segunda-feira, 11 de julho de 2011

O DESPERTAR DOS MÁGICOS, vulgo TARDE PIASTE, PASSARINHO



   
O Despertar dos Mágicos, vulgo Tarde Piaste Passarinho

                                     
  Texto por José Veloso                                 
                
Afinal, não é só no futebol que os incensados heróis passam num ápice a vilões, culpados de todos os males, conforme os resultados que apresentam. Também os até agora sacrossantos mercados livres e auto-regulados, com a economia a mandar na política, ditos heróis do bem estar público, foi num foguete que passaram a maus da fita, culpados de todos os males que estão escaqueirando o belo mundo em que viviam.                            
De facto, havia tempo que não se via aplicar com tanta justeza como nestes nossos dias, o velho dito dum rei em desespero “É FARTAR, VILANAGEM!”
Pois cá estão, esganiçados, em bicos de pés, esfalfados a correr para chegar mais à frente, a ver quem mais alto grita, quem mais se destaca na claque, a amaldiçoar as tais agências de rating, a reclamar uma cruzada contra esses infiéis.
A começar pelo eterno (esperemos que isso também não) inefável Jardim da Madeira e Cª., bem acolitado, entre outros, por esse génio de seu nome Rio, que fazia a Câmara do Porto pagar às tais agencias e agora, tarde e más horas, berra que descobriu que são malandros, é um corrupio dos que não querem perder o comboio de já terem um bode expiatório para as suas próprias malfeitorias. Grandes patriotas, agora só lhes faltam exigir a mobilização geral para assestar um correctivo aos energúmenos sem vergonha dessas agências. Os de cá, com idêntica sem vergonha, não se importam de estar a atraiçoar os antigos sócios, e rapidamente esquecem como tão venerados eles eram, nas suas ditas indispensáveis e impecáveis classificações, apesar de bem se saber que, e por quem, elas são encomendadas, e regiamente pagas, e como pretendem dirigir, sem apelo e com chantagens, as politicas nacionais.
Tudo isto seria apenas triste e lamentavelmente patético, se não fosse tão grave para o nosso povo, se tudo se tratasse apenas lá de mais uma guerrilha entre os do costume pelo grande bolo das espoliações do bem público. Se não fosse isso, pois que apetecia dizer que é bem feito, e que se me perdoe o populismo de mau gosto, mas não resisto, fraqueza minha, a verdade é que se puseram a jeito.
As vozes realmente preocupadas, e tão vituperadas que por isso foram, do PCP, que desde sempre denunciaram e levantaram contra o caminho das políticas que estavam a ser seguidas, de cócoras diante dessas agências e seus mercados, e que conduziram a este desastre, não foram ouvidas, foram execradas por antipatrióticas.
E agora? Claro que, não negando a sua natureza, os executores das tais políticas dos mercados, servilmente obedientes às análises das ditas agencias de rating, não sabem sequer o que é ter um mínimo de dignidade, e vir a público reconhecer a justeza das posições do PCP.
Agora? Pois, como sempre se soube, essas políticas conduziriam ao problema em que estamos, e que se vai agravar, mas que vai ser pago pelo povo ludibriado. Coisa que não os preocupa nada.
Tão ladrão é aquele que rouba, como o que deixa roubar. É verdade, mas, sabe-se bem, o roubado é sempre o povo, pelo menos enquanto deixar que isto dure, deixar que sejam os mesmos, só trocando os nomes e os lugares, a dirigir a política nacional, mandados pelos lá de fora, Bruxelas, Wall Street e equiparados sem rosto.
As propostas do PCP para Governo, e para resolver esta crise evitando sacrifícios escusados ao povo, com uma política patriótica, têm cada vez mais força e razão.
Para começar, RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA e OBEDIENCIA À CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA.
Julho, 2011
 


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