quinta-feira, 14 de julho de 2011

Fazer Frente Á Politica de Direita



Despedimentos,roubo nos salários, privatizações
                        


Um programa de ruína económica
e roubo social
                
                        
O programa do novo Governo, que leva à prática as medidas de sujeição acordadas pelo PSD, CDS-PP e PS com o FMI e a União Europeia, conduzirá o País à ruína económica e à miséria social.
                                                                                
Mais exploração para quem trabalha:
 - Despedimentos mais fáceis e baratos;
- Fim do pagamento das horas extraordinárias;
- Generalização da precariedade com contrato único;
- Despedimentos em massa nomeadamente na administração pública.

Menos rendimentos para trabalhadores e reformados:
 - Cortes nos salários e pensões de reforma;
- Aumentos do IRS e do IMI (habitação própria);
- Cortes nas prestações sociais;
- Redução do tempo e do valor do subsídio de desemprego.

Aumento dos preços dos bens e serviços essenciais:
- Aumento do IVA: alimentação; restauração; electricidade e gás;
- Aumentos nas taxas moderadoras e medicamentos;
- Aumentos nos bilhetes e passes sociais dos transportes;
- Aumentos das rendas de casa e dos empréstimos à habitação.

Mais privatizações e encerramento de serviços públicos:
- Privatização dos Correios, da EDP, da REN, da GALP, de parte da Caixa Geral de Depósitos;
- Privatização dos transportes públicos: METRO, CARRIS, STCP, TAP, linhas da CP, aeroportos e portos marítimos;
- Encerramento de escolas, serviços de saúde, tribunais, instalações da PSP e GNR.

Mais lucros e privilégios para a Banca e grupos económicos
- Manutenção de todos os benefícios fiscais para o capital;
- 12 mil milhões de euros de apoios e 35 mil milhões de garantias do Estado para a Banca;
- Financiamento dos grupos económicos reduzindo as contribuições para a Segurança Social;
- Entrega do Banco Português de Negócios (BPN) a privados, ficando os prejuízos para o Estado.

Roubo do subsídio de Natal
O primeiro-ministro Passos Coelho já anunciou a intenção de retirar aos trabalhadores e pensionistas parte do subsídio de Natal. Trata-se de uma medida, escondida durante a campanha eleitoral, que irá retirar cerca de 800 milhões de euros a quem vive do seu salário ou pensão.

Mal que baste!
Desemprego aumenta

O número actual de desempregados ultrapassa todos os registos históricos desde o 25 de Abril de 1974:
- A taxa de desemprego subiu de 11,1 por cento para 12,4 por cento no primeiro trimestre de 2011;
- O número oficial de desempregados passou de 619 mil para de 688,9 mil;
- Somando os «inactivos», que não procuraram trabalho nos centros de emprego, e os que trabalharam apenas algumas horas, conclui-se que mais de um milhão de portugueses, ou seja 17,7 da população activa, não têm emprego;
- O subsídio de desemprego só é pago a 293 mil pessoas, o que corresponde a 42,6 por cento do desemprego oficial;
- Com a aplicação das chamadas «medidas de austeridade», que provocarão mais recessão económica, prevê-se que a taxa oficial de desemprego atinja 14 por cento em 2013;
- A taxa efectiva de desemprego poderá assim atingir cerca de 20 por cento da população activa em 2013, ou seja, mais de um milhão e cem mil portugueses privados do direito ao trabalho;
- Apesar do aumento do flagelo, o apoio aos desempregados será reduzido em 150 milhões de euros.

Pobreza alastra
Com o aumento do desemprego, a pobreza, a miséria e a fome alastram em Portugal, mas os apoios sociais aos mais desfavorecidos continuam a ser reduzidos:
- 97 mil pessoas já perderam o direito ao Rendimento Social de Inserção (RSI) nos primeiros três meses do ano. O número de beneficiários do RSI passou de 428 mil para 331 mil;
- Cerca de 20 por cento dos estudantes (mais de 12 mil) perderam o direito à bolsa.
- Mais de um milhão e 500 mil crianças e jovens perderam e viram reduzido o Abono de Família em 2010;
- Mais de 13 mil crianças perderam a majoração do Abono de Família pela condição de deficiência;
- Pelo menos dois milhões de portugueses (um em cada cinco) estão no limiar da pobreza, vivendo com menos de 360 euros mensais;
- Segundo o acordo assinado com a troika, a despesa com apoios sociais será reduzida em 350 milhões até 2013;
- Também as despesas com o Serviço Nacional de Saúde serão cortadas em 925 milhões de euros, o que significa aumento das taxas moderadoras, redução das comparticipações, etc;
- Sem as pensões de reforma e as transferências sociais do Estado, mais de quatro milhões de portugueses (um terço da população) seriam condenados à pobreza;

Desigualdades agravam-se
O fosso entre pobres e ricos em Portugal é o maior da União Europeia:
- O rendimento dos dois milhões mais ricos é quase sete vezes maior do que o rendimento dos dois milhões mais pobres.
- O grupo dos dois milhões mais pobres aufere apenas sete por cento do rendimento líquido das famílias;
- O grupo de dois milhões mais favorecidos absorve 45 por cento do rendimento líquido das famílias.
- Os 100 portugueses mais ricos aumentaram a sua fortuna cerca de um terço em 2010, quando grande parte dos trabalhadores viu os salários congelados ou com actualizações mínimas.

O País precisa de outro caminho
Com o PCP é possível sair da crise



A saída da crise exige uma ruptura com os interesses dos mais ricos e poderosos e uma política patriótica e de esquerda que faça frente às injustiças e ao declínio nacional. A política defendida pelo PCP preconiza:

 - Aumento dos salários e pensões, designadamente do salário mínimo nacional para 500 euros ainda em 2011 (mantendo o objectivo de 600€ em 2013) e das pensões de reforma em 25 euros;
 - Combate à precariedade, designadamente com a conversão dos falsos recibos verdes em contratos efectivos de trabalho;
 - Valorização da produção nacional com mais investimento público, apoio às pequenas e médias empresas, controlo de importações, quota obrigatória de produtos nacionais nas grandes superfícies; preços máximos na energia e no crédito;
 - Renegociação da dívida pública (prazos, juros, montantes), impedindo o roubo dos recursos nacionais;
 - Tributação dos grupos económicos com uma taxa efectiva de IRC de 25 por cento para a Banca, impostos sobre as grandes fortunas e a especulação bolsista;
 - Reposição imediata dos apoios sociais cortados, designadamente no abono de família, subsídio de desemprego e bolsas de estudo;
 - Reforço do investimento público, defesa do Serviço Nacional de Saúde, da Escola Pública e da Segurança Social;
 - Combate às privatizações, fim das parcerias público-privadas, defesa e reforço do sector empresarial do Estado.

Rejeitar a regressão
Agir e lutar!

O PCP bate-se pela defesa dos interesses dos trabalhadores, da juventude e do povo e não aceita a crescente submissão de Portugal às grandes potências da União Europeia, como a Alemanha.
O PCP recusa a liquidação do conteúdo democrático e progressista contido na Constituição da República e luta pelo desenvolvimento económico e o progresso, pela melhoria das condições de vida da população, por um Portugal com futuro.
Só a luta dos trabalhadores, das populações, dos jovens, dos reformados, dos agricultores, dos pequenos empresários pode fazer frente à política de direita, travar o agravamento da exploração, defender e afirmar direitos.

Nessa luta, os trabalhadores e o povo português podem contar com o PCP – o partido da liberdade, da democracia e do socialismo.


(Suplemento especial do jornal "Avante!" de 14 de Julho
e base do documento nacional distribuído nos dias 13 e 14 de Julho em Lagos e por todo o País) 

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