos os exatos termos desta
inaceitável decisão, designadamente quanto lucrará o consórcio com esta dita
“renegociação”, considera que não há nenhuma razão para que sejam, uma vez
mais, adiadas para as calendas gregas as imprescindíveis obras de
requalificação da EN125. Neste sentido, questionará o governo exigindo
respostas urgentes sobre esta matéria.
5- Face a esta
escandalosa decisão, o PCP apela à intensificação da luta dos trabalhadores e
das populações por um Algarve livre de portagens, pela requalificação da EN125,
pelo direito à segurança rodoviária, à mobilidade e ao desenvolvimento
económico e social.
8 de Outubro de
2012 O Secretariado da DORAL do PCP
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