O Despertar dos Mágicos, vulgo Tarde Piaste Passarinho
Afinal, não é só no futebol que os
incensados heróis passam num ápice a vilões, culpados de todos os males,
conforme os resultados que apresentam. Também os até agora sacrossantos
mercados livres e auto-regulados, com a economia a mandar na política, ditos
heróis do bem estar público, foi num foguete que passaram a maus da fita,
culpados de todos os males que estão escaqueirando o belo mundo em que viviam.
De facto, havia tempo que não se via
aplicar com tanta justeza como nestes nossos dias, o velho dito dum rei em
desespero “É FARTAR, VILANAGEM!”
Pois cá estão, esganiçados, em bicos
de pés, esfalfados a correr para chegar mais à frente, a ver quem mais alto
grita, quem mais se destaca na claque, a amaldiçoar as tais agências de rating,
a reclamar uma cruzada contra esses infiéis.
A começar pelo eterno (esperemos que
isso também não) inefável Jardim da Madeira e Cª., bem acolitado, entre outros,
por esse génio de seu nome Rio, que fazia a Câmara do Porto pagar às tais
agencias e agora, tarde e más horas, berra que descobriu que são malandros, é
um corrupio dos que não querem perder o comboio de já terem um bode expiatório
para as suas próprias malfeitorias. Grandes patriotas, agora só lhes faltam exigir
a mobilização geral para assestar um correctivo aos energúmenos sem vergonha dessas
agências. Os de cá, com idêntica sem vergonha, não se importam de estar a
atraiçoar os antigos sócios, e rapidamente esquecem como tão venerados eles
eram, nas suas ditas indispensáveis e impecáveis classificações, apesar de bem
se saber que, e por quem, elas são encomendadas, e regiamente pagas, e como
pretendem dirigir, sem apelo e com chantagens, as politicas nacionais.
Tudo isto seria apenas triste e
lamentavelmente patético, se não fosse tão grave para o nosso povo, se tudo se
tratasse apenas lá de mais uma guerrilha entre os do costume pelo grande bolo
das espoliações do bem público. Se não fosse isso, pois que apetecia dizer que
é bem feito, e que se me perdoe o populismo de mau gosto, mas não resisto,
fraqueza minha, a verdade é que se puseram a jeito.
As vozes realmente preocupadas, e tão
vituperadas que por isso foram, do PCP, que desde sempre denunciaram e
levantaram contra o caminho das políticas que estavam a ser seguidas, de
cócoras diante dessas agências e seus mercados, e que conduziram a este
desastre, não foram ouvidas, foram execradas por antipatrióticas.
E agora? Claro que, não negando a sua
natureza, os executores das tais políticas dos mercados, servilmente obedientes
às análises das ditas agencias de rating, não sabem sequer o que é ter um
mínimo de dignidade, e vir a público reconhecer a justeza das posições do PCP.
Agora? Pois, como sempre se soube, essas
políticas conduziriam ao problema em que estamos, e que se vai agravar, mas que
vai ser pago pelo povo ludibriado. Coisa que não os preocupa nada.
Tão ladrão é aquele que rouba, como o
que deixa roubar. É verdade, mas, sabe-se bem, o roubado é sempre o povo, pelo
menos enquanto deixar que isto dure, deixar que sejam os mesmos, só trocando os
nomes e os lugares, a dirigir a política nacional, mandados pelos lá de fora,
Bruxelas, Wall Street e equiparados sem rosto.
As propostas do PCP para Governo, e
para resolver esta crise evitando sacrifícios escusados ao povo, com uma política
patriótica, têm cada vez mais força e razão.
Para começar, RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA e
OBEDIENCIA À CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA.
Julho, 2011
0 comentários:
Enviar um comentário
O seu comentário será publicado brevemente.
Muito obrigado pela sua participação.