domingo, 31 de julho de 2011

PROVOCAR O DESCRÉDITO DA DEMOCRACIA



Provocar o Descrédito da Democracia 
                                    
Texto por José Veloso                                                        
Tornou-se evidente para quem não queria acreditar, que, para gente deste País (como de outros), o único objectivo na vida é ganhar todo o dinheiro que puder, não interessa onde, nem como, nem à custa de quê, ou de quem. Para isso, é indispensável dominar os órgãos do Poder, e, depois, montar uma política autoritária. Se não se poder conseguir isso logo, não faz mal. Aplica-se a técnica da ideologia de direita, actuar por fases.  Aceita-se o sistema democrático, aprende-se a controlar e manipular a opinião pública, fazendo-a acreditar, e confiar, no que lhe é dito, e votar de acordo. Uma vez assim conquistado o Poder, diz-se que se representa a vontade de toda a população.
O segundo passo, é implantar na opinião publica a ideia de que para atingir o bem estar geral, só se pode governar como se não houvesse democracia representativa  (participação  de todas as opiniões),  isto é, só com maioria absoluta (o nome, é totalitarismo, uma única ideologia a mandar). O que vale dizer, (mas isso não se diz), será governar desprezando os que perceberam  a mistificação com que estava a ser enterrada a democracia, e não foram convencidos pelo espectáculo teatral, de superficialidade e vacuidade de ideias (demagogia), em que, à força de muito dinheiro, foram transformadas as campanhas eleitorais. E repete-se até à exaustão que esse é o funcionamento normal da democracia.
Está este nosso País, na referida situação de Governo com maioria absoluta de direita, que desconsidera outras opiniões, apesar dos votos recebidos lhes conferirem a qualidade democrática de serem tão representativas como as da maioria. Na melhor das hipóteses, aceita-as formalmente, mas não as reflecte em nada, nem em nenhuma das decisões que toma. Com o maior impudor e descaramento, está a responder-lhes, na legislação que pretende promulgar, e nos debates da Assembleia da República, com a displicência e suficiência da perfeita desonestidade intelectual e cívica (aliás este exemplo tem sido bem aprendido e seguido noutros locais, como actualmente no Poder Local em Lagos).
É ver na Assembleia da República os debates sobre a revisão da legislação laboral, em que o impudor dos argumentos da direita em maioria chega à barbaridade de dizer que é preciso ser fácil e barato despedir para poder diminuir o desemprego. E que os 800.000 portugueses desempregados se devem a que as empresas não podem despedir à sua vontade. E ainda que só com trabalhadores sem direitos é que as empresas são competitivas e é convidativo o investimento privado em Portugal.
É assim, insultando a inteligência de quem ouve, tentado o duplo desiderato da direita, que quer duma cajadada matar dois coelhos. Desacreditar a democracia, para melhor a subverter em seu proveito, e conseguir as mãos livres para utilizar quem trabalha como mercadoria descartável, para a obtenção dos maiores lucros.
Claro que o povo português, trabalhador e honesto, vai combater esta ofensiva.
Como sempre, PODE CONTAR COM O PCP.
José Veloso, Julho 2011

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