quarta-feira, 4 de abril de 2012

GREVE GERAL - FARO - JORNAL AVANTE!


Greve Geral  
Faro 
Uma fortíssima adesão
             
No Algarve – onde a degradação das condições de vida e o aumento do desemprego se têm acentuado de forma dramática – a greve geral mobilizou largas dezenas de milhares de trabalhadores de todos os sectores de actividade.
                                                 
Na administração local, registou-se uma fortíssima adesão que condicionou – quando não anulou, como no caso de Vila Real de Santo António – os serviços de recolha dos lixos; a actividade dos estaleiros municipais teve um quebra significativa devido ao fecho de dezenas de oficinas e cancelamento dos serviços de limpeza; vários mercados municipais encerraram; e os serviços administrativos e de apoio à população foram consideravelmente afectados com o encerramento de bibliotecas – caso de Taviraarquivos –, secções de trânsito, infantários; várias juntas de freguesia encerraram em praticamente todos os concelhos.

Na administração pública e central, dezenas de escolas nos diferentes graus de ensino, jardins de infância e infantários estiveram de portas fechadas por falta de funcionários, educadores e professores, e muitas outras ficaram a «meio gás» com o fecho de cantinas e o cancelamento de aulas e de actividades extra-curriculares; nos dois hospitais distritais do Algarve e no conjunto dos centros de saúde a greve dos enfermeiros e auxiliares foi superior a 50%, e centenas de consultas e outros actos médicos foram cancelados; registou-se ainda o encerramento de várias repartições de finanças, de instalações da Segurança Social (como em Lagoa), do IPJ de Faro e um forte impacto na área da Justiça.

No sector privado – serviços e produção – é de assinalar o encerramento de algumas empresas como a Motorsá em Faro; o forte impacto em todo o sector das pescas com as lotas de VRSA e de Portimão fechadas, a de Olhão em serviços mínimos e uma parte considerável da frota pesqueira a ficar em terra. Na área do comércio e grandes superfícies foi notória a crescente adesão dos trabalhadores à greve, sendo ainda de sublinhar as acções de luta na área da hotelaria, como a concentração em Albufeira de dezenas de trabalhadores com salários em atraso do Grupo Carlos Saraiva; toda a área de apoio social, designadamente o conjunto das IPSS, foi afectada com o encerramento de diversos serviços.

No sector dos transportes, apesar da menor adesão no sector aéreo relativamente a greves anteriores, destaca-se o encerramento de todas as barras e portos do Algarve e uma forte adesão no sector ferroviário que ficou no essencial reduzido aos serviços mínimos decretados pelo Governo.
Em comunicado distribuído à imprensa, o secretariado da DORAL do PCP, fazendo o balanço da jornada, saudou os trabalhadores da região do Algarve pela sua participação na greve geral e valorizou o conjunto de expressões de rua que a greve geral assumiu na região, designadamente as «dezenas de piquetes de greve envolvendo delegados, dirigentes e activistas sindicais, os postos de informação sindical e as concentrações realizadas em Vila Real de Santo António, em Portimão, em Lagos e, particularmente, em Faro» que «reuniram centenas de trabalhadores, de reformados, jovens, e até PME, às quais se juntam ainda as concentrações de mariscadores e viveiristas em Olhão e do grupo CS em Albufeira».

Com esta jornada de luta, refere o documento, a «exigência de uma ruptura com o actual rumo de submissão ao grande capital ganhou força».


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