Porquê este blogue?

Num tempo muito inquietante, marcado por uma forte ofensiva ideológica, com a qual os média dominantes fazem chegar todos os dias a milhões de pessoas a desinformação organizada com o objectivo de servir e defender os interesses do grande capital, a leitura e divulgação de informação progressista e revolucionária é crucial para todos os que assumem como referência maior os valores e ideais de ABRIL!

A LUTA CONTINUA!

sábado, 31 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE ANO NOVO









Mensagem de Ano Novo
de Jerónimo de Sousa
                      

Jerónimo de Sousa, na Mensagem de Ano Novo, transmite uma palavra de esperança numa vida melhor e de confiança num país que não está condenado a este rumo de injustiças e de declínio, reafirmando estar nas mãos de todos e de cada um, com a sua intervenção e a sua luta, exigir uma política que olhe para as pessoas e para o seu direito a uma vida digna.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ASSEMBLEIA MUNICIPAL 28 DEZEMBRO - MOÇÃO


MOÇÃO
                            
SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE
                              
 Esta proposta foi aprovada por maioria com os votos contra do PSD e do CDS
                                         

            Aprovado o Orçamento de Estado, o governo veio a público anunciar o aumento das taxas moderadoras nos centros de saúde e nos hospitais e isto sem contar com os custos de outros actos de diagnóstico que tenham de ser efectuados.
                                                                       
            O Governo diz que é preciso reduzir o recurso às urgências hospitalares, mas não garante as respostas adequadas ao nível dos cuidados de saúde primários, encerrando extensões de saúde e reduzindo o horário das valências nos centros de saúde, restando como única alternativa as urgências hospitalares.
            Não satisfeito, o governo degrada ainda mais as condições de vida dos portugueses com estes aumentos brutais – algumas mais que duplicam, por exemplo nas consultas nos centros de saúde ou nas urgências hospitalares, e quase que triplicam como no caso das consultas nos SAP.
            Introduz novas taxas para os cuidados de enfermagem e até cobram taxas de consultas em que os utentes estão ausentes. Existem meios complementares de diagnóstico e terapêutica que não estavam sujeitos a taxa moderadora e que agora passarão a estar.
            Tais medidas são parte de um plano mais vasto de destruição do Serviço Nacional de Saúde e nesse está incluído o objectivo de afastar as pessoas dos cuidados de saúde, comercializando a doença e dificultando as classes mais desfavorecidas no acesso à saúde pública, gratuita e de qualidade.
            Agravando o custo dos bens e serviços essenciais, cortando no rendimento, nos salários e pensões de trabalhadores e reformados, empurrando milhares de pessoas para o desemprego, liquidando e encerrando mais serviços de saúde, aumentando as taxas moderadoras, esta política da saúde de uns e da doença da maioria não pode colher quaisquer posições de apoio e consideração.
            Na sequência destas políticas puramente economicistas e injustas, muitos são já os centros de saúde e hospitais do nosso país a funcionar com um número insuficiente de trabalhadores, médicos e prestadores de cuidados. É bom lembrar-se que, só na nossa região, mais de 100 mil algarvios não têm médico de família.
            Neste sentido a Assembleia Municipal de Lagos, reunida a 28 de Dezembro de 2011, delibera:

1.    Rejeitar, por inaceitáveis, os aumentos previstos das taxas moderadoras.
2.    Protestar junto do Ministério da Saúde contra esta medida.
3.    Solidarizar-se com a população atingida.
4.     Mais delibera enviar esta moção  às seguintes entidades:


Assembleia da República
Grupos Parlamentares da Assembleia da República
1º Ministro
Membros do Governo com Tutela
Direcção Regional de Saúde
Órgãos de Comunicação Social.




Lagos, 28 de Dezembro de 2011


                                    O Eleito da CDU











ASSEMBLEIA MUNICIPAL 28 DEZEMBRO - MOÇÃO




MOÇÃO

                 

PORTAGENS NA VIA DO INFANTE
                        
 Esta proposta foi aprovada por unanimidade
                    
            Depois das sucessivas intenções, mais ou menos camufladas e mais ou menos levadas a cabo, eis que estão finalmente implementados e em funcionamento os pórticos de cobrança de portagens ao longo da Via do Infante (A22).
                                                          
            Não se constituindo como alternativa à Via Longitudinal do Algarve, a qual não preenche os requisitos técnicos para ser considerada auto-estrada, a EN 125 é uma via de características urbanas com passagem por muitas localidades e com um grande número de rotundas, tristemente célebre pelos muitos acidentes mortais que tem provocado, e cuja previsível sobrecarga rodoviária vai acrescentar problemas aos muitos problemas já existentes, numa clara injustiça contra o desenvolvimento regional.

            Ainda que contra a vontade da população algarvia, indiferente aos gravíssimos encargos financeiros que as portagens irão trazer para as micro e pequenas empresas, a encerrar todos os dias, para os trabalhadores algarvios e para os orçamentos familiares já em conhecida asfixia, ainda que sabendo das graves consequências que esta medida trará para a economia debilitada da nossa região, o Governo delibera accionar os dispositivos de portagem e de mais não quer saber.

               Junto com a população algarvia e consciente de que a decisão agora efectivada de portajar a Via do Infante agravará inequivocamente a débil economia da nossa região e as condições de sobrevivência de centenas de empresas e trabalhadores do Algarve, a Assembleia Municipal de Lagos, reunida a 17 de Dezembro de 2011, delibera:
              Manifestar a sua opinião que é inaceitável a implementação de portagens na Via do Infante ( A 22 ) e de que está contra esta decisão tão nefasta para o Algarve.
            Que seja enviada às seguintes entidades:


Assembleia da República
Grupos Parlamentares da Assembleia da República
1º Ministro
Membros do Governo com Tutela.
Órgãos de Comunicação Social locais.




Lagos 28 de Dezembro de 2011

                                                         O Eleito da CDU




















ASSEMBLEIA MUNICIPAL 28 DEZEMBRO - MOÇÃO




MOÇÃO
                                             
DOCUMENTO VERDE
DA REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL
                                                               
Esta proposta foi reprovada com os votos contra do PSD e do CDS
E as abstenções do PS e do BE.
                                             

Considerando que a Lei do Orçamento de Estado para 2012 expõe as reais motivações, conteúdos e objectivos que o Documento Verde da Reforma da Administração Local (conhecido como Livro Verde) dissimula sob um conjunto de frases feitas e falsos desideratos ali proclamados;
                                                                             
Considerando que às proclamações contidas no Livro Verde (de que são exemplo as repetidas referências a “ganhos de escala, coesão territorial, sustentabilidade financeira, racionalização e eficiência”) se contrapõe em toda a sua exuberância e brutalidade a Lei do Orçamento de Estado que, em si mesma, em matéria de autarquias locais, é um exercício de condenação do poder local democrático e um ataque sem precedentes ao municipalismo e à vida democrática no plano local;

Considerando que a Lei do Orçamento de Estado para 2012 exibe e impõe um modelo que, para lá da flagrante violação do princípio constitucional da autonomia, exprime uma concepção centralista e de grosseira subalternização do poder local, procurando transformar as autarquias em meras dependências do poder central administradas e reguladas em matérias decisivas (como as financeiras, orçamentais e de pessoal) a partir não das decisões dos eleitos com legitimidade para o fazer, mas sim de actos discricionários de membros de governo;

Considerando que esta concepção (em flagrante contraste e negação da retórica exibida pelo Livro Verde sobre “reforço saudável do municipalismo”) significa que decisões como as aberturas de concursos para admissão de pessoal, de fixação da estrutura municipal, da definição do elenco de pessoal dirigente ou de contracção de empréstimos passam a ser determinadas pelo Ministro das Finanças, num quadro conceptual de gestão local que a aproxima perigosamente daquela que a Revolução de Abril veio pôr cobro;

Considerando que a Lei do Orçamento de Estado para 2012 dá um novo passo, agora de outro nível qualitativo, no processo de asfixia financeira das autarquias (evidenciado pela perda crescente de peso das transferências para as autarquias quando comparadas, quer na sua relação com a evolução dos impostos cobrados pelo Estado, quer na sua relação com o Produto Interno Bruto) e que já há largo tempo se vem desenvolvendo ao arrepio do preceito constitucional que determina a justa partilha de recursos públicos entre os níveis central e local do Estado em clara violação dos regimes legais de finanças locais (cada um deles construído, no plano dos montantes a afectar às autarquias, sobre os escombros de sucessivos incumprimentos dos que o antecederam);

Considerando que, com esta Lei, o Governo não só retira mais 120 milhões de euros em 2012 às verbas que as autarquias tinham direito, como lança mão de novos e intoleráveis expedientes para cobrir novos roubos ao poder local;

Considerando que com a drástica redução de verbas transferidas para as autarquias fica não apenas comprometida a capacidade de investimento e de resposta às funções de serviço público, mas também a possibilidade de apoio e estímulo à actividade das colectividades e do movimento associativo em geral que hoje têm como único parceiro o poder local para a múltipla e insubstituível acção de promoção do desporto, da cultura e do recreio que desenvolvem;

Considerando que a chamada “reorganização administrativa” destinada à liquidação (disfarçada no Livro Verde sob a designação de “agregação”) de quase duas mil freguesias constitui em si mesmo um deliberado factor de empobrecimento da dimensão democrática e participada do poder local e do valor que representa a alargada intervenção de cidadãos na gestão da vida pública local e um reflexo das concepções antidemocráticas instaladas no Governo;

Considerando que a reorganização preconizada pelo Governo não é determinada por nenhuma intenção séria de dignificar e elevar a eficácia da gestão das autarquias nem de modernizar a administração do território, a qual para ser aceite, deveria contemplar a criação das Regiões Administrativas e não a extinção de freguesias ou municípios;

Considerando que o poder local democrático, indissociável da existência de órgãos próprios eleitos democraticamente, com poderes e competências próprias e agindo em total autonomia face a outros órgãos, e submissão apenas à Constituição, às Leis, aos Tribunais em sede de aplicação dessas mesmas leis e ao Povo, é parte integrante do Estado Português;

Considerando que as autarquias constituem um dos pilares fundamentais da democracia, pelo número alargado de cidadãos que chama a intervir como representantes do povo na gestão da coisa pública, pelas oportunidades de participação efectiva dos cidadãos em geral nas decisões que lhes interessam, pela forma aberta e transparente da sua acção e ainda pelas realizações concretas que promove e têm contribuído para a melhoria dos factores contributivos à qualidade de vida, tomando como exemplos a salubridade, as acessibilidades, os transportes, os acessos à saúde, à educação, à cultura, à prática desportiva, entre tantos outros;

Considerando que é residual o peso do poder local nas contas públicas e, em especial, é ínfimo o das freguesias;

Considerando que desde há muitos anos alguns não se conformam com o carácter avançado, democrático e progressista do poder local e que alguns outros, em particular, de há muito consideram as freguesias como algo dispensável e até incómodo;

Considerando que com esta reforma o que se pretende é menorizar o poder local e a expressão democrática de representação e participação política, atingindo pela extinção coerciva centenas de freguesias e liquidação de dezenas de municípios, atingidos também por um maquiavélico processo de asfixia e inviabilidade financeira, de que se dá conta no Orçamento de Estado;

Considerando, por fim, que se pretende impor a subversão do sistema de eleição dos órgãos municipais para assegurar a constituição de executivos monocolores à custa da liquidação do seu carácter plural e democrático e das condições de fiscalização e controlo democráticos, num quadro em que, no fundamental, o actual regime provou ser não apenas um factor de estabilidade e governabilidade, mas também um espaço de cooperação e trabalho comum de eleitos de diversas forças políticas;



A CDU – Coligação Democrática Unitária propõe que a Assembleia Municipal de Lagos, reunida em 28 de Dezembro de 2011, delibere:


1.    Rejeitar o chamado «Livro Verde» para a reforma da administração local, por este se constituir como um instrumento orientado para a liquidação do poder local democrático e das suas características mais progressistas;

2.    Repudiar a intenção de extinguir as autarquias existentes, seja pela sua pura eliminação, seja por recurso a qualquer forma de engenharia política, que lhes retire o que têm de essencial, como sejam, os órgãos democraticamente eleitos, as suas atribuições próprias e a parte dos recursos públicos essenciais à sua existência e funcionamento, nas condições de autonomia previstas na Constituição da República Portuguesa;

3.    Rejeitar a campanha de condicionamento da opinião pública para a menorização do poder local e de fomento da desconfiança sobre os eleitos, destinada a justificar um ataque que, em última instância, é dirigido contra as populações e se destina a iludir o contributo insubstituível que as autarquias deram para a melhoria das condições de vida e de progresso local;

4.    Manifestar a sua mais viva discordância da Lei de Orçamento de Estado que se afirma, nas suas disposições, como um meio de impor limitações inaceitáveis à autonomia das autarquias e de consagrar cortes de financiamento incompatíveis com o pleno direito de exercício das suas atribuições e competências;

5.    Sublinhar que este ataque ao poder local é um ataque dirigido às populações, aos seus direitos e legítimas aspirações a uma vida digna, é inseparável da ofensiva que ao mesmo tempo extingue serviços públicos, nega o direito à saúde e reduz o direito à mobilidade, tudo num processo de desertificação e abandono que a liquidação das freguesias acentuará;

6.    Alertar as populações, o movimento associativo popular, os trabalhadores das autarquias e os agentes económicos locais para as consequências nas condições de vida e nos condicionamentos ao desenvolvimento e progresso locais que daqui resultarão;

7.    Manifestar a inteira solidariedade aos trabalhadores das autarquias atingidos nos seus rendimentos, direitos e estabilidade de emprego, quer pelas disposições do Orçamento de Estado relativas a matéria salarial ou de carreira, quer pela ameaça decorrente da extinção de centenas de freguesias.
8.    Enviar esta moção às seguintes entidades:

Assembleia da República
Grupos Parlamentares dos Partidos Políticos na Assembleia da República
Primeiro-ministro
Ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares
Associação Nacional de Municípios Portugueses
Associação Nacional de Freguesias
Assembleias Municipais do Algarve
Órgãos de Comunicação Social locais, regionais e agências de informação


Lagos, 28 de Dezembro de 2011


                                          O Eleito da CDU










quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

RESPOSTA Á PERGUNTA DE PAULO SÁ





Resposta á pergunta de Paulo Sá Deputado do PCP:
                     
PERGUNTA Número 1214 XII 1
                                                        
Assunto: Novo Hospital de Lagos                                                                           
                                                                                                  Destinatário: Ministério da Saúde
                                                                                                                                                 
VER EM:

domingo, 25 de dezembro de 2011

IDENTIDADE E PLANO DE URBANIZAÇÃO




IDENTIDADE E PLANO DE URBANIZAÇÃO
            
Texto por José Veloso
                       
Houve na semana passada em Lagos, um arremedo da discussão pública, obrigatória por lei, sobre o Plano de Urbanização de Lagos, Cidade que dispõe de raízes, verdadeiros pergaminhos, para fundamentar uma sólida consciência da identidade.
Seria uma ocasião de excelência para a manifestação da massa crítica da Cidade sobre si própria, sobre a sua identidade, e para a revelar na construção das suas formas de vida e referencias físicas.
Mas afinal não se pretendia que fosse mais do que uma pseudo-audição da opinião pública. Teve um único debate, na Câmara Municipal, reunindo munícipes que tinham tido 22 dias (prazo legal mínimo) para consultar esse Plano que levara 11 anos de elaboração, algures fora de Lagos, e formar opinião. Foi de noite, 3 dias antes de expirar o prazo. Para decidir sobre toda uma Cidade, houve 3 horas, em que uma foi de atrasos, abertura e vaga explicação.
A Proposta de Plano, vinha prenhe de aprovações, como foi logo avisado, para suster expectativas de que alguma coisa de importante pudesse ser alterado. Mas a Proposta era uma surpresa tão carregada de desconhecimento da Cidade, de incapacidade para a perceber, que nem uma voz agradada se levantou na assistência. Ouviram-se severas e fundamentadas críticas, na globalidade e em detalhes. Foram expressas dúvidas e denuncias, por sectores da população bem diversos em interesses e pontos de vista.
Propostas dominantes do Plano, inacreditáveis, foram classificadas de inaceitáveis e de indefensáveis, no plano urbanístico, no ambiental, no social e no do carácter e vivencia da Cidade. Sistema viário. Alargamento do perímetro urbano. Demolições de equipamentos. Novas edificações na malha consolidada. Variante da EN125. Acesso à Meia Praia. Ausência de programação e prioridades. Desinteresse pela caracterização cultural.
Mas era evidente que não havia disponibilidade na Câmara Municipal para atender as preocupações expressas. E na equipa do Plano percebia-se qualquer coisa de pouco seguro. O Plano estava acabado, para ser aprovado tal e qual. Aquilo, era uma formalidade, para valorizar terrenos, para negócios públicos e privados.
O debate, foi cumprir calendário, para a estatística de actos camarários, ditos democráticos. Para fingir que havia audiência pública.

Na medida do possível, conseguiu-se manifestar consciência de Cidade. Este PU, a manter-se sem correcções muito profundas, conceptuais e físicas, é pasto ideal para negócios fundiários, na fome de dinheiro da Câmara, e dos privados. Nega o urbanismo, completa a desestruturação e a dissolução da identidade de Lagos, já tão agredida.
Agora, a equipa do Plano e a Câmara Municipal, juízes em causa própria, vão decidir sobre críticas ao Plano que produziram. Só ingenuidade esperará algo que não seja confirmar o que estava decidido. Restará o juízo da Assembleia Municipal, mas lá reina a paz podre totalitária. A aprovação cega.
O Plano vigorará por 10 anos. Tempo suficiente para tudo. Menos para cumprir Cidade. E muito menos democracia.
José Veloso, Dez.2011



sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

APRECIAÇÃO PARLAMENTAR CONTRA PORTAGENS



Sujeita os lanços e sublanços das auto-estradas SCUT do Algarve, da Beira Interior, do Interior Norte e da Beira Litoral/Beira Alta ao regime de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores
                                   
Apreciação Parlamentar N.º 5/XII/1
                                               
Através do Decreto-Lei n.º 111/2011, de 28 de Novembro, o Governo visa a introdução de portagens nas auto-estradas A22, A23, A24 e A25, consideradas até à data como vias sem custos para o utilizador.
A Via Infante de Sagres (A22), usualmente conhecida por Via do Infante, é um eixo rodoviário com duas vias de circulação em cada sentido que atravessa longitudinalmente o Algarve desde a Ponte Internacional do Guadiana até Lagos/Bensafrim. Esta via, com uma extensão de 133 km e 18 nós de acesso, integra a rede de itinerários principais e a rede de estradas europeias desde a ponte Internacional do Guadiana até ao nó com a A2 (IP1/E01) e a rede de itinerários complementares desde o nó Faro-Loulé até ao nó de Lagos/Bensafrim (IC4).
O lanço que vai desde a fronteira com Espanha até ao nó da Guia (concelho de Albufeira), concluído em 1992, foi financiado pelo Orçamento do Estado com comparticipação de fundos europeus do Quadro Comunitário de Apoio I (FEDER). Com o mesmo tipo de financiamento, foi ainda construído o lanço Guia-Alcantarilha, que entrou ao serviço em 2000. Estes lanços, com 94 km, representam cerca de 70% da extensão total da Via do Infante.
Apesar de a Via Infante de Sagres ser considerada uma auto-estrada, não cumpre, de acordo com um estudo do Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias IP (Auto-Estradas – Características Técnicas, 2008), todos os requisitos técnicos aconselhados para as auto-estradas inter-urbanas, em particular, no que diz respeito ao perfil transversal.
A única via longitudinal do Algarve, além da própria Via do Infante, é a Estrada Nacional 125. Este eixo rodoviário, que em partes significativas do seu traçado é uma autêntica artéria urbana, com cruzamentos, semáforos e passadeiras de peões, não tem características adequadas ao tráfego inter-urbano. “Historicamente, a EN 125 sempre se apresentou como uma das vias com maior sinistralidade do País, segundo os relatórios de sinistralidade rodoviária da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, contabilizando o período entre 1998 e 2006, a EN 125 foi a segunda estrada onde não só ocorreram mais acidentes com vítimas mortais mas também onde se registaram mais vítimas mortais, apresentando também o segundo indicador de gravidade mais elevado, na relação entre vítimas mortais, feridos graves e feridos ligeiros”, reconhece a Resolução do Conselho de Ministros n.º 56/2008 do XVII Governo Constitucional. A anunciada, mas sempre adiada, requalificação da EN 125, com 71 rotundas num percurso de 155 km (12 rotundas nos 20 km que separam Lagos de Vila do Bispo e 14 rotundas nos 19 km que vão de Olhão a Tavira), contribuirá, com certeza, para a diminuição da sinistralidade, mas não tornará esta via num eixo inter-urbano alternativo à A22 – Via do Infante.
O Governo tenciona também aplicar regimes de portagens na A23, entre a saída da A1 em Videla/Torres Novas e a A25 nas proximidades da Guarda, na A24, entre Viseu, Chaves até à fronteira com Espanha e na A25 entre Aveiro e Vilar Formoso.
Acresce que não há alternativas à A23, A24 e A25. No essencial a EN 16, a EN 2, a EN 18 e a EN 17 não constituem alternativa, tendo em conta a sua desadequação como vias inter-regionais, o seu elevado estado de degradação e uma parte significativa do percurso que atravessa diversas localidades. Em diversos troços, a A23 foi construída sobre os anteriores itinerários tornando inevitável a sua utilização. Em outros troços, a não utilização da A23 obriga à circulação pelo interior das localidades. Em outros troços ainda, evitar a A23 obriga a circular em estradas quase intransitáveis. O trajecto entre Torres Novas e a Guarda sem passar pela A23, utilizando a EN 118, o IP2 e a EN 18, obriga a percorrer 231 quilómetros e demora seguramente mais de quatro horas. Pela A23, a distância é de 207 quilómetros e tem uma duração média de 2:10h. Não há, como é evidente, nenhuma alternativa viável à A23. A introdução de portagens na A23 representa um retrocesso de décadas nas acessibilidades dos distritos de Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Guarda.
A distância entre Viseu e Chaves pela A24 é de pouco mais de 150 quilómetros e demora aproximadamente 1:45h, enquanto o mesmo trajecto pela EN 2, tem a distância 170 quilómetros, e uma duração de mais de três horas e meia. Pela A25 de Aveiro a Vilar Formoso, são 190 quilómetros, num percurso que não chega a duas horas. Na ligação entre estas duas localidades sem utilizar a A24, pela EN 17 e pela EN 16, a distância é de 234 quilómetros, e demora certamente mais de quatro horas.
A não aplicação de portagens nas chamadas SCUT foi sempre justificada com a necessidade de compensar as regiões do interior do país com medidas de discriminação positiva tendo em conta as manifestas assimetrias regionais existentes. Acontece que a introdução de portagens nas vias em causa terá consequências profundamente negativas para as populações e para o tecido económico das regiões atingidas. Trata-se de uma dupla discriminação das regiões do interior. Com efeito, essas portagens vão onerar de uma forma desproporcionada e injusta as populações e as empresas dos distritos de Faro, Santarém, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Aveiro e Vila Real. Para além de agravar as dificuldades económicas dos utentes, já duramente afectados por cortes salariais, pelo aumento do custo de vida, por situações de desemprego e precariedade e por baixos níveis de rendimentos, esta medida conduzirá ao agravamento da situação económica de muitas empresas, podendo levar mesmo ao encerramento de muitas delas assim como dificultaria em muito a vida de inúmeras pessoas que utilizam esta via para se deslocar diariamente para o trabalho. No caso da Via do Infante, a introdução de portagens terá enormes consequências negativas na actividade turística que, como se sabe, tem uma importância estratégica para a região.
Com a aplicação do princípio do «utilizador-pagador», o Governo transfere o esforço financeiro colectivo e solidário do país para as populações que são obrigadas a custear a utilização de infraestruturas estruturantes para as respectivas regiões. Desta forma, estará a aumentar o custo por utilização, diminuindo gravemente os índices de eficiência destas vias e gerando elevadas perdas de competitividade das empresas e o agravamento da qualidade de vida das populações afectadas.
Sob o argumento da consolidação orçamental o Governo tenciona garantir a manutenção de rendas para os grupos económicos e financeiros através da portagem paga pelos utilizadores e pelas transferências da Estradas de Portugal, em compensação pelos défices de exploração hoje existentes e que tenderão a agravar-se, no futuro.
A introdução de portagens tem suscitado um generalizado repúdio por parte das populações, autarquias e associações empresariais afectadas. O PCP associa-se a esse justo protesto, fará tudo o que estiver ao seu alcance para evitar a imposição dessa injusta medida e considera que esse objectivo é perfeitamente atingível se todos os deputados eleitos pelos círculos eleitorais atingidos mantiverem na Assembleia da República as posições que têm manifestado junto das populações que os elegeram.
Nestes termos, ao abrigo do disposto na alínea c) do artigo 162.º e do artigo 169.º da Constituição da República Portuguesa e ainda do artigo 189.º do Regimento da Assembleia da República, os Deputados abaixo assinados, do Grupo Parlamentar do PCP, vêm requerer a Apreciação Parlamentar do Decreto-Lei n.º 111/2011, de 28 de Novembro que sujeita os lanços e sublanços das auto-estradas SCUT do Algarve, da Beira Interior, do Interior Norte e da Beira Litoral/Beira Alta ao regime de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores.

PCP CONTRA PORTAGENS NAS SCUT




PCP em defesa das populações contra as  Portagens nas SCUT                                                   
Intervenção de Paulo Sá na Assembleia de República
                   
Sr.ª Presidente,
Srs. Deputados,            
O Governo do PSD/CDS, no seguimento de um processo iniciado pelo anterior Governo do PS, introduziu recentemente a cobrança de portagens nas auto-estradas A22, A23, A24 e A25.                                 
Mais uma vez, estes partidos da troika interna, PS, PSD e CDS, aparecem irmanados na adopção de medidas que, a pretexto da resolução dos graves problemas financeiros que assolam o País, ampliam os efeitos da crise económica e social, assim como as significativas assimetrias no desenvolvimento regional.
Esta medida, ao impor o princípio do utilizador-pagador, revela claramente o seu pendor neoliberal. Partindo do pressuposto, errado, de que estas infra-estruturas rodoviárias estratégicas apenas beneficiam quem directamente as utiliza e não o País no seu todo, o Governo impõe a cobrança de portagens, transferindo, desse modo, o esforço financeiro colectivo e solidário do País para as populações e empresas das regiões servidas por estas auto-estradas.
A introdução de portagens nas SCUTs carece de racionalidade económica, pois a receita das portagens será, com certeza, bem inferior aos enormes prejuízos causados às economias regionais. Onerando as empresas de forma desproporcionada e injusta, as portagens levarão ao encerramento ou falência de muitas delas, com dramáticas consequências ao nível do desemprego. No caso da Via do Infante, as portagens terão ainda consequências extremamente negativas na actividade turística que, como bem sabemos, tem uma importância estratégica para a região algarvia. Assim, a cobrança de portagens não só não contribuirá para a resolução dos graves problemas nacionais, como, pelo contrário, os agravará ainda mais.
Nenhuma das concessões SCUT tem uma alternativa minimamente credível, pelo que introdução de portagens nestas vias representa um sério retrocesso no que às acessibilidades diz respeito. De especial gravidade reveste-se o previsível aumento da sinistralidade rodoviária, resultante da transferência de elevados volumes de tráfego das auto-estradas agora portajadas para as antigas estradas nacionais.
A introdução de portagens nas concessões SCUT tem suscitado um generalizado repúdio por parte das populações dos distritos afectados. O PCP, associando-se a estes justos protestos e considerando que a introdução de portagens nas concessões SCUT é uma medida inaceitável sob todos os aspectos, solicitou esta apreciação parlamentar.
Consideramos que é perfeitamente atingível o objectivo de revogar o decreto-lei do Governo que impõe a cobrança de portagens nas concessões SCUT. Para isso, basta que os deputados do PS, PSD e CDS votem aqui de forma coerente com aquilo que defendem nos seus distritos. É este o desafio que vos lançamos. O desafio da coerência! Saiam da vossa zona de conforto e assumam aqui as consequências daquilo que andam a defender nos vossos distritos! Se lá dizem ser contra as portagens, aqui só podem votar contra as portagens! E se votarem aqui a favor das portagens, então, por uma questão de decência, deixem de dizer nos vossos distritos que são contra as portagens.

http://www.pcp.pt/pcp-em-defesa-das-popula%C3%A7%C3%B5es-contra-portagens-nas-scut 

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A SAÚDE É UM DIRIETO

Documento Regional distribuído em Lagos,
no Centro de Saúde e  no Hospital.



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

GRANDES OPÇÕES DO PLANO CM LAGOS 2012



  
A CDU E A ELABORAÇÃO  

 DAS GRANDES OPÇÕES DO PLANO E

 ORÇAMENTO MUNICIPAL DE LAGOS PARA 2012
                                                                                                                                                  
Começando por verificar que o comportamento da Câmara Municipal em relação às propostas e opiniões da CDU para as Grandes Opções do Plano e Orçamento Municipal para 2011 foi de completa desatenção para com as preocupações então manifestadas pela CDU de que aquele documento reflectisse processos democráticos e rigorosos no cumprimento da legislação, nomeadamente na gestão financeira, por parte da Câmara Municipal, e na participação da população na solução das questões do Município.

Isto não se verificou, desde a não execução do Orçamento Participativo, ao uso do sistema das empresas municipais ocuparem as funções dos serviços camarários,  para fugirem ao controle democrático da população e dos órgãos das autarquias, até a uma execução financeira que mereceu o demolidor parecer da empresa auditora relativo ao primeiro semestre de 2011,  e contribuiu decisivamente para o descalabro em que se encontra a situação do Município.

Visto isto, para 2012 a CDU exige que a Câmara Municipal corrija, na elaboração das Grandes Opções do Plano e Orçamento, estas deficiências e métodos, de modo a criar uma gestão transparente e de perfeita visibilidade e conhecimento da população.

Em relação às questões mais prementes, em termos de processo democrático para as decisões estratégicas, pois que é disso que, fundamentalmente, se trata, destaca-se:

1.   A execução do Orçamento Participativo.

2.   A urgente Revisão do PDM e conclusão dos PU de Odiáxere e da Luz, seguindo o método democrático de participação e atempada preparação da população para o conhecimento destes processos.


3.   A rápida correcção das deficiências já diagnosticadas, em sede de discussão publica, na Revisão do Plano de Urbanização de Lagos.


4.   A clara e pública definição de prioridades criteriosas e exequíveis, técnica e financeiramente, perante os problemas da Cidade e Freguesias.

5.   A extinção das empresas municipais, por tudo o que de negativo têm revelado, desde financeiramente até à usurpação ao controle democrático da Cidade, população e autarquias, e com regresso das suas funções aos serviços camarários competentes.


6.   A firme defesa e exigência junto dos órgãos centrais do governo, para execução das intervenções que lhe competem, com destaque para a instalação do novo hospital público de Lagos, com as valências e serviços indispensáveis para a população,  tanto do Município de Lagos como dos Municípios vizinhos das Terras do Infante.

7.   Da mesma maneira, insistir para classificação da Ria de Alvor, e instalação do seu Centro de Interpretação.


8.   Atribuir sempre a primazia aos reais interesses da população, sejam sociais, económicos, ou culturais, sobrepondo-os, sem hesitações, a quaisquer outros  e a quaisquer pressões, nomeadamente nas questões das actividades e instalações portuárias, da pesca e do turismo e lazer.

9.   A criação de condições de qualidade para resposta qualificada às exigências do turismo actual, que já não é somente sol, praia, golf e hotelaria de suporte, mas, dominantemente, exigindo a caracterização e afirmação identitária de Município, com base na história, tradições, hábitos e cultura, para anulação da sazonalidade, e consequente estabilidade da economia, trabalho e emprego local, reforçando a auto-estima dos munícipes.


10.    A criação, com meios eficazes de divulgação e acção, de apoios, por fornecimento de apoios técnicos e benefícios em taxas, licenças e outros, a todas as iniciativas da população e a todas as situações identificadas pelos serviços, para recuperação de edifícios e áreas degradadas do Munícipio, nomeadamente, e com prioridade urgente, intramuralhas e Meia Praia.

11.    Desenvolver o processo de reclassificação do Município de Lagos Livre de Organismos Geneticamente Modificados.


12.    Recuperar a Bienal de Artes, com o prémio Joaquim Bravo.

13.    Elaborar e divulgar publicamente, com rigor, um Plano de Contenção Financeira, sem afectar nem diminuir apoios à acção social, ao sector escolar, à limpeza e higiene urbana, assim como aos serviços de transportes “A ONDA”.  

14.    Repor a iluminação pública, ajustada ao nascer e ao pôr do sol, de modo a garantir, a segurança efectiva, e a repor o sentimento de segurança nas populações.

15.    Desenvolver o projecto estratégico Lagos Cultural, dando conteúdo aos lemas Lagos dos Descobrimentos, Lagos Cidade Marítima, Lagos Porta da Europa, através da transformação do Museu José Formosinho em Museu de Memória e Identidade, com pólo central e pólos museológicos, recuperando muralhas, baluartes, Forte da Ponta da Bandeira e Forte da Meia Praia, criando e divulgando junto da população e proporcionando ao turismo os percursos temáticos Lagos e a História, Lagos e a Cultura, Lagos e o Mar, Lagos e o Desporto.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

CONTRA O ROUBO DAS PORTAGENS


Direcção da Organização Regional do Algarve
                      
Contra o roubo das portagens
                          
Por iniciativa do Grupo Parlamentar do PCP foi chamado à Assembleia da República o decreto-lei do governo, e promulgado pelo Presidente da República, que introduziu as portagens a partir de dia 8 de Dezembro.                                                           

Já todos sabemos que a introdução de portagens ficou a dever ao negócio entre o PS, PSD e CDS-PP, negócio esse que teve agora a bênção do Presidente da República.
A discussão dessa iniciativa do PCP terá lugar no próximo dia 21 de Dezembro na Assembleia da República.

Os deputados de todas as forças políticas das regiões onde a introdução de portagens se efectivaram têm, assim, a oportunidade de clara e frontalmente deixar claro o seu posicionamento. Se são contra as portagens só têm um caminho: votar para derrotar esse decreto-lei. Se todos esses deputados o fizerem, o decreto-lei será derrotado.

O Executivo da DORAL do PCP alerta os trabalhadores, os micro e pequenos empresários e comerciantes, o povo do Algarve, para que estejam atentos ao que nesse dia se vai passar na Assembleia da República. Para que vejam se os que dizem no Algarve que são contra as portagens, nesse dia votam em conformidade ou se refugiam em justificações para não assumirem uma posição em coerência com aquilo que andam a dizer na região.

A luta contra as portagens continua!


                                               O Executivo da DORAL do PCP

 
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