Despedimentos,roubo nos salários, privatizações
Um programa de ruína económica
e roubo social
O programa
do novo Governo, que leva à prática as medidas de sujeição acordadas pelo PSD,
CDS-PP e PS com o FMI e a União Europeia, conduzirá o País à ruína económica e
à miséria social.
Mais
exploração para quem trabalha:
-
Despedimentos mais fáceis e baratos;
- Fim do
pagamento das horas extraordinárias;
-
Generalização da precariedade com contrato único;
-
Despedimentos em massa nomeadamente na administração pública.
Menos
rendimentos para trabalhadores e reformados:
- Cortes
nos salários e pensões de reforma;
- Aumentos
do IRS e do IMI (habitação própria);
- Cortes nas
prestações sociais;
- Redução do
tempo e do valor do subsídio de desemprego.
Aumento dos
preços dos bens e serviços essenciais:
- Aumento do
IVA: alimentação; restauração; electricidade e gás;
- Aumentos
nas taxas moderadoras e medicamentos;
- Aumentos
nos bilhetes e passes sociais dos transportes;
- Aumentos
das rendas de casa e dos empréstimos à habitação.
Mais
privatizações e encerramento de serviços públicos:
-
Privatização dos Correios, da EDP, da REN, da GALP,
de parte da Caixa Geral de Depósitos;
-
Privatização dos transportes públicos: METRO, CARRIS, STCP,
TAP, linhas da CP, aeroportos e portos marítimos;
-
Encerramento de escolas, serviços de saúde, tribunais, instalações da PSP e
GNR.
Mais lucros
e privilégios para a Banca e grupos económicos
- Manutenção
de todos os benefícios fiscais para o capital;
- 12 mil
milhões de euros de apoios e 35 mil milhões de garantias do Estado para a
Banca;
-
Financiamento dos grupos económicos reduzindo as contribuições para a Segurança
Social;
- Entrega do
Banco Português de Negócios (BPN) a privados, ficando os prejuízos para
o Estado.
Roubo do
subsídio de Natal
O
primeiro-ministro Passos Coelho já anunciou a intenção de retirar aos
trabalhadores e pensionistas parte do subsídio de Natal. Trata-se de uma
medida, escondida durante a campanha eleitoral, que irá retirar cerca de 800
milhões de euros a quem vive do seu salário ou pensão.
Mal que baste!
Desemprego aumenta
O número
actual de desempregados ultrapassa todos os registos históricos desde o 25 de
Abril de 1974:
- A taxa de
desemprego subiu de 11,1 por cento para 12,4 por cento no primeiro trimestre de
2011;
- O número
oficial de desempregados passou de 619 mil para de 688,9 mil;
- Somando os
«inactivos», que não procuraram trabalho nos centros de emprego, e os que
trabalharam apenas algumas horas, conclui-se que mais de um milhão de
portugueses, ou seja 17,7 da população activa, não têm emprego;
- O subsídio
de desemprego só é pago a 293 mil pessoas, o que corresponde a 42,6 por cento
do desemprego oficial;
- Com a
aplicação das chamadas «medidas de austeridade», que provocarão mais recessão
económica, prevê-se que a taxa oficial de desemprego atinja 14 por cento em
2013;
- A taxa
efectiva de desemprego poderá assim atingir cerca de 20 por cento da população
activa em 2013, ou seja, mais de um milhão e cem mil portugueses privados do
direito ao trabalho;
- Apesar do
aumento do flagelo, o apoio aos desempregados será reduzido em 150 milhões de
euros.
Pobreza
alastra
Com o
aumento do desemprego, a pobreza, a miséria e a fome alastram em Portugal, mas
os apoios sociais aos mais desfavorecidos continuam a ser reduzidos:
- 97 mil
pessoas já perderam o direito ao Rendimento Social de Inserção (RSI) nos
primeiros três meses do ano. O número de beneficiários do RSI passou de 428 mil
para 331 mil;
- Cerca de
20 por cento dos estudantes (mais de 12 mil) perderam o direito à bolsa.
- Mais de um
milhão e 500 mil crianças e jovens perderam e viram reduzido o Abono de Família
em 2010;
- Mais de 13
mil crianças perderam a majoração do Abono de Família pela condição de
deficiência;
- Pelo menos
dois milhões de portugueses (um em cada cinco) estão no limiar da pobreza,
vivendo com menos de 360 euros mensais;
- Segundo o
acordo assinado com a troika, a despesa com apoios sociais será reduzida
em 350 milhões até 2013;
- Também as
despesas com o Serviço Nacional de Saúde serão cortadas em 925 milhões de
euros, o que significa aumento das taxas moderadoras, redução das
comparticipações, etc;
- Sem as
pensões de reforma e as transferências sociais do Estado, mais de quatro
milhões de portugueses (um terço da população) seriam condenados à pobreza;
Desigualdades
agravam-se
O fosso
entre pobres e ricos em Portugal é o maior da União Europeia:
- O
rendimento dos dois milhões mais ricos é quase sete vezes maior do que o
rendimento dos dois milhões mais pobres.
- O grupo
dos dois milhões mais pobres aufere apenas sete por cento do rendimento líquido
das famílias;
- O grupo de
dois milhões mais favorecidos absorve 45 por cento do rendimento líquido das
famílias.
- Os 100
portugueses mais ricos aumentaram a sua fortuna cerca de um terço em 2010,
quando grande parte dos trabalhadores viu os salários congelados ou com
actualizações mínimas.
O País precisa de outro caminho
Com o PCP é possível sair da crise
A saída da
crise exige uma ruptura com os interesses dos mais ricos e poderosos e uma
política patriótica e de esquerda que faça frente às injustiças e ao declínio
nacional. A política defendida pelo PCP preconiza:
- Aumento
dos salários e pensões, designadamente do salário mínimo nacional para 500
euros ainda em 2011 (mantendo o objectivo de 600€ em 2013) e das pensões de
reforma em 25 euros;
- Combate
à precariedade, designadamente com a conversão dos falsos recibos verdes em
contratos efectivos de trabalho;
- Valorização
da produção nacional com mais investimento público, apoio às pequenas e
médias empresas, controlo de importações, quota obrigatória de produtos nacionais
nas grandes superfícies; preços máximos na energia e no crédito;
-
Renegociação da dívida pública (prazos, juros, montantes), impedindo o
roubo dos recursos nacionais;
- Tributação
dos grupos económicos com uma taxa efectiva de IRC de 25 por cento para a
Banca, impostos sobre as grandes fortunas e a especulação bolsista;
- Reposição
imediata dos apoios sociais cortados, designadamente no abono de família,
subsídio de desemprego e bolsas de estudo;
-
Reforço do investimento público, defesa do Serviço Nacional de Saúde, da
Escola Pública e da Segurança Social;
- Combate
às privatizações, fim das parcerias público-privadas, defesa e reforço do
sector empresarial do Estado.
Rejeitar a regressão
Agir e lutar!
O PCP
bate-se pela defesa dos interesses dos trabalhadores, da juventude e do povo e
não aceita a crescente submissão de Portugal às grandes potências da União
Europeia, como a Alemanha.
O PCP recusa
a liquidação do conteúdo democrático e progressista contido na Constituição da
República e luta pelo desenvolvimento económico e o progresso, pela melhoria
das condições de vida da população, por um Portugal com futuro.
Só a luta
dos trabalhadores, das populações, dos jovens, dos reformados, dos
agricultores, dos pequenos empresários pode fazer frente à política de direita,
travar o agravamento da exploração, defender e afirmar direitos.
Nessa luta,
os trabalhadores e o povo português podem contar com o PCP – o partido da
liberdade, da democracia e do socialismo.
(Suplemento especial do jornal "Avante!" de 14 de Julho
e base do documento nacional distribuído nos dias 13 e 14 de Julho em Lagos e por todo o País)