Greve Geral
Faro
Uma fortíssima adesão
No Algarve –
onde a degradação das condições de vida e o aumento do desemprego se têm
acentuado de forma dramática – a greve geral mobilizou largas dezenas de
milhares de trabalhadores de todos os sectores de actividade.
Na
administração local, registou-se uma fortíssima adesão que condicionou – quando
não anulou, como no caso de Vila Real de Santo António – os serviços de recolha
dos lixos; a actividade dos estaleiros municipais teve um quebra significativa
devido ao fecho de dezenas de oficinas e cancelamento dos serviços de limpeza;
vários mercados municipais encerraram; e os serviços administrativos e de apoio
à população foram consideravelmente afectados com o encerramento de bibliotecas
– caso de Taviraarquivos –, secções de trânsito, infantários; várias
juntas de freguesia encerraram em praticamente todos os concelhos.
Na
administração pública e central, dezenas de escolas nos diferentes graus de
ensino, jardins de infância e infantários estiveram de portas fechadas por
falta de funcionários, educadores e professores, e muitas outras ficaram a
«meio gás» com o fecho de cantinas e o cancelamento de aulas e de actividades
extra-curriculares; nos dois hospitais distritais do Algarve e no conjunto dos
centros de saúde a greve dos enfermeiros e auxiliares foi superior a 50%, e
centenas de consultas e outros actos médicos foram cancelados; registou-se
ainda o encerramento de várias repartições de finanças, de instalações da Segurança
Social (como em Lagoa), do IPJ de Faro e um forte impacto na área da Justiça.
No sector
privado – serviços e produção – é de assinalar o encerramento de algumas
empresas como a Motorsá em Faro; o forte impacto em todo o sector das
pescas com as lotas de VRSA e de Portimão fechadas, a de Olhão em serviços
mínimos e uma parte considerável da frota pesqueira a ficar em terra. Na área
do comércio e grandes superfícies foi notória a crescente adesão dos
trabalhadores à greve, sendo ainda de sublinhar as acções de luta na área da
hotelaria, como a concentração em Albufeira de dezenas de trabalhadores com
salários em atraso do Grupo Carlos Saraiva; toda a área de apoio social,
designadamente o conjunto das IPSS, foi afectada com o encerramento de diversos
serviços.
No sector
dos transportes, apesar da menor adesão no sector aéreo relativamente a greves
anteriores, destaca-se o encerramento de todas as barras e portos do Algarve e
uma forte adesão no sector ferroviário que ficou no essencial reduzido aos
serviços mínimos decretados pelo Governo.
Em
comunicado distribuído à imprensa, o secretariado da DORAL do PCP, fazendo o
balanço da jornada, saudou os trabalhadores da região do Algarve pela sua
participação na greve geral e valorizou o conjunto de expressões de rua que a
greve geral assumiu na região, designadamente as «dezenas de piquetes de greve
envolvendo delegados, dirigentes e activistas sindicais, os postos de
informação sindical e as concentrações realizadas em Vila Real de Santo
António, em Portimão, em Lagos e, particularmente, em Faro» que «reuniram
centenas de trabalhadores, de reformados, jovens, e até PME, às quais se juntam
ainda as concentrações de mariscadores e viveiristas em Olhão e do grupo CS
em Albufeira».
Com esta
jornada de luta, refere o documento, a «exigência de uma ruptura com o actual
rumo de submissão ao grande capital ganhou força».
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