Comunicado da DORAL – 1 de Março de 2013
A Direcção da
Organização Regional do Algarve do PCP, reunida a 1 de Março, procedeu à
avaliação da situação económica e social na região, mas também, ao
crescente e necessário desenvolvimento da luta de massas para pôr fim ao
rumo de desastre nacional que está em curso. A DORAL apontou
orientações e medidas visando a intensificação da iniciativa política, a
preparação das próximas eleições autárquicas e o indispensável reforço
do PCP.
1.- Algarve: uma região marcada pelo desemprego, pela exploração e pelo empobrecimento
O desemprego é hoje,
pela sua dimensão e profundidade, não só o maior flagelo social que
atinge a região – cerca de 80 mil trabalhadores - , mas também o
principal elemento aferidor do carácter destruidor que a política do
Governo PSD/CDS tem imposto. O Algarve é a região do país com mais
desemprego (28% em sentido lato), sendo que metade dos seus jovens se
encontram nesta situação e a larga maioria não tem direito ao subsídio
de desemprego. Uma realidade que, tal como o PCP sempre afirmou, é
inseparável de uma política de abandono e destruição do aparelho
produtivo e que podendo ter oscilações sazonais – devido ao turismo –, é
um problema estrutural que tende a agravar-se. Na situação actual,
todas as medidas e anúncios efectuados pelo governo sobre esta matéria
não passam de mera propaganda que esbarra com a verdadeira fábrica de
desempregados que o governo constitui. A cada dia que passa fecham as
portas de dezenas de pequenas e médias empresas dos mais variados ramos
de actividade; nas autarquias locais há largas centenas de postos de
trabalho em risco, por via da Lei do Sector Empresarial do Estado, do
recurso ao chamado PAEL e da Lei dos Compromissos; no ensino centenas de
professores poderão vir a perder o emprego no final do ano lectivo; na
hotelaria, comércio (incluindo grandes superfícies), transporte
rodoviário (ex:Frota Azul), na indústria (CIMPOR) chegam notícias
diárias de ameaças de despedimento.
O criminoso roubo nos
salários e nas pensões, o escandaloso aumento de impostos – IVA; IMI;
IRS – imposto às camadas e classes não monopolistas, os cortes nas
funções sociais do Estado e nos apoios sociais, a concretização da Lei
das Rendas mais conhecida como Lei dos Despejos, o estrangulamento do
investimento público e a diminuição de verbas dos fundos comunitários, a
cobrança de portagens e o aumento dos preços, a ameaça de encerramentos
de serviços de saúde e de centralização da gestão dos hospitais,
constituem eixos de uma política de exploração e empobrecimento que
arrasa o presente de quase meio milhão de algarvios e compromete o
futuro da região e do país. Uma política que responsabiliza o PS, o PSD e
o CDS, que tem o apoio do Presidente da República, que conta com
cumplicidade e estímulo por parte da União Europeia, do FMI e do BCE,
que viola a Constituição da República, e que apenas serve os interesses
do grande capital nacional e estrangeiro.
Tal como o PCP tem vindo
a afirmar só a intensificação da luta de massas, só a derrota deste
governo e desta política, só a convocação de eleições legislativas,
poderão abrir caminho a uma política alternativa, a um governo
patriótico e de esquerda que responda aos problemas nacionais.
2.- Cresce a indignação, o protesto e a luta
A resposta dada pelos
trabalhadores nas 3 manifestações realizadas pela CGTP-IN no passado dia
16 de Fevereiro em Faro, Portimão e Vila Real de Santo António,
constitui um inequívoco sinal de que cresce a indignação, o protesto e a
disponibilidade para a luta para derrotar este governo e esta política.
Num quadro em que no mês
de Março se assiste a uma intensificação e diversificação de acções,
com particular destaque para as que são promovidas pelo Movimento
Sindical Unitário, sobram razões para confiar que, ao invés da
resignação e do conformismo que os apoiantes do grande capital,
gostariam de impor, aquilo que está a crescer é uma genuína
disponibilidade para a participação, uma crescente consciência de que é
urgente uma outra política para a região e para o país.
3- CDU – a opção de todos quantos querem uma vida melhor
A situação do Algarve
não é também separável do facto de, no conjunto dos 16 municípios, serem
PS, PSD e CDS que partilham as responsabilidade de governo. À política
de direita no plano nacional junta-se uma intervenção municipal que, no
essencial, tem sido orientada contra os interesses dos trabalhadores e
do povo. Aumentos escandalosos das taxas e tarifas municipais, erros
acumulados na gestão de dinheiros públicos, ataques aos direitos dos
trabalhadores das autarquias, privatizações, opções urbanísticas ditadas
pelos grandes interesses, constituem elementos que marcam de forma
negativa a gestão de PS, PSD e CDS em muitos municípios.
Nas próximas eleições
autárquicas a questão decisiva que será posta às populações da região é a
escolha entre aqueles que darão continuidade à política de direita e o
apoio à CDU. Com a participação de comunistas, ecologistas, e outros
democratas e patriotas, crescem os apoios à CDU, o reconhecimento do seu
trabalho, da sua honestidade e competência. Mais votos e mais mandatos
da CDU são a verdadeira garantia de um compromisso sério na defesa dos
interesses das populações.
4- Afirmar o projecto e as propostas do PCP
Ao completar 92 anos de
luta, o PCP prepara no Algarve um vasto conjunto de iniciativas de
comemoração do seu aniversário que irão reunir centenas de militantes e
amigos, ao longo do mês, de Março. Uma data que será assinalada com um
forte apelo a muitos homens, mulheres e jovens para que, perante a
situação do país, assumam a vontade de aderir ao PCP.
A DORAL do PCP destaca também a campanha nacional que está em curso – Por uma alternativa patriótica e de esquerda
– com um largo conjunto de iniciativas (distribuições de documentos,
tribunas públicas, debates, sessões de esclarecimento) que se irão
prolongar até final de Maio.
Esta é uma intensa
actividade partidária que é inseparável da necessária resposta ao
momento actual e que tem também, nas comemorações do Centenário do
Nascimento de Álvaro Cunhal, um conjunto de iniciativas – partidárias
mas também de outras entidades - viradas para a promoção do seu exemplo,
da sua acção e da sua luta como elementos que se projectam na
actualidade e no futuro, na luta pela liberdade, pela democracia e pelo
socialismo.
A DORAL do PCP
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