ATRÁS DE TEMPOS, TEMPOS VIRÃO
velho ditado da sabedoria popular
Texto por José Veloso
Chico Buarque cantou, em tempos de ditadura “…apesar de você, amanhã há-de ser outro dia…”
Também José Afonso, nos tempos do fascismo, “…no inverno criei ódio, e juro que não queria…qualquer dia, qualquer dia…”
Tempo houve em que uma antecessora dos actuais ocupantes do governo deste País, se enganou, quando julgou que tinha chegado o tempo para aventar a hipótese de roubar o Poder das mãos do povo. Ela falou em suspender a democracia por seis meses. Não conseguiu. Agora, estes seus iguais, no governo e na presidência da Republica, acham-se em tempo de não só tentar realizar isso, como querem ir mais, muito mais longe.
Até estão, pura e simplesmente, a fingir que não há tempo para a Constituição da República, lei fundamental de protecção e garantia do Estado de Direito, estão-se preparando para lhe fazer ainda maiores roubos e atropelos, e vá lá saber por quanto tempo querem que isto dure.
Claro que entre querer e poder, muitas vezes se intrometem uns personagens incómodos, no caso presente chamados o povo, sim, o povo, aquele povo que, julguem esses assaltantes das cadeiras do Poder o que quiserem julgar que podem fazer, acha que chegou o tempo de começar a dizer, e é aconselhável reparar na firmeza com que está a faze-lo, que não está disposto a se deixar espoliar por mais tempo.
Este povo votou para que fossem os seus eleitos a governar como diziam, no interesse do País, dos que nele habitam e trabalham, para melhores condições de trabalho e de vida, nos tempos de hoje e dos vindouros. Diziam, mas nunca quiseram fazer. O tempo deles é para negócios com os bens do povo.
É por isso que se vê esses eleitos, mais os seus confrades e mandantes, sem perder tempo, a obedecer aos seus patrões, umas criaturas vindas de fora que ninguém elegeu, que ninguém conhece, de que nem se sabe o nome, que nem a nossa língua falam, que vieram ganhar fortunas em comissões e ordenados, e que teem tempo para dar ordens de ser o povo a se sacrificar e ser roubado, para serem pagas dívidas que não fez, enquanto beneficiam, sem vergonha, a níveis escandalosos, aqueles que são os responsáveis por estes tempos.
Mas o povo português quer ser ouvido, em tempo útil.
Quer que seja o tempo de cumprir a Constituição da Republica que aprovou. Que seja o tempo de respeitar os direitos que lá estão ditos, o direito à saúde, o direito ao trabalho, o direito ao ensino, o direito à reforma, o direito à justiça, o direito cívico ao bem estar, e o maior de todos eles, o direito à liberdade.
O povo português quer ver cumprida a democracia com que escolheu viver.
O povo português quer ser respeitado. Quer viver em paz e com futuro. E para isso luta. Com todo o tempo do mundo. Sabe que fará vir outro tempo.
Eu, estou com os que lutam com o povo, os que teem tempo para estar com o povo da minha terra. O primeiro é o PCP. Que tem pressa. Mas tem tempo.
José Veloso, Fevereiro.2012
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