quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aux armes, citoyens ! ! ! ou “Irra, é demais !”


Aux armes,, citoyens ! ! !        
                                            apelo para a defesa de Paris, na Revolução Francesa       
ou “Irra, é demais !”    
                                            Eça de Queiroz, in “A cidade e as serras”                 
                                            
Não passa hoje, pela cabeça de ninguém, chamar os cidadãos para se armarem, mas não haverá dúvidas em que se impõe, fortemente, uma chamada de todos, não violentos, mas furiosos e indignados, por conscientes dos perigos que se avolumam sobre os problemas que já estão suportando, para a resistência activa ao assalto aos seus legítimos direitos de acesso aos factores básicos de qualidade de vida.

É a defesa do País, a protecção do interesse nacional, contra o negócio desta entrega a quem der mais, num mais que vergonhoso leilão sem nenhum pudor, dos bens e serviços públicos nacionais de que depende o bem estar nas famílias e no trabalho, hoje e no futuro. Um futuro que, por este caminho do governo da aliança de direita PSD/CDS (este muito caladinho, a deixar o odioso e o trabalho sujo para o sócio), e sem firmeza num PS gaguejante ou colaborante por omissão, este futuro não será de um ano ou dois, mas de muitos e muitíssimo difíceis anos para a população.

Só a coragem, decisão e vontade dos cidadãos, mulheres e homens, jovens e idosos, na participação em iniciativas colectivas consequentes, em manifestações de consciente cidadania, greves e outras, afirmando-se pela serenidade e confiança na sua força, sem abrandamentos, poderá fazer parar este desastre.

Temos que perceber bem o enorme embuste, mistificações e mentiras, que estão a ser impingidas sem vergonha através duma comunicação social, TV, imprensa e rádio, controladas, de joelhos ou de cócoras, com todo o respeito pelas honrosas excepções, às ordens do Poder financeiro, agrupado nos partidos de direita e suas metáteses, umbilicalmente alimentado pelos seus gémeos siameses mandantes no estrangeiro.

A verdade é que as chamadas ajudas financeiras são empréstimos de agiotas, que são para pagar dividas que cobravam menos juros, que o mais sólido bolo é para ser engolido pelos bancos, que a troika será muito competente lá na terra deles, mas cá há quem não precise de lições, e que lhes poderá ensinar como resolver os nossos problemas. Só o dinheiro roubado ao País, e posto nos paraísos fiscais estrangeiros, chegava para pagar os empréstimos.

Quem, no governo e fora dele, aceita os ditames dos da troika, se agacha às suas ordens, não é gente democrática e patriótica, nem são loucos ou estúpidos. Não, pensam é como eles, têm os mesmos objectivos, os lucros das empresas, suas, ou dos seus. Os trabalhadores, os que vivem do seu trabalho, no comércio, nas pescas, na agricultura, nas oficinas, só lhes interessam enquanto são fornecedores das mais valias que produzem e de que eles se apropriam.

Já teriam ido mais longe no assalto aos bens que são do povo, se não tivessem na frente o PCP sempre firmemente aliado à luta dos que não aceitam ser escravos, e querem justas condições de vida e de trabalho.

É demais !! Pelo País, à luta, cidadãos ! ! !

José Veloso, Novembro. 2011




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