quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LAGOS 27/02/12



DECLARAÇÃO SOBRE OS NÚMEROS DO DESEMPREGO DE 2011

                                   
    O INE divulgou recentemente os dados resultantes do Inquérito ao Emprego do 4º Trimestre de 2011. A taxa de desemprego em sentido restrito calculada para este trimestre é de 14%, o que corresponde a 771 mil desempregados. Em sentido lato, isto é, incluindo o subemprego visível e os inactivos disponíveis, a taxa de desemprego situa-se nos 20,3%, o que corresponde a mais de um milhão e cento e sessenta mil desempregados.
                                            
    Os dados agora divulgados reflectem uma subida impressionante de desemprego no último trimestre de 2011 e uma queda enorme no emprego, Não há memória de queda tão abrupta no emprego e de subida do desemprego, entre dois trimestres consecutivos.
    Das subidas de desemprego registadas por grupos etários, destacam-se sem margem para dúvida a taxa de desemprego atingida entre os jovens – 35,4 %.

    Dada a evolução da taxa de desemprego nos vários trimestres de 2011 ( respectivamente de 12,4%, 12,1%, 12,4% e 14% ) verifica-se que a taxa de desemprego média anual em sentido restrito      ( 12,7 % ) superou todas as estimativas apresentadas quer pelo Governo ( 12,5 % ), quer pelo FMI        ( 12.4 %), quer pela Comissão Europeia ( 12,6 % ), quer pela OCDE ( 12,5 % ).

    Os dados sobre o emprego divulgados pelo INE confirmam uma acelerada degradação dos valores de desemprego em todo o país, sendo que é no Algarve que o número de trabalhadores desempregados atinge o seu máximo com um total de 17,5 % do conjunto da população activa.
    Um valor que ainda assim, fica aquém do número real de trabalhadores no desemprego. Se aos 17,5% divulgados se adicionar o chamado subemprego visível ( trabalhadores em formação ou que efectuem uma hora de trabalho por semana ) e os chamados inactivos disponíveis ( todos os que por diversas circunstâncias já desistiram de procurar aquilo que não encontram – emprego ) ficamos com um valor próximo dos 22,5 %, ou seja, cerca de 50 mil trabalhadores desempregados na região do Algarve.
    Relembramos que por detrás destes números, encontramos uma realidade de catástrofe social que atira dezenas de milhar de algarvios para a pobreza, para a emigração, para situações de privação e fome que há muito deveriam ter sido erradicadas. São homens, mulheres e jovens que deveriam estar a produzir, a fazer a região e o país andar para a frente, e que se encontram atirados para o desemprego, que por sua vez alimenta o ciclo vicioso da exploração, dos baixos salários e da precariedade que enche os bolsos de alguns, mas arrasa a vida da maioria dos trabalhadores.

    Responsabilizamos os sucessivos governos e os partidos que os sustentam, por esta catástrofe social. A aplicação em curso do Pacto de Agressão que PS. PSD e CDS assumiram com a União Europeia e o FMI, é em si, um factor de agravamento da destruição de postos de trabalho, de empresas, de capacidade produtiva, de degradação do valor dos salários e da exploração.
    Tem ainda particular significado que seja precisamente num momento, em que o desemprego atinge esta dimensão histórica que – por via do acordo que o governo celebrou com o patronato e a UGT – se esteja a discutir a redução do valor e do tempo de duração do subsídio de desemprego.

    Ouviremos seguramente por parte de muitos dirigentes locais e regionais do PS, do PSD e do CDS, lamentarem este número. Mas não há volta a dar. À medida que o tempo passa, ao algarvios vão percebendo cada vez melhor a falácia dos que fazem um discurso na região, mas apoiam todas e cada uma das medidas de terrorismo económico e social como foi o caso da imposição de portagens na Via do Infante.
    Apelamos à intensificação da luta dos trabalhadores e do povo do Algarve pela rejeição desta política.
    É preciso aumentar salários e alargar o poder de compra. É urgente defender e dinamizar o aparelho produtivo e recusar a política de mono actividade do Turismo na região. É necessários ir buscar dinheiro onde ele está tributando a banca, a especulação e os grandes negócios. É urgente dinamizar o investimento público e relançar a actividade económica. É necessário recuperar o controlo dos sectores estratégicos da economia.
    Só outra politica, patriótica e de esquerda, ao serviço dos trabalhadores, da região e do povo português, poderá garantir um Portugal com futuro.

    Lagos, 27 de Fevereiro de 2012

                                                                                             O Eleito da CDU

                                                                                            José Manuel Freire

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