segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

ATRÁS DE TEMPOS, TEMPOS VIRÃO



ATRÁS DE TEMPOS, TEMPOS VIRÃO                            
                          velho ditado da sabedoria popular
                                           
Texto por José Veloso

                                                     
Chico Buarque cantou, em tempos de ditadura “…apesar de você, amanhã há-de ser outro dia…”                                                  
Também José Afonso, nos tempos do fascismo, “…no inverno criei ódio, e juro que não queria…qualquer dia, qualquer dia…”


Tempo houve em que uma antecessora dos actuais ocupantes do governo deste País, se enganou, quando julgou que tinha chegado o tempo para aventar a hipótese de roubar o Poder das mãos do povo. Ela falou em suspender a democracia por seis meses. Não conseguiu. Agora, estes seus iguais, no governo e na presidência da Republica, acham-se em tempo de não só tentar realizar isso, como querem ir mais, muito mais longe.
Até estão, pura e simplesmente, a fingir que não há tempo para a Constituição da República, lei fundamental de protecção e garantia do Estado de Direito, estão-se preparando para lhe fazer ainda maiores roubos e atropelos, e vá lá saber por quanto tempo querem que isto dure.
Claro que entre querer e poder, muitas vezes se intrometem uns personagens incómodos, no caso presente chamados o povo, sim, o povo, aquele povo que, julguem esses assaltantes das cadeiras do Poder o que quiserem julgar que podem fazer, acha que chegou o tempo de começar a dizer, e é aconselhável reparar na firmeza com que está a faze-lo, que não está disposto a se deixar espoliar por mais tempo.
Este povo votou para que fossem os seus eleitos a governar como diziam, no interesse do País, dos que nele habitam e trabalham, para melhores condições de trabalho e de vida, nos tempos de hoje e dos vindouros. Diziam, mas nunca quiseram fazer. O tempo deles é para negócios com os bens do povo.
É por isso que se vê esses eleitos, mais os seus confrades e mandantes, sem perder tempo, a obedecer aos seus patrões, umas criaturas vindas de fora que ninguém elegeu, que ninguém conhece, de que nem se sabe o nome, que nem a nossa língua falam, que vieram ganhar fortunas em comissões e ordenados, e que teem tempo para dar ordens de ser o povo a se sacrificar e ser roubado, para serem pagas dívidas que não fez, enquanto beneficiam, sem vergonha, a níveis escandalosos, aqueles que são os responsáveis por estes tempos.
Mas o povo português quer ser ouvido, em tempo útil.
Quer que seja o tempo de cumprir a Constituição da Republica que aprovou. Que seja o tempo de respeitar os direitos que lá estão ditos, o direito à saúde, o direito ao trabalho, o direito ao ensino, o direito à reforma, o direito à justiça, o direito cívico ao bem estar, e o maior de todos eles, o direito à liberdade.
O povo português quer ver cumprida a democracia com que escolheu viver.
O povo português quer ser respeitado. Quer viver em paz e com futuro. E para isso luta. Com todo o tempo do mundo. Sabe que fará vir outro tempo.
Eu, estou com os que lutam com o povo, os que teem tempo para estar com o povo da minha terra. O primeiro é o PCP. Que tem pressa. Mas tem tempo.

José Veloso,  Fevereiro.2012




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