quarta-feira, 18 de julho de 2012

ASSEMBLEIA MUNICIPAL - PROPOSTA DA CDU




APRECIAÇÃO DA PROPOSTA DO  PLANO DE URBANIZAÇÃO DE LAGOS
                            
                                        

O Relatório da discussão pública sobre a Proposta de Revisão do Plano de Urbanização de Lagos está posto à apreciação da Assembleia Municipal.         
Temos perfeita consciência da extrema importância para o futuro desta nossa cidade de Lagos, da sua população e suas condições de vida e de trabalho, que virá a ter o resultado da deliberação que hoje é pedida a esta Assembleia Municipal.
O Plano de Urbanização não é só uma lista das ocupações que se podem dar aos terrenos da área que é atribuída à cidade, e de uma rede de ruas. É isto tudo, mas é muito mais, e esse mais é que é o essencial do urbanismo, que não é aqui o momento para o debater. Isso, como oportunamente propusemos nesta Assembleia e foi recusado, deveria ter tido lugar desde o início, a começar pela discussão do programa a colocar aos responsáveis pelas disciplinas que participam na construção dum Plano de Urbanização, e prosseguindo com a participação democrática de população. Isto é, obtendo uma solução que integre a cultura, no seu mais lato sentido, nas definições dadas pelas disciplinas participantes no Plano.
Para além do cumprimento da letra das disposições legais aplicáveis, nada se verificou do conteudo democrático, em termos da intervenção informada, conhecedora e atempada da população, culminando em que as participações públicas, que tiveram lugar apenas em fim de processo perante documento acabado, mereceram uma apreciação, esta de que nos foi agora dado conhecimento, só foi considerada em situações de pequeno pormenor,
A justeza destes nossos conceitos para a elaboração do Plano de Urbanização de Lagos, veio a ser plenamente confirmada com o interesse revelado pela população de Lagos, com o total de 366 participações, entre entidades e cidadãos a titulo individual e em abaixo assinado.
Como era de esperar, depois da completa ausência de democraticidade na elaboração da proposta de Plano, que foi de conteúdo democrático inexistente em termos de participação publica, pois desde 1998 foram 13 anos de execução, e de eficácia praticamente nula na discussão pública que foi de 2 horas, o Relatório apresenta-se apenas como mais outra das formalidades a que a Câmara PS não pode fugir.
A realidade é que, em resumo e substancia, o Relatório não faz mais do que correcções de sintaxe e acertos de extremas de terrenos.
Comecemos portanto por analisar o conjunto das questões levantadas pelas participações.
É inegável que não foi objecto de análise séria, e de argumentação fundamentada, nenhum dos clamorosos erros apontados pelos munícipes nas questões com significado na estrutura da Cidade, ou seja, nas condições de vida urbana, na harmonia e equilíbrio dos espaços e ambientes, na hierarquia e uso das acessibilidades, na adequação e distribuição dos equipamentos e serviços públicos, nas  matérias de incidencia cultural,
Na proposta agora apresentada à Assembleia, são mantidos exacta e rigorosamente na mesma. a circular dita exterior mas percorrendo arruamentos, o não justificado alargamento do perímetro urbano, a expansão urbana sem programa e em local indefensável, a ocupação com construção especulativa de solos públicos livres ou com equipamentos e serviços públicos como na zona da Trindade e na chamada horta do Mateus, a ausência de reestruturação do Centro Urbano, o menosprezo pela caracterização e identificação urbana, o abandono das periferias à sub-urbanidade, as imposições para os projectos de novos edifícios no Centro Histórico, só para citar casos mais flagrantes.
O que sobre todos estes erros foi proposto pelos participantes na discussão pública, sofreu a simples decisão de “não aceite”, sem nada acrescentar ao que antes já estava dito.
Passando agora à análise do que é apresentado no Relatório sobre a proposta concreta da CDU para a variante da EN 125.
1.       Impacto ambiental. Sem dúvida que qualquer intervenção humana sobre condições naturais provoca um impacto ambiental. Mas é igualmente inegável que desse impacto podem resultar efeitos tanto negativos como positivos, dependendo da qualidade intrínseca da intervenção, tanto estética, o que será uma exigência que agora não se pode avaliar, mas que tendo-a é um elemento mutuamente valorizador, como em contribuição para saudáveis condições de vida humana, em qualquer dos seus aspectos, desde culturais até de salubridade, como neste caso, visando a melhoria da qualidade da estrutura urbana de Lagos.
2.       Na proposta da CDU, esta ultima condição assume caracter decisivo, quando retira do interior da malha urbana todos os prejuízos ambientais, esses sim, já afirmados como indiscutível e profundamente negativos, dos arruamentos urbanos da zona de S. João serem percorridos pelo transito automóvel, ligeiro e pesado, de passagem,  que pertence à variante da EN 125, que nada tem que ver com Lagos, ou que se dirige para distantes penetrações no esquema de vias urbanas da Cidade.
3.       Plano de Pormenor e compromissos. O primeiro, é dito que vai ser revogado com a aprovação deste PU, portanto não é argumento. Os compromissos, não são identificados para poderem ser avaliados no significado e importância, ou mesmo em eventuais aspectos de irreversibilidade pontual, e serão sempre passíveis de conciliação e acerto, face aos benefícios, claros e evidentes, como se disse, para a Cidade no seu todo.
4.       Não é sequer abordada a hipótese incluída na proposta da CDU, para uma outra nova ponte rodoviária, e que agora, com os problemas surgidos na ponte de D.Maria II, toma foros de indispensável para os acessos à Meia Praia, considerando a provável e inviabilidade e até indesejável, da recuperação estrutural daquela ponte para transito de viaturas. Será ainda o complemento da retoma da forma original da ponte de D.Maria II como relevante património histórico/cultural de Lagos, reservando para o usufruto pedonal o encanto da sua qualidade estética e escala humana.
5.       Assim, a proposta da CDU apresenta umas melhorias tão importantes para o planeamento de Lagos, que cai pela base o parecer de que “não é significativa em mais valia viária e de estruturação”.
A CDU propõe à Assembleia Municipal:
              . que recomende a inclusão desta proposta da CDU no Plano de Urbanização de Lagos.
 .que recomende a reanálise das conclusões sobre as participações dos munícipes,      nomeadamente a do abaixo-assinado 
             . que a deliberação final desta Assembleia seja tomada perante essa reanálise.

Lagos, 25 de Junho de 2012

                                                                           O Eleito da CDU
 Esta Proposta foi Rejeitada


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