Em 1933 deu-se a autonomia geopolítica da Freguesia de Barão S. João, tendo a nova Junta de Freguesia decidido criar um posto de Registo Civil, em 15 de Maio, assim como a ampliação dos lavadouros.
Durante a década de Trinta algumas decisões importantes foram tomadas, nomeadamente a abertura de um poço para abastecimento público, em 25 de Julho de 1935. Uma petição à Câmara Municipal de Lagos para a construção de uma casa para a sede da Junta e do posto do Registo Civil, em 21 de Julho de 1937. Uma petição para a criação de um posto Escolar, em 10 de Julho de 1938, e aquisição de donativos para a compra de um crucifixo para a escola mista da freguesia em 2 de Dezembro de 1939.
Na década de Quarenta a Junta de Freguesia entre outras decisões deliberou a construção de uma nova escola primária mista em 30 de Setembro de 1946.
É por esta escola que ao longo de várias décadas têm passado centenas de filhos de Barão de S. João e de outros residentes nacionais e estrangeiros que escolheram esta freguesia para viver.
Nos últimos cinco anos a escola primária de Barão S. João registou a seguinte frequência:
Ano lectivo de 2005/2006 – 34 alunos
Ano lectivo de 2006/2007 – 38 alunos
Ano lectivo de 2007/2008 – 30 alunos
Ano lectivo de 2008/2009 – 21 alunos
Ano lectivo de 2009/2010 – 13 alunos
A decisão do governo do PS, inserida num conjunto de medidas, de encerrar mais 900 escolas e a imposição de um processo de « reestruturação » da rede escolar com a fusão de agrupamentos, a extinção de outros e a integração de escolas secundárias noutros já constituídos, não é apenas uma solução meramente administrativa e economicista que visa embaratecer o sistema. Não tem racionalidade pedagógica e é profundamente desumana.
A tese não confirmada em que sustentam tais decisões, de que o sucesso escolar está directamente ligado à dimensão da escola, bem como a ideia de que o processo de socialização das crianças passa por as integrar em grandes centros escolares, afastadas muitas vezes dezenas de quilómetros do seu habitat natural, afastando-as desta forma da comunidade onde estão integradas e do convívio familiar, apenas vem confirmar o profundo desprezo com que este Governo, tal como o anterior, trata os direitos dos alunos, dos trabalhadores da educação e das famílias.
Ao contrário do que afirmam, Sócrates e o seu Governo não têm preocupações sociais, não promovem as oportunidades, as solidariedades e objectivamente com estas medias apenas aceleram a desertificação humana em vastas regiões do país.
Com tal retórica procuram esconder o que é cada vez mais evidente: os problemas mais graves com que a escola pública se defronta, o sucesso escolar e o abandono escolar, têm a sua causa principal a montante da escola, nomeadamente nas condições sócio-económicas das famílias.
Esquecem, nesta cega caminhada, uma questão decisiva no processo educativo das crianças que é a importância das famílias na educação dos seus filhos.
Ao contrário do abandono da lógica concentracionista que tem sido seguida noutros países como a Noruega, a Suécia ou mesmo a Espanha, numa procura de soluções de problemas e alternativas mais participadas, em comunidades locais, o Governo do PS decide concentrar a nível de decisão provocando ainda maiores assimetrias regionais.
Sem ter em conta estas situações o Governo com o apoio da Câmara Municipal de Lagos prepara-se para encerrar, no próximo ano lectivo, a única escola existente na Freguesia de Barão S. João.
É voltar ao início do século passado.
Considerando o atrás exposto a Assembleia Municipal de Lagos reunida em 28 de Junho delibera:
- Recomendar à Câmara Municipal de Lagos que não aceite colaborar no processo de encerramento da escola básica de Barão S. João e que promova as políticas necessárias para a revitalização desta Freguesia.
- Não aceitar e exigir ao Governo que pare o encerramento de escolas e o processo de « reestruturação » da rede escolar evitando, assim, o agravamento de injustiças e o atraso do país
Lagos, 28 de Junho de 2010
O Eleito da CDU
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